São Paulo, segunda-feira, 26 de junho de 2006

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Feitos marcam Hiddink e Itália

Contra Azzurra, 21 jogos invicta, técnico da Austrália faz 18ª partida em Copas sem dirigir campeões

Italianos querem se vingar do treinador holandês pela eliminação imposta pela Coréia comandada por ele na mesma fase em 2002

RODRIGO BUENO
ENVIADO ESPECIAL A STUTTGART

Itália e Guus Hiddink colocam hoje à prova seu histórico em Copas. A seleção tricampeã encara pelo segundo Mundial consecutivo, agora pela Austrália, o técnico que levou a Holanda e a Coréia do Sul às semifinais nos dois últimos Mundiais. O duelo será em Kaiserslautern, às 12h de Brasília.
A Squadra Azzurra vive uma série invicta (21 jogos) que não conhecia desde 1939, um ano após o bicampeonato mundial. Em Copas na Europa, não perde desde 1974, na Alemanha -são 15 vitórias e sete empates desde um 2 a 1 para a Polônia.
Já o holandês Hiddink completa seu 18º jogo de Copa sem ter treinado uma seleção campeã mundial. Os poucos homens que o superam em partidas de Mundial como técnico tiveram a vantagem de ter dirigido potências (Bearzot, Herberger, Parreira, Schoen e Zagallo) ou trabalharam em cinco Copas (Milutinovic) -Hiddink está na terceira.
Nenhum italiano esquece as oitavas de 2002, quando a Coréia de Hiddink venceu a Azzurra por 2 a 1 na prorrogação, com arbitragem polêmica.
"Os italianos são 100% favoritos. Esperamos fazer frente a eles o maior tempo possível. Estamos olhando o nosso próximo passo, mas será muito difícil", disse, humilde, Hiddink.
Os italianos, quem diria, destacam muito o jogo físico do rival. "É uma seleção forte fisicamente e muito bem treinada. Eles acreditam até o último minuto e têm um estilo agressivo, o dos times de Guus Hiddink. Jogam à inglesa. Temos que aproveitar as situações que tivermos e vingarmos aquela eliminação para a Coréia", disse Gilardino, único atacante confirmado na Itália.
E Hiddink assume o jogo físico de sua equipe. "O jogo moderno é muito mais de ataque, muito mais físico", afirma. O discurso é acompanhado por seus principais jogadores.
"Somos uma seleção de força física. Somos conhecidos por não termos medo de dividir", diz o atacante Viduka.
A Itália é o time com mais gols feitos por jogadores que saíram da reserva em Copas (13). Hoje, o zagueiro Materazzi, que entrou na vaga de Nesta contra a República Tcheca, tem nova chance, pois o melhor defensor do mundo segue contundido. Inzaghi, que também entrou e marcou no jogo passado, espera chance no ataque, setor em que Lippi tem mexido constantemente neste Mundial por não ter conseguido ainda achar uma dupla ideal.
Totti segue no time titular e está otimista em melhorar de produção após ver a família. "Passar qualquer hora com meu filho me ajuda a recuperar a energia", disse o meia-atacante, que foi com a mulher Ilary e o filho Christian ao zoológico de Düsseldorf na folga.
Na Austrália, o maior problema fica por conta do estado físico de Kewell, herói da classificação ao marcar contra a Croácia. Ele tem lesão muscular. Hiddink está em dúvida para substituir o suspenso Emerton. Milligan ou Culina podem entrar em seu lugar. E Schwarzer deve aparecer no gol.
"Nós respeitamos a Itália, mas nós não a tememos. E estou certo de que eles também nos respeitam. Nós jogamos bem contra o Brasil. Não sei por que temeríamos a Itália", disse o defensor Neill, sem citar que o Brasil venceu por 2 a 0.
O italiano Zambrotta até embasa a frase do rival. Espera sufoco. "No início dos jogos, nós sempre sofremos", afirmou ele.

NA TV - Itália x Austrália Globo, Sportv, Bandsports, Directv e ESPN Brasil, ao vivo, às 12h


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