São Paulo, terça-feira, 26 de junho de 2001

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Rebelo diz que mantém acusações

DA REPORTAGEM LOCAL

O deputado Aldo Rebelo (PC do B-SP), que presidiu a CPI da CBF/Nike, disse, por meio de sua assessoria, que mantém todas as acusações contra Hélio Viana, sócio de Pelé, que constam no relatório final de Sílvio Torres.
O documento elaborado pelo deputado tucano, que foi entregue ao Ministério Público na semana passada, sugere o indiciamento de Viana por crimes contra a ordem tributária.
"A análise da documentação (...) revela indícios de que os valores auferidos por Viana ou suas empresas não tenham sido declarados ao Imposto de Renda. Nos últimos dois anos, ele declarou rendimentos tributáveis inferiores aos montantes da das deduções legais sem oferecer, desta forma, rendimentos à tributação", afirma Torres, em seu relatório. Segundo a CPI, "Viana não recolheu, nos últimos dois anos, um centavo a título de tributo".
O deputado pede que o Ministério Público continue a investigar os negócios do sócio de Pelé.
"Está comprovada a contradição entre o salário do Hélio Viana e o movimento financeiro apresentado. Todo mundo diz que nada ficou provado, mas não é verdade. Não é papel da CPI levar à prisão. Cabe aos promotores concluírem as investigações", disse Rebelo, por meio de assessores.
Em entrevista na última sexta-feira, o deputado comunista disse que não poderia fazer nada se Pelé resolvesse acioná-lo. "Tentei preservar o mito Pelé durante as investigações. Se ele quer entrar na confusão, não posso fazer nada."
Além de pedir providências contra a suposta prática de crime contra o Fisco, Torres sugere o indiciamento de Viana por calúnia.
Durante depoimento na Câmara, o sócio de Pelé disse que procediam os rumores de que o Vasco, por meio de seu presidente, o deputado Eurico Miranda (PPB-RJ), solicitou o envio de US$ 11 milhões a um paraíso fiscal.
Segundo a CPI, Viana não apresentou provas que incriminassem Eurico, membro da comissão.
Hélio Viana se defende. "Só disse aos deputados que tinha a informação. Quem tinha poderes para investigar era a CPI, e ela não o fez", afirmou.
Procurado pela Folha, o deputado Silvio Torres não foi encontrado (FM)

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