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Palco da final, Morumbi é tormento santista
RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL
O Morumbi, a casa são-paulina
chamada de salão de festas pelos
corintianos, é um tormento para
os santistas na Libertadores.
A rica história do Santos no nobre torneio sul-americano é paupérrima no maior estádio particular do país. Foram três jogos e três
derrotas (um gol feito e, incrível,
nove sofridos) no Morumbi, que
abrigará o jogo de volta contra o
Boca Juniors na quarta-feira.
Para ser campeão continental
neste ano, o time da Vila Belmiro
terá que superar esse retrospecto
negativo, pois a Conmebol não
deixou a final contra o time argentino acontecer naquele que é
chamado de "alçapão" santista
-não comporta 40 mil pessoas.
O Santos já atuou em 18 estádios
na história da Libertadores. Só em
dois desses o clube de Pelé perdeu
mais do que ganhou: La Doble Visera, como é conhecido o estádio
do Independiente, e Morumbi.
No campo do heptacampeão da
Libertadores, porém, o Santos
atuou apenas uma vez. No estádio
são-paulino, os santistas foram
goleados por 5 a 0 pelo Flamengo,
perderam de 1 a 0 do América de
Cali e de 3 a 1 do Junior Barranquilla -os jogos foram em 1984.
Em alguns dos estádios mais famosos do continente, o Santos
nunca perdeu. Isso ocorre, por
exemplo, no Nacional (Chile), no
Hernando Siles (Bolívia) e no Atanasio Girardot (Colômbia).
Na Bombonera, assim como no
Monumental de Nuñez, no Azteca e no Centenário, lendários estádios da América, o time de Pelé
registra um aproveitamento de
50% de pontos na Libertadores.
Nos anos 60, o Santos mandou
jogos, além da Vila Belmiro, no
Maracanã e no Pacaembu. Conseguiu vitórias importantes nesses
estádios. Na campanha deste ano,
sempre em seu próprio campo na
condição de mandante, obteve
quatro vitórias e dois empates.
Se na Libertadores o Morumbi é
triste para o Santos, para o Boca
Juniors é o mais festivo estádio
brasileiro. Além do título em 2000
diante do Palmeiras, os argentinos eliminaram o Corinthians no
estádio são-paulino em 1991.
O técnico Carlos Bianchi ganhou no Morumbi os títulos da
Libertadores de 1994, pelo Vélez
Sarsfield, e de 2000, pelo Boca.
No auge do Santos, o estádio do
São Paulo ainda não estava totalmente concluído. Quando isso
aconteceu, a equipe de Pelé entrou em decadência. No Morumbi, os santistas ganharam apenas
três Paulistas (1973, 78 e 84). O título de maior expressão obtido
pelo clube nesse campo veio no
ano passado, com a conquista do
Brasileiro diante do Corinthians.
Pela quarta vez na história, a última partida de uma Libertadores
acontecerá no Morumbi. Nenhum outro estádio brasileiro decidiu tantas vezes o principal torneio interclubes do continente.
Considerado por alguns neutro
devido às dimensões de seu campo e à distância que a torcida fica
do gramado, o Morumbi já viu o
São Paulo (1994) e o Palmeiras
(2000) perderem títulos continentais para times argentinos.
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