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Clássicos paroquiais reacendem torcedores
ALBERTO HELENA JR.
da Equipe de Articulistas
Fez bem a CBF em marcar
para este domingo -sequência da abertura do Campeonato Brasileiro- uma série de
clássicos paroquiais. Afinal,
quase sempre depois de uma
Copa perdida, há, com a saturação do exótico e a frustração
com o nacional expresso nas
cores da seleção batida, uma
compulsão para a volta ao lar.
E nada melhor para o torcedor paulista, por exemplo, que
um Palmeiras e São Paulo, no
Pacaembu, numa tarde de domingo, embora o horário das
16 horas não se justifique, sobretudo nesta invernal metrópole. Só não arrisco profetizar
um espetáculo à altura da expectativa, já que tanto tricolores quanto palestrinos vêm tateando neste período de
pré-temporada, em busca de
suas melhores formações.
Felipão, por exemplo, até
agora, às vésperas do clássico,
ainda não definiu se embica
seu time para jogar no tradicional 4-4-2, com dois volantes
típicos, ou se apela para um
suposto 3-5-2, enfiando Roque
Júnior como terceiro zagueiro.
Nelsinho, por seu lado, também hesita em montar sua dupla de zaga entre Capitão e
Rogério Pinheiro ao lado de
Márcio Santos, não por razões
defensivas, mas ao contrário:
quem vai assumir as funções
de Denílson? Com Carlos Miguel machucado, só lhe resta
Marcelinho, cujo perfil futebolístico é o que mais se aproxima do craque perdido, embora
sem a mesma genialidade.
Ah, sim, mas agora temos
Raí, dirá eufórico o tricolor da
arquibancada. Sem dúvida,
trata-se de um reforço significativo. Não só pela bola que o
moço joga, mas, principalmente, pela empatia que Raí tem
com essa torcida. Mas, na verdade, quem desequilibrava
naquele São Paulo campeão
paulista era mesmo Denílson.
Quanto ao Palestra, segue
naquela toada pampeira, ao
som da gaita de Felipão, em
busca do espírito guerreiro do
Grêmio de outrora. Mas o que
vi, diante do Corinthians, na
Bahia, em outro dia, não dá
para animar muito, não.
Enfim, é bola rolando, no
nosso campo, onde sempre somos os reis.
E o Corinthians, então, vendeu
o passe de Souza para o São
Paulo? A impressão geral é a
de que foi um bom negócio para os três, pois Souza, no Corinthians, só fez involuir nas
duas últimas temporadas, e o
tricolor carrega a fama de ser
um ambiente mais propício
para recuperar jogadores que
sofrem da síndrome do desamor de sua própria torcida.
Pode ser. No passado, já houve casos, como o de Mirandinha, lembram-se? O artilheiro
era execrado no Parque, virou
sinônimo de grossura, até que
se transferiu para o Morumbi.
De lá, do topo de uma montanha de gols, foi um passo para
chegar à Copa da Alemanha.
Uma coisa é certa: Souza
possui uma habilidade incomparável naquele pé esquerdo.
Certa vez, Marcelinho, do Corinthians, me confidenciou
que o considerava o mais habilidoso jogador do Brasil.
Mas, cadê a têmpera? O Souza, capaz de um drible mirabolante, é o mesmo que some
por longos períodos da partida, ainda que em fervilhante
decisão. Quem sabe, não?
Antes de a bola rolar, meus favoritos ao título: Vasco, Cruzeiro, Botafogo e São Paulo.
Alberto Helena Jr. escreve aos domingos, segundas e quartas-feiras
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