São Paulo, quinta-feira, 26 de julho de 2007

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CARATÊ

Excluídos dão ao país 3 medalhas

Não-olímpico e sem Lei Piva, esporte recebe ajuda de custo para atuar no Rio

Caratecas faturam dois títulos e uma prata e vêem presidente da confederação dizer que entrega o cargo se não faturar mais um ouro

LUÍS FERRARI
ENVIADO ESPECIAL AO RIO

No Pan, evento que é tido como vestibular para o Brasil receber uma Olimpíada, coube ao caratê, esporte não-olímpico, o papel de única modalidade de disputas individuais em que o país disputou 100% das finais até o momento.
Ontem foram dois ouros, com Lucélia de Carvalho, 29, e Juarez Santos, 28, e uma prata, com Carlos Lourenço, 22.
Foi o terceiro título da carateca em Pans, um recorde na história do país nos Jogos.
Como a confederação de caratê não conta com ajuda da Lei Piva, que destina recursos de loterias a modalidades olímpicas, a entidade recebeu ajuda de custo do COB (Comitê Olímpico Brasileiro) para preparar a equipe para o Pan.
"Não viemos em aventura", declarou Edgard Ferraz de Oliveira, presidente da confederação, antes de narrar como negociou recursos com o COB.
"No ano passado, pedi apoio a eles. Fui aos dirigentes do comitê e falei: "Se o caratê não der ao menos três medalhas de ouro, no dia seguinte ao fim do torneio, entrego minha carta de demissão da confederação"."
Confiante, Oliveira disse ainda que, se o Brasil não ganhar ao menos um ouro nas três categorias em disputa hoje, ele entrega sua carta de demissão à reportagem.
O dirigente preferiu não comentar as dificuldades de custeio do esporte: "Não vamos cantar miséria, caminhamos com nossas próprias pernas".
Mas o técnico José Carlos Gomes de Oliveira lembrou, por exemplo, que os três psicólogos, dois nutricionistas e o preparador físico da seleção brasileira trabalham voluntariamente para o time.
Como ele e o presidente da entidade, os atletas deixaram o Miécimo da Silva otimistas para os outros dias de disputa.
"A torcida empurrou, vim bem concentrado, e o resultado está aí. Todos da equipe estão bem e com chances de medalha", disse Santos, dono de "12 a 15 títulos brasileiros".
Ele contou que só passou em duas das sete disciplinas do curso de educação física porque priorizou os treinos do Pan.


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