São Paulo, Sábado, 26 de Junho de 1999
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STOP & GO
Até que enfim

JOSÉ HENRIQUE MARIANTE

E, do além, Gil de Ferran encerra o longo jejum de vitórias brasileiras na Indy. Em grande estilo, com tática de risco, corrida pensada, algo incomum para a Walker, o time que já deixou o brasileiro de Paris na mão diversas vezes, muitas delas em momentos cruciais da corrida.
Vence, aliás, em momento muito propício, já que neste fim-de-semana correrá em Cleveland, onde já fez pole (1995) e venceu (1996), na corrida vale-tudo da Indy, a mais divertida das bobagens que a categoria apresenta em seu calendário.
Na teoria, a fase de mistos tende a favorecer os estrangeiros. Mas, nos últimos anos, havia Zanardi a bordo de um carro da Ganassi, talvez o melhor conjunto que a Indy produziu nesta década cheia de mudanças.
Claro, a excepcional passagem do italiano pelos Estados Unidos não é suficiente para explicar o fracasso dos brasileiros.
É mais fácil acreditar que existem projetos sérios na Indy, o da Ganassi é o principal modelo, e que nenhum envolve pilotos do nosso glorioso bananal.
A razão do fenômeno já foi exaustivamente discutida por esta coluna. A ausência de resultados apenas confirma a tese.
A matemática é simples: ao contrário do que acontece na Europa, nos Estados Unidos os responsáveis pelo esporte acharam um modo lucrativo de administrar carreira de pilotos. E muitos deles contentam-se com os salários razoáveis e as casas com piscina em Miami.
Só que tal sistema é falho, não garante sucesso, que, como sempre acontece no automobilismo, é algo caro, complexo, que exige muito mais do que bons financistas e advogados.
Gil, infelizmente, não é exceção. Sua vitória deve ser creditada mais ao esforço da Goodyear, que tenta escapar do maior fiasco de sua história, do que a uma fantasiosa ressurreição da Walker, apenas um time médio, de recursos igualmente medianos.
Que Gil saiba aproveitar essa inusitada fase, algo raro.

NOTAS

Calendário
Para encaixar o GP dos EUA no ano que vem, a FIA acabou quebrando diversas tradições. E, de australianos a franceses, passando por monegascos e ingleses, a chiadeira foi total. A ser ratificado na próxima reunião do Conselho Mundial, em outubro, está claro que o calendário deverá ser alterado.

Cigarro
Depois de Tony Blair ter anunciado o fim da publicidade tabagista para o final do ano, a indústria do setor chegou a cogitar a quebra do acordo de cavalheiros que vigora na Inglaterra e que veta a publicidade de cigarros no GP da Inglaterra. Dizem que Eddie Jordan teve que rebolar para impedir que os executivos de seu principal patrocinador não exigissem a marca Benson & Hedges nos carros da equipe na próxima corrida, em Silverstone.

Pneus
Pesquisa aponta: todos os pilotos da F-1 preferem os slicks.


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