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Brasil espera rigor no apito com a violência de Gana
Para jogadores, arbitragem tem coibido excesso de faltas no Mundial com o maior número de vermelhos da história
Juninho também espera oportunidades de gol para a seleção nas jogadas de bola parada; Parreira faz elogios a adversário de amanhã
DOS ENVIADOS A BERGISCH GLADBACH
O excesso de faltas de Gana
não preocupa a seleção brasileira. Carlos Alberto Parreira e
os jogadores dizem que o rigor
da arbitragem desta Copa vai
protegê-los dos pontapés.
E os números lhes dão razão.
Nunca um Mundial viu tantos
jogadores serem expulsos como agora. Já são 23 cartões vermelhos, média de 0,44 por jogo,
bem mais do que o dobro da das
17 edições anteriores, de 0,18
expulsão por partida.
Segundo dados da Fifa, os
amarelos também estão em alta. Na primeira fase, a média de
4,83 advertências por jogo desse tipo é a maior desde o Mundial de 1982 -a entidade não
disponibiliza esses dados anteriores à Copa da Espanha.
Os jogadores brasileiros não
escondem suas opiniões sobre
o estilo faltoso dos africanos.
"As faltas que eles fazem são
violentas mesmo. Mas isso não
assusta porque a gente está
vendo árbitros rigorosos, dando cartões para quem merece
ser punido, inclusive o vermelho", disse o meia Zé Roberto.
"Não tenho medo. Todo mundo
está sujeito a uma lesão."
O zagueiro Juan, que forma
com Lúcio a dupla de zaga menos faltosa do Mundial, critica
todo o tipo de infração feita por
Gana. "Tem de tudo. Falta violenta e também para parar o jogo. A gente não pode fazer nada. Mas os juízes estão aí para
coibir a violência. Quem fizer
falta violenta que receba o cartão vermelho", afirmou.
Roberto Carlos dá a receita
para fugir das faltas dos rivais.
"Tem que ser toca e pula", disse
o lateral, o dono da língua mais
afiada quando se trata de comentar o assunto Gana.
Juninho, um dos especialistas do grupo em bola parada,
ressalta outro aspecto favorável da propensão de Gana a fazer faltas. "Ainda não tivemos
muitas chances nas cobranças
de falta. Se eles fizerem algumas perto da área, a gente pode
tirar proveito disso", declarou.
Parreira também diz estar
tranqüilo em relação aos pontapés africanos por causa do rigor do apito no Mundial da Alemanha. E faz fartos elogios à seleção do país que treinou na década de 60. "Eles sabem jogar.
A inocência deles ficou para
trás. Eles têm visão tática, além
de força e habilidade."
Esta será a primeira vez que o
Brasil enfrentará uma seleção
africana em um mata-mata de
Copa do Mundo -em Olimpíadas, já foi eliminado da luta pela
medalha de ouro por Nigéria,
em 1996, e Camarões, em 2000,
que também esbanjavam força
física e cometiam muitas faltas.
(EDUARDO ARRUDA, PAULO COBOS, RICARDO PERRONE E SÉRGIO RANGEL)
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