São Paulo, domingo, 26 de julho de 2009

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JUCA KFOURI

Do Prudentão para o mundo


Corinthians e Palmeiras fazem um clássico tipo exportação. E mais fariam se mantivessem seus artistas


NÃO, NEM pensar que no clássico deste domingo, na lonjura de Presidente Prudente, ao lado de Ronaldo poderia estar Tevez. E que Diego Souza poderia ter a companhia de Vagner Love.
Pra que, afinal, ir tão longe? Basta ter saudades de Keirrison e de Cristian, que estavam aqui até agora mesmo e voaram.
Tudo bem que um ainda foi para a Europa de cima. Só que o outro foi para a Turquia.
Mas, sim, segurá-los quem há de? Ninguém discute a força do Barcelona em comparação com os nossos clubes, mas o Fenerbahce... Ora, o Fenerbahce há anos tem um 10 que ninguém tem por aqui, chamado Alex, craque de bola, que em vez de lançar Keirrison, ou Diego Souza, ou Vagner Love, terá mais liberdade para criar com o valente Cristian a protegê-lo.
Passados os torneios que dividiam as atenções com o Brasileirão, terminadas as Copas do Brasil e Libertadores, eis que agora torcemos para que chegue logo o dia 31 de agosto, quando se fechará a janela de transferências. Porque nem disso somos capazes de cuidar, ou seja, nem um calendário que acompanhe o que se faz pelo mundo afora a dona CBF sabe fazer, mais preocupada em financiar as campanhas dos Sarney, Calheiros e companhia bela.
Nada, no entanto -porque adoramos que nos façam de trouxas-, que impeça olharmos com olhos gulosos para o jogo desta tarde, entre o segundo e o quarto colocados do campeonato, torcendo ainda para que o Inter tenha tropeçado no Botafogo e que o Galo venha a ser surpreendido pelo Goiás.
Sim, este Corinthians x Palmeiras tem ingredientes suficientes para colarmos na TV à espera de ver Ronaldo subir outra vez no alambrado ou de curtir os milagres de Felipe e Marcos ou os tirambaços de fora da área de Diego Souza.
E num clima aparentemente de paz, mérito das duas direções, que têm conseguido trazer de volta à civilização a rivalidade mais tradicional de São Paulo, coisa muito diferente de inimizade.
Dizer que não há favorito num jogo desses é mais que dizer o óbvio e nada tem a ver com murismos.
Porque o Palmeiras venderá caríssimo uma eventual segunda derrota seguida e o Corinthians, em estado de graça, anda brincando com fogo, razão pela qual tudo pode acontecer.
Inclusive nada.
Claro, porque um prudente empate poderá agradar a cada presidente e a cada técnico (interino ou titular, ou em vias de assumir), assim como aos jogadores, que sabem como é ruim viver os dias seguintes a uma derrota no Derby.
Mas o que importa é que hoje tem Corinthians x Palmeiras, clássico que o mundo não deixaria de ver se os dois exportassem mais a arte que produzem do que os artistas que a protagonizam. Um sonho.

Santo domingo
E o domingo não fica nisso. Porque a Vila Belmiro será palco do Santos, com seu velho novo técnico, contra o Flamengo, de novo repetindo o velho hábito de ficar sem técnico.
E a Arena Barueri receberá o bem montado Grêmio contra o São Paulo em clima de reação. Dois jogos que valem uma missa.

blogdojuca@uol.com.br


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