São Paulo, quinta-feira, 26 de julho de 2007

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ATLETISMO

Título faz dos 1.500 m a prova de ouro do país

Hudson de Souza fatura a 6ª vitória do Brasil na prova, que supera salto triplo

Atleta de 30 anos conquista o bi, mas já pensa em se transferir para os 3.000 m com obstáculos e para os 5.000 m por causa da idade

DOS ENVIADOS AO RIO

Hudson de Souza, 30, isolou os 1.500 m masculino como a prova do atletismo com mais ouros para o Brasil na história dos Jogos Pan-Americanos.
Ele venceu a prova no Rio (é agora bicampeão continental) com o tempo de 3min36s32, novo recorde da competição -o anterior pertencia a Joaquim Cruz, um dos cinco brasileiros que antes havia triunfado na prova de meio-fundo.
Até ontem, os 1.500 m dividiam o feito de recordistas de ouros com o salto triplo masculino. No sábado, Jadel Gregório, favorito, pode igualar novamente essa disputa.
A corrida também tem um predomínio mais recente -o Brasil venceu os 1.500 m em 6 das últimas 7 edições. Já no salto triplo o país não vai ao topo do pódio desde San Juan-1979, com João do Pulo.
Hudson, que em Santo Domingo ficou com o ouro na prova com um tempo quase dez segundos pior, estranhou o ritmo forte da prova -cinco corredores superaram ontem a antiga marca de Joaquim Cruz.
"Estou muito feliz por bater o recorde do Joaquim numa prova como essa. Esperava um ritmo bem lento, mas acabou sendo muito forte", disse o brasiliense, que deve deixar de correr os 1.500 m em breve.
Segundo ele, a idade o está deixando mais lento. Por isso, vai migrar para os 3.000 m com obstáculos e para os 5.000 m, talvez já para a Olimpíada de Pequim-2008. Antes, vai correr os 1.500 m no Mundial de Osaka, no Japão, em agosto.
A justificativa para o ritmo mais puxado foi o cubano Mauris Castillo, que arrancou forte, mas, depois, perdeu o fôlego e acabou apenas em décimo lugar entre 15 concorrentes.
Mas, como é praxe no Pan do Rio, a marca de um vencedor do atletismo não impressiona em termos mundiais. O recorde do Pan obtido ontem pelo brasileiro não o colocaria nem entre as 40 melhores marcas do ano no ranking da Iaaf, a federação internacional do atletismo.
Hudson é cauteloso ao falar sobre as suas chances na China. "Jogos Olímpicos têm mais quatro continentes. Têm os europeus e os africanos, que são adversários bem mais fortes", reconheceu Hudson, que ficou fora das pistas em boa parte do ano passado por causa de uma lesão no tendão de aquiles. Depois de recuperado, fez uma temporada de treinos em altitude na Europa visando o Pan.
Sua comemoração seguiu o padrão da modalidade no Engenhão. Um voluntário entregou uma bandeira do Brasil a Hudson, que deu uma volta olímpica para ser ovacionado.
As provas do atletismo têm um descanso hoje. Além de Jadel, o Brasil tem boas chances de ouro no salto triplo feminino e nas provas de revezamento, que fecham a modalidade no sábado. (ADALBERTO LEISTER FILHO E PAULO COBOS)


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