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POLIVALENTE
Simplesmente lágrimas
BARBARA GANCIA
COLUNISTA DA FOLHA
Disposta a qualquer sacrifício para melhor informar
o leitor desta coluna, minha prima cretina da ilha de Creta,
Strava Gancia, descobriu empiricamente que, a despeito do nome, Metaxa vem a ser um licor,
e não um elixir para pôr fim à
constipação.
Após deixar as piscinas com a
melancólica participação no 4 x
100 m livre, Gustavo Borges foi
para o abraço... de despedida. E
recebeu as merecidas homenagens, com lágrimas nos olhos.
Ninguém se espantaria em ver
lágrimas nos olhos de Ricardo
Prado, recordista mundial dos
400 m medley e prata em Los
Angeles-84, ou de Djan Madruga, bronze em Moscou-80 e dono do recorde sul-americano
nos 800 m por 24 anos. Mas
Gustavo Borges sempre demonstrou ser o mais convencional dos mortais, para quem as
emoções passam batido. Daí o
estranhamento que causou a videoconferência com o atleta e
sua família, exibida pela Globo.
Quando o filho, Gustavinho,
disse ter visto o pai chorar na
despedida, Borges corrigiu:
"Não, papai não chora".
Ué? O menino viu as lágrimas,
por que negar? É melhor que ele
pense que papai mente?
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