São Paulo, terça-feira, 26 de junho de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Nuzman quer medalhas como prêmio

Em discurso a atletas, presidente do COB cita esforço para fazer o Pan e diz esperar que todos honrem o esporte do país

Dirigente, inicialmente, evita cobrar pódios, porém, depois, pede muitos; chefe de missão ressalta que meta maior é superar o Canadá


ADALBERTO LEISTER FILHO
ENVIADO ESPECIAL AO RIO

O COB (Comitê Olímpico Brasileiro) iniciou a pressão por medalhas sobre a delegação que disputará o Pan do Rio.
Ontem, durante videoconferência promovida pelo comitê, Carlos Arthur Nuzman, presidente da entidade, não escondeu sua expectativa por bons resultados dos atletas.
O dirigente iniciou o discurso de forma amena. "As pessoas sabem que não cobro medalhas. Quem sou eu para cobrar medalhas?", questionou Nuzman, cuja fala foi acompanhada por cerca de 250 integrantes da delegação brasileira, entre atletas, técnicos e chefes de equipe.
Pouco depois, porém, mudou o tom ao falar sobre as novas arenas. "Foi feito um grande esforço para entregar os palcos para vocês honrarem o esporte brasileiro. Esse esforço todos vocês têm que reconhecer."
No final, escancarou sua vontade. "Espero que vocês possam me premiar com medalhas. Sei que vão ser muitas."
O maior objetivo brasileiro, destacado ontem pelo chefe de missão, Marcus Vinícius Freire, é superar o Canadá na classificação geral, o que deve dar ao Brasil o terceiro posto no quadro de medalhas, atrás de EUA e Cuba. "Esse deve ser o melhor resultado do Brasil em Jogos Pan-Americanos", disse.
Além do Rio, a videoconferência pôde ser vista em telões de São Paulo, Curitiba, Belo Horizonte, Porto Alegre e DF.
A apresentação abordou temas como condição das instalações, desfile nas cerimônias de abertura e encerramento, acomodação na Vila Pan-Americana, exames antidoping e distribuição dos uniformes.
Nuzman, que também preside o Co-Rio (comitê organizador dos Jogos), justificou o atraso das obras do Pan dizendo que o problema é global. "As pessoas dizem que os Jogos de Pequim [em 2008] não sofrem com atrasos. Não é verdade. O Estádio Olímpico não ficará pronto no prazo. Só deve ser entregue em março ou abril."
Apesar de contar com cerca de 10 mil atletas de mais de 200 países, a Olimpíada, para Nuzman, é um desafio menor do que abrigar o Pan, que contará com 5.500 competidores de 42 nações. "Nos Jogos Olímpicos, a cidade tem sete anos para organizar 300 eventos. No Pan, são cinco anos para 332 eventos. É 10% a mais", observou.
Para ele, o aumento dos gastos do Pan tem explicação lógica. "O primeiro orçamento, de 2003, era de R$ 225 milhões. Hoje é de R$ 1 bilhão. Se convertermos os valores da época para agora, chegaremos a isso."
Os gastos com os Jogos, somando-se as despesas das três esferas governamentais (federal, estadual e municipal), são de cerca de R$ 3,8 bilhões.
"O esporte não pode ser acusado de tirar dinheiro de outras áreas. Como diria Nelson Mandela, "o esporte muda a juventude de uma nação'", completou o presidente do COB.


Texto Anterior: Soninha: "Precisa mudar!'
Próximo Texto: Greve: Dançarinos fazem exigência
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.