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STOP & GO
Até que enfim
JOSÉ HENRIQUE MARIANTE
E, do além, Gil de Ferran encerra o longo jejum de vitórias
brasileiras na Indy. Em grande
estilo, com tática de risco, corrida pensada, algo incomum para
a Walker, o time que já deixou o
brasileiro de Paris na mão diversas vezes, muitas delas em
momentos cruciais da corrida.
Vence, aliás, em momento
muito propício, já que neste fim-de-semana correrá em Cleveland, onde já fez pole (1995) e
venceu (1996), na corrida vale-tudo da Indy, a mais divertida
das bobagens que a categoria
apresenta em seu calendário.
Na teoria, a fase de mistos tende a favorecer os estrangeiros.
Mas, nos últimos anos, havia
Zanardi a bordo de um carro da
Ganassi, talvez o melhor conjunto que a Indy produziu nesta
década cheia de mudanças.
Claro, a excepcional passagem
do italiano pelos Estados Unidos não é suficiente para explicar o fracasso dos brasileiros.
É mais fácil acreditar que existem projetos sérios na Indy, o da
Ganassi é o principal modelo, e
que nenhum envolve pilotos do
nosso glorioso bananal.
A razão do fenômeno já foi
exaustivamente discutida por
esta coluna. A ausência de resultados apenas confirma a tese.
A matemática é simples: ao
contrário do que acontece na
Europa, nos Estados Unidos os
responsáveis pelo esporte acharam um modo lucrativo de administrar carreira de pilotos. E
muitos deles contentam-se com
os salários razoáveis e as casas
com piscina em Miami.
Só que tal sistema é falho, não
garante sucesso, que, como sempre acontece no automobilismo,
é algo caro, complexo, que exige
muito mais do que bons financistas e advogados.
Gil, infelizmente, não é exceção. Sua vitória deve ser creditada mais ao esforço da Goodyear,
que tenta escapar do maior fiasco de sua história, do que a uma
fantasiosa ressurreição da Walker, apenas um time médio, de
recursos igualmente medianos.
Que Gil saiba aproveitar essa
inusitada fase, algo raro.
NOTAS
Calendário
Para encaixar o GP dos EUA
no ano que vem, a FIA acabou
quebrando diversas tradições.
E, de australianos a franceses,
passando por monegascos e ingleses, a chiadeira foi total. A
ser ratificado na próxima reunião do Conselho Mundial, em
outubro, está claro que o calendário deverá ser alterado.
Cigarro
Depois de Tony Blair ter
anunciado o fim da publicidade tabagista para o final do ano,
a indústria do setor chegou a
cogitar a quebra do acordo de
cavalheiros que vigora na Inglaterra e que veta a publicidade de cigarros no GP da Inglaterra. Dizem que Eddie Jordan
teve que rebolar para impedir
que os executivos de seu principal patrocinador não exigissem
a marca Benson & Hedges nos
carros da equipe na próxima
corrida, em Silverstone.
Pneus
Pesquisa aponta: todos os pilotos da F-1 preferem os slicks.
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