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Salto alto
Campeão com a vara e na distância, Brasil domina segmento e cola em Cuba no quadro de medalhas
Lalo de Almeida/Folha Imagem
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Maurren Maggi, campeã no salto em distância, com 6,84 m
ADALBERTO LEISTER FILHO
EDGARD ALVES
PAULO COBOS
ENVIADOS ESPECIAIS AO RIO
O atletismo brasileiro mostrou ontem, com a vitória de
Maurren Maggi, que é a terra
dos saltos. O país deu um salto
no quadro de medalhas, emparelhando com Cuba a disputa
pelo segundo lugar no Pan.
Dois dos três títulos do Brasil
na modalidade vieram em competições desse tipo, com Fabiana Murer, no salto com vara, e
Maurren, campeã do salto em
distância. Keila Costa, sua colega de treinos, ficou com a prata.
"Essa medalha representa
uma retomada depois de tudo o
que passei na minha vida", disse Maurren, referindo-se aos
dois anos afastada das pistas
devido à suspensão por doping.
Maior nome do atletismo nacional, ela ficou fora do Pan de
Santo Domingo-2003. Seu nome surgiu em outro Pan, o de
Winnipeg-1999, quando foi ouro no salto em distância.
Não bastasse o ouro da saltadora, outro título considerado
quase certo é o de Jadel Gregório, que disputa no sábado o salto triplo. O brasileiro quebrou
neste ano o recorde sul-americano da prova, que estava em
poder de João do Pulo havia 32
anos. Jadel cravou 17,90 m, na
melhor marca do ano na prova.
No salto com vara, no qual o
Brasil não tinha tradição, Fábio
Gomes da Silva também aparece com boas possibilidades
-sua prova também é sábado.
Neste ano, Fábio bateu outro
recorde sul-americano de décadas. Em junho, saltou 5,77 m e
superou a marca de Thomas
Hintnaus, que durava 22 anos.
No salto em altura, amanhã,
Jessé Farias de Lima tenta um
pódio. Até em provas em que o
Brasil não levou medalha, como no salto em distância masculino, há participação do país
no triunfo dos rivais. Irving Saladino, campeão da prova, treina no Brasil com Nélio Moura.
"A evolução brasileira nas
provas de saltos é real, e pode
ser quantificada no ranking
mundial. Hoje temos alguns
nomes excepcionais. Vários
atletas fazem parte do grupo de
elite, o que denota a existência
de talentos e de um trabalho
bem fundamentado de desenvolvimento", afirmou Nélio.
"Estamos conseguindo aos
poucos juntar o talento natural
com programas racionais de
desenvolvimento", completou.
Keila, 24, e Maurren, 31, voltam ao estádio João Havelange
amanhã para travar novo duelo, também no triplo. Dessa vez,
o favoritismo pende para Keila.
"É a minha prova. Espero saltar
acima de 15 m e vencer."
No quadro de medalhas, o
Brasil chegou a passar à frente
de Cuba ontem, por cerca de
uma hora e 20 minutos. Com a
vitória de Hudson de Souza nos
1.500 m, o país empatou com os
cubanos em ouros (33) e superava os rivais nas pratas. Porém
os cubanos conquistaram mais
dois títulos em lutas, enquanto
o Brasil só teve o de Maurren.
A disputa equilibrada com
Cuba é muito mais do que o Comitê Olímpico Brasileiro planejava. Nos planos do COB, o
terceiro lugar na classificação
geral, à frente do Canadá, já
cumpriria o objetivo do país no
Pan. Resta saber se a euforia terá terá duração nos quatro dias
que ainda restam de disputa.
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