São Paulo, quinta-feira, 26 de julho de 2007

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Salto alto

Campeão com a vara e na distância, Brasil domina segmento e cola em Cuba no quadro de medalhas

Lalo de Almeida/Folha Imagem
Maurren Maggi, campeã no salto em distância, com 6,84 m

ADALBERTO LEISTER FILHO
EDGARD ALVES
PAULO COBOS
ENVIADOS ESPECIAIS AO RIO

O atletismo brasileiro mostrou ontem, com a vitória de Maurren Maggi, que é a terra dos saltos. O país deu um salto no quadro de medalhas, emparelhando com Cuba a disputa pelo segundo lugar no Pan.
Dois dos três títulos do Brasil na modalidade vieram em competições desse tipo, com Fabiana Murer, no salto com vara, e Maurren, campeã do salto em distância. Keila Costa, sua colega de treinos, ficou com a prata.
"Essa medalha representa uma retomada depois de tudo o que passei na minha vida", disse Maurren, referindo-se aos dois anos afastada das pistas devido à suspensão por doping.
Maior nome do atletismo nacional, ela ficou fora do Pan de Santo Domingo-2003. Seu nome surgiu em outro Pan, o de Winnipeg-1999, quando foi ouro no salto em distância.
Não bastasse o ouro da saltadora, outro título considerado quase certo é o de Jadel Gregório, que disputa no sábado o salto triplo. O brasileiro quebrou neste ano o recorde sul-americano da prova, que estava em poder de João do Pulo havia 32 anos. Jadel cravou 17,90 m, na melhor marca do ano na prova.
No salto com vara, no qual o Brasil não tinha tradição, Fábio Gomes da Silva também aparece com boas possibilidades -sua prova também é sábado.
Neste ano, Fábio bateu outro recorde sul-americano de décadas. Em junho, saltou 5,77 m e superou a marca de Thomas Hintnaus, que durava 22 anos.
No salto em altura, amanhã, Jessé Farias de Lima tenta um pódio. Até em provas em que o Brasil não levou medalha, como no salto em distância masculino, há participação do país no triunfo dos rivais. Irving Saladino, campeão da prova, treina no Brasil com Nélio Moura.
"A evolução brasileira nas provas de saltos é real, e pode ser quantificada no ranking mundial. Hoje temos alguns nomes excepcionais. Vários atletas fazem parte do grupo de elite, o que denota a existência de talentos e de um trabalho bem fundamentado de desenvolvimento", afirmou Nélio.
"Estamos conseguindo aos poucos juntar o talento natural com programas racionais de desenvolvimento", completou.
Keila, 24, e Maurren, 31, voltam ao estádio João Havelange amanhã para travar novo duelo, também no triplo. Dessa vez, o favoritismo pende para Keila. "É a minha prova. Espero saltar acima de 15 m e vencer."
No quadro de medalhas, o Brasil chegou a passar à frente de Cuba ontem, por cerca de uma hora e 20 minutos. Com a vitória de Hudson de Souza nos 1.500 m, o país empatou com os cubanos em ouros (33) e superava os rivais nas pratas. Porém os cubanos conquistaram mais dois títulos em lutas, enquanto o Brasil só teve o de Maurren.
A disputa equilibrada com Cuba é muito mais do que o Comitê Olímpico Brasileiro planejava. Nos planos do COB, o terceiro lugar na classificação geral, à frente do Canadá, já cumpriria o objetivo do país no Pan. Resta saber se a euforia terá terá duração nos quatro dias que ainda restam de disputa.


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