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ATLETISMO
Título faz dos 1.500 m a prova de ouro do país
Hudson de Souza fatura a 6ª vitória do Brasil na prova, que supera salto triplo
Atleta de 30 anos conquista o bi, mas já pensa em se transferir para os 3.000 m com obstáculos e para os 5.000 m por causa da idade
DOS ENVIADOS AO RIO
Hudson de Souza, 30, isolou
os 1.500 m masculino como a
prova do atletismo com mais
ouros para o Brasil na história
dos Jogos Pan-Americanos.
Ele venceu a prova no Rio (é
agora bicampeão continental)
com o tempo de 3min36s32,
novo recorde da competição
-o anterior pertencia a Joaquim Cruz, um dos cinco brasileiros que antes havia triunfado
na prova de meio-fundo.
Até ontem, os 1.500 m dividiam o feito de recordistas de
ouros com o salto triplo masculino. No sábado, Jadel Gregório, favorito, pode igualar novamente essa disputa.
A corrida também tem um
predomínio mais recente -o
Brasil venceu os 1.500 m em 6
das últimas 7 edições. Já no salto triplo o país não vai ao topo
do pódio desde San Juan-1979,
com João do Pulo.
Hudson, que em Santo Domingo ficou com o ouro na prova com um tempo quase dez segundos pior, estranhou o ritmo
forte da prova -cinco corredores superaram ontem a antiga
marca de Joaquim Cruz.
"Estou muito feliz por bater o
recorde do Joaquim numa prova como essa. Esperava um ritmo bem lento, mas acabou sendo muito forte", disse o brasiliense, que deve deixar de correr os 1.500 m em breve.
Segundo ele, a idade o está
deixando mais lento. Por isso,
vai migrar para os 3.000 m com
obstáculos e para os 5.000 m,
talvez já para a Olimpíada de
Pequim-2008. Antes, vai correr
os 1.500 m no Mundial de Osaka, no Japão, em agosto.
A justificativa para o ritmo
mais puxado foi o cubano Mauris Castillo, que arrancou forte,
mas, depois, perdeu o fôlego e
acabou apenas em décimo lugar entre 15 concorrentes.
Mas, como é praxe no Pan do
Rio, a marca de um vencedor do
atletismo não impressiona em
termos mundiais. O recorde do
Pan obtido ontem pelo brasileiro não o colocaria nem entre as
40 melhores marcas do ano no
ranking da Iaaf, a federação internacional do atletismo.
Hudson é cauteloso ao falar
sobre as suas chances na China.
"Jogos Olímpicos têm mais
quatro continentes. Têm os europeus e os africanos, que são
adversários bem mais fortes",
reconheceu Hudson, que ficou
fora das pistas em boa parte do
ano passado por causa de uma
lesão no tendão de aquiles. Depois de recuperado, fez uma
temporada de treinos em altitude na Europa visando o Pan.
Sua comemoração seguiu o
padrão da modalidade no Engenhão. Um voluntário entregou uma bandeira do Brasil a
Hudson, que deu uma volta
olímpica para ser ovacionado.
As provas do atletismo têm
um descanso hoje. Além de Jadel, o Brasil tem boas chances
de ouro no salto triplo feminino e nas provas de revezamento, que fecham a modalidade no
sábado.
(ADALBERTO LEISTER FILHO E PAULO COBOS)
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