LUÍS FERRARI
DA REPORTAGEM LOCAL

A carioca Alexandra Araújo de Santis, 32, foi uma das pioneiras do pólo aquático no Brasil, defendendo a seleção nos Mundiais de Perth-91 e Roma-94.
Hoje, Alexandra afinal pode se tornar campeã olímpica. Mas atuando pela Itália.
Bisneta de italianos, a atacante mudou de país há dez anos, com o objetivo de jogar, como profissional, a liga da Itália -no Brasil, a modalidade permanece amadora até hoje.
A atleta passou a integrar a seleção italiana em 1996, mas somente agora participa de sua primeira Olimpíada.
Pela equipe européia, Alexandra conquistou dois Mundiais (Pert-98 e Fukuoka-2001) e três Campeonatos Europeus.
Em Atenas, Alexandra já marcou dois gols -um deles na semifinal contra os EUA, vencida por sua equipe por 6 a 5.
Hoje, a Itália decide o ouro contra a Grécia, a partir das 12h15. Antes, Austrália e EUA disputam o bronze.
"Conseguimos bons resultados, mas prefiro ainda não pensar em medalhas", afirmou a jogadora, que já disputou 174 partidas internacionais pela Itália e atuou 47 minutos em Atenas.
Mas Alexandra não foi pioneira na mudança de ares.
A paulistana Cristiana Pinciroli, 32, foi a primeira jogadora de pólo aquático do país a atuar na "Setterosa", como é chamada a seleção feminina italiana.
A advogada Antonella Bertolucci, 34, também participou da liga italiana. Ela jogava em Palermo quando Alexandra chegou à cidade, em 1994.
Eduardo Abla, primeiro técnico de Alexandra na seleção brasileira, diz que sempre acreditou que, graças a seu esforço, a jogadora poderia estar entre as melhores do mundo.
"Ela sempre se dedicou muito aos treinos. Chegava antes das outras, ia embora depois", declarou o treinador.
O Brasil, que conquistou a medalha de bronze no Pan-2003, não conseguiu se classificar para disputar a Olimpíada.