São Paulo, terça-feira, 26 de junho de 2007

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Diretoria se manifesta e dá ultimato a Caio Jr.

Palmeiras vai até Jarinu, no interior paulista, se preparar para o clássico

Diretor do clube diz que a comissão técnica continua, mas exige "reação imediata" da equipe no confronto de sábado contra o Corinthians


RENAN CACIOLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Uma última chance para Caio Júnior tirar o Palmeiras do atoleiro. O recado da diretoria ficou claro após mais um tropeço no Brasileiro, anteontem, quando a equipe perdeu para o Atlético-PR por 2 a 0 em pleno Parque Antarctica.
De cara amarrada, o gerente de futebol, Toninho Cecílio, foi duro ao comentar a situação do treinador e da comissão técnica. "A comissão está mantida. Mas, ao mesmo tempo, queremos uma reação imediata", falou o dirigente, que preferiu não dizer se o treinador ficará no cargo em caso de derrota no clássico contra o Corinthians, no sábado, no Morumbi.
"Não quero falar sobre o que poderá acontecer. Vamos analisar [o Corinthians] como um grande adversário a ser batido."
Na busca de, postos os problemas internos na mesa, espantar a crise e reagir no campeonato, o time vai a Jarinu (71 km da capital) amanhã à noite para um retiro psicológico.
"Queremos que haja mais conversa, convivência. Uma concentração maior mesmo", afirmou o dirigente.
Apesar de admitir que "isso não ganha nem perde jogo", ele disse que a medida era o que podia ser feito pela diretoria na semana que antecede o clássico para reagir no Nacional (o time é o 13º, com oito pontos).
A equipe viaja após o treino vespertino e retorna na sexta-feira, depois do almoço.
Toninho também fez questão de deixar claro que apenas um bom resultado frente ao rival não será a salvação do time.
"Queremos uma campanha consistente. Estamos devedores com a torcida", ressaltou.
Diante da fraca campanha -em sete jogos foram duas vitórias, dois empates e três derrotas (sendo duas no Parque Antarctica)-, o clima esteve carregado, ontem, na reapresentação do elenco.
Apenas os reservas treinaram com bola. Os titulares fizeram musculação na academia.
O atacante Max, único atleta a conceder entrevista, não poupou nem mesmo a si próprio ao comentar a decepcionante atuação do Palmeiras.
"Sinceramente, acho que não fui bem. Não foi a estréia que eu esperava", declarou o jogador, que no domingo fez sua primeira partida pelo clube.
Mesmo que o tropeço contra os paranaenses tenha potencializado a tensão no Palmeiras, ela não é de agora.
Na semana passada, críticas vindas de dentro do time contra Caio Jr., que estaria favorecendo os atletas contratados junto ao seu ex-clube, o Paraná, já agitaram o ambiente. A direção e o treinador palmeirenses negaram a suposta preferência aos jogadores "sulistas".
Fora de campo, a diretoria admite o atraso de 20 dias nos vencimentos dos jogadores. Mas, de acordo com o gerente de futebol, isso não pode servir como desculpa para o baixo rendimento dos atletas.
"Se eu sentir isso [corpo mole], [o jogador] vai embora. E não mandamos ninguém embora hoje [ontem]", disse Toninho, dando a entender que, até agora, a diretoria não detectou esse tipo de atitude no elenco.


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