São Paulo, segunda-feira, 26 de junho de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Brasil espera rigor no apito com a violência de Gana

Para jogadores, arbitragem tem coibido excesso de faltas no Mundial com o maior número de vermelhos da história

Juninho também espera oportunidades de gol para a seleção nas jogadas de bola parada; Parreira faz elogios a adversário de amanhã


DOS ENVIADOS A BERGISCH GLADBACH

O excesso de faltas de Gana não preocupa a seleção brasileira. Carlos Alberto Parreira e os jogadores dizem que o rigor da arbitragem desta Copa vai protegê-los dos pontapés.
E os números lhes dão razão. Nunca um Mundial viu tantos jogadores serem expulsos como agora. Já são 23 cartões vermelhos, média de 0,44 por jogo, bem mais do que o dobro da das 17 edições anteriores, de 0,18 expulsão por partida.
Segundo dados da Fifa, os amarelos também estão em alta. Na primeira fase, a média de 4,83 advertências por jogo desse tipo é a maior desde o Mundial de 1982 -a entidade não disponibiliza esses dados anteriores à Copa da Espanha.
Os jogadores brasileiros não escondem suas opiniões sobre o estilo faltoso dos africanos.
"As faltas que eles fazem são violentas mesmo. Mas isso não assusta porque a gente está vendo árbitros rigorosos, dando cartões para quem merece ser punido, inclusive o vermelho", disse o meia Zé Roberto. "Não tenho medo. Todo mundo está sujeito a uma lesão."
O zagueiro Juan, que forma com Lúcio a dupla de zaga menos faltosa do Mundial, critica todo o tipo de infração feita por Gana. "Tem de tudo. Falta violenta e também para parar o jogo. A gente não pode fazer nada. Mas os juízes estão aí para coibir a violência. Quem fizer falta violenta que receba o cartão vermelho", afirmou.
Roberto Carlos dá a receita para fugir das faltas dos rivais. "Tem que ser toca e pula", disse o lateral, o dono da língua mais afiada quando se trata de comentar o assunto Gana.
Juninho, um dos especialistas do grupo em bola parada, ressalta outro aspecto favorável da propensão de Gana a fazer faltas. "Ainda não tivemos muitas chances nas cobranças de falta. Se eles fizerem algumas perto da área, a gente pode tirar proveito disso", declarou.
Parreira também diz estar tranqüilo em relação aos pontapés africanos por causa do rigor do apito no Mundial da Alemanha. E faz fartos elogios à seleção do país que treinou na década de 60. "Eles sabem jogar. A inocência deles ficou para trás. Eles têm visão tática, além de força e habilidade."
Esta será a primeira vez que o Brasil enfrentará uma seleção africana em um mata-mata de Copa do Mundo -em Olimpíadas, já foi eliminado da luta pela medalha de ouro por Nigéria, em 1996, e Camarões, em 2000, que também esbanjavam força física e cometiam muitas faltas. (EDUARDO ARRUDA, PAULO COBOS, RICARDO PERRONE E SÉRGIO RANGEL)


Texto Anterior: Clima de já ganhou vem à tona com Ronaldo e Roberto Carlos
Próximo Texto: [+] Estatística: Equipes menos faltosas vão mais longe
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.