São Paulo, sábado, 26 de junho de 2010

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Seleção pega rota mais fácil até a decisão

Em teoria, Holanda é o principal adversário no caminho até a final

DOS ENVIADOS A DURBAN

O primeiro lugar do Grupo G deu ao Brasil um caminho teoricamente mais fácil até a final da Copa do Mundo.
A chave brasileira prevê partidas contra alguns rivais de pouca tradição até as semifinais e o cruzamento com as campeãs mundiais Argentina, Alemanha ou Inglaterra somente na decisão.
Além de enfrentar o Chile nas oitavas de final, na segunda-feira, em Johannesburgo, os brasileiros teriam seu confronto mais difícil antes da final nas quartas, se a Holanda bater a Eslováquia.
Historicamente, porém, os europeus têm retrospecto negativo contra o Brasil em Copas. Os holandeses superaram os brasileiros em 1974, mas caíram nos dois últimos confrontos. Em 1994, nas quartas, após um 3 a 2, e em 1998, nas semifinais, com uma derrota nos pênaltis.
Se chegarem até as semifinais, os brasileiros enfrentarão Uruguai, EUA, Gana ou Coreia do Sul. Somente o primeiro, bicampeão, tem tradição em Copas do Mundo.
O caminho brasileiro, porém, não empolga o técnico Dunga. Na visão dele, equipes tradicionais já não fazem mais diferença no Mundial.
"A gente brinca que o futebol é uma caixinha de surpresas e hoje não tem surpresa. Os melhores estão aqui, o futebol está globalizado", afirmou ele, ao comentar as eliminações de França e Itália, a atual campeã mundial, ainda na primeira fase.
"Nós, que vivemos no futebol, temos que deixar de lado esse negócio de tradição. Já foi a época em que o time olhava para o lado, via o time de tradição e corria. Hoje todo treinador vai fazer curso fora, na Europa, tem os mesmos treinamentos e as mesmas informações. Os times de tradição têm que abrir os olhos", prega Dunga.
Segundo o treinador brasileiro, o Mundial sul-africano se caracteriza pela "organização tática" das equipes. Por essa razão, avalia Dunga, as seleções têm tido pouco espaço para trabalhar a bola e construir as jogadas.
"Todas as equipes, quando estão sem a bola, voltam para marcar. A Nova Zelândia não é tradicional, mas conseguiu três empates. Não perdeu, está de parabéns. A gente gosta de falar do passado, mas não era assim também. Não tinha muitos gols", afirmou o treinador gaúcho.
Dunga tem repetido que, nesta Copa, se aparecer uma chance de gol, ela deve ser aproveitada. "Porque não haverá muitas." (EDUARDO ARRUDA, MARTÍN FERNANDEZ, PAULO COBOS E SÉRGIO RANGEL)


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