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Nuzman quer medalhas como prêmio
Em discurso a atletas, presidente do COB cita esforço para fazer o Pan e diz esperar que todos honrem o esporte do país
Dirigente, inicialmente, evita cobrar pódios, porém, depois, pede muitos; chefe de missão ressalta que meta maior é superar o Canadá
ADALBERTO LEISTER FILHO
ENVIADO ESPECIAL AO RIO
O COB (Comitê Olímpico
Brasileiro) iniciou a pressão
por medalhas sobre a delegação
que disputará o Pan do Rio.
Ontem, durante videoconferência promovida pelo comitê,
Carlos Arthur Nuzman, presidente da entidade, não escondeu sua expectativa por bons
resultados dos atletas.
O dirigente iniciou o discurso
de forma amena. "As pessoas
sabem que não cobro medalhas. Quem sou eu para cobrar
medalhas?", questionou Nuzman, cuja fala foi acompanhada
por cerca de 250 integrantes da
delegação brasileira, entre atletas, técnicos e chefes de equipe.
Pouco depois, porém, mudou
o tom ao falar sobre as novas
arenas. "Foi feito um grande esforço para entregar os palcos
para vocês honrarem o esporte
brasileiro. Esse esforço todos
vocês têm que reconhecer."
No final, escancarou sua vontade. "Espero que vocês possam me premiar com medalhas. Sei que vão ser muitas."
O maior objetivo brasileiro,
destacado ontem pelo chefe de
missão, Marcus Vinícius Freire, é superar o Canadá na classificação geral, o que deve dar
ao Brasil o terceiro posto no
quadro de medalhas, atrás de
EUA e Cuba. "Esse deve ser o
melhor resultado do Brasil em
Jogos Pan-Americanos", disse.
Além do Rio, a videoconferência pôde ser vista em telões
de São Paulo, Curitiba, Belo
Horizonte, Porto Alegre e DF.
A apresentação abordou temas como condição das instalações, desfile nas cerimônias de
abertura e encerramento, acomodação na Vila Pan-Americana, exames antidoping e distribuição dos uniformes.
Nuzman, que também preside o Co-Rio (comitê organizador dos Jogos), justificou o
atraso das obras do Pan dizendo que o problema é global. "As
pessoas dizem que os Jogos de
Pequim [em 2008] não sofrem
com atrasos. Não é verdade. O
Estádio Olímpico não ficará
pronto no prazo. Só deve ser
entregue em março ou abril."
Apesar de contar com cerca
de 10 mil atletas de mais de 200
países, a Olimpíada, para Nuzman, é um desafio menor do
que abrigar o Pan, que contará
com 5.500 competidores de 42
nações. "Nos Jogos Olímpicos,
a cidade tem sete anos para organizar 300 eventos. No Pan,
são cinco anos para 332 eventos. É 10% a mais", observou.
Para ele, o aumento dos gastos do Pan tem explicação lógica. "O primeiro orçamento, de
2003, era de R$ 225 milhões.
Hoje é de R$ 1 bilhão. Se convertermos os valores da época
para agora, chegaremos a isso."
Os gastos com os Jogos, somando-se as despesas das três
esferas governamentais (federal, estadual e municipal), são
de cerca de R$ 3,8 bilhões.
"O esporte não pode ser acusado de tirar dinheiro de outras
áreas. Como diria Nelson Mandela, "o esporte muda a juventude de uma nação'", completou o presidente do COB.
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