São Paulo, sexta-feira, 26 de agosto de 2005

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FUTEBOL

Iraniano chama presidente de "pai", mas cartola nega a "paternidade"

Kia e Dualib só se unem nas críticas ao time corintiano

Fernando Santos/Folha Imagem
Nilmar recebe a camisa a 9 do Corinthians do executivo Kia Joorabchian, que ontem reclamou da queda de desempenho do time


EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL

A briga entre Alberto Dualib e Kia Joorabchian, que chamou o corintiano de "pai", teve um momento de trégua ontem, na apresentação do atacante Nilmar no salão nobre do Parque São Jorge.
Estremecidos por disputas financeiras e políticas, os presidentes do Corinthians e da MSI só concordaram quando o assunto foi o time. Ambos criticaram as últimas atuações da equipe, líder do torneio e que ganhou só 44% dos pontos desde que chegou ao topo, seis rodadas atrás.
"Dos últimos 21 pontos, só ganhamos sete [oito na verdade]. Eu tenho uma tabela, acompanho isso. Agora, com o time completo, temos que recuperar. Era para estarmos oito pontos à frente dos demais. O Palmeiras, por exemplo, está há dez jogos sem perder", afirmou Dualib.
O dirigente contabiliza a derrota para o Santos, hoje com os mesmos 39 pontos do Corinthians, que interrompeu uma seqüência de cinco vitórias da equipe de Márcio Bittencourt. Desde então, o time, que assumiu a ponta nos 3 a 0 contra o Coritiba, venceu duas partidas, empatou duas e foi derrotado em outras duas.
"Quem quer ganhar o Brasileiro tem que ganhar todos os jogos daqui para a frente."
Kia fez análise semelhante à de Dualib. "Nos últimos sete jogos, não fomos bem. Isso é terrível. Ainda estamos em primeiro lugar, mas precisamos parar de perder pontos e ampliar nossa liderança", falou o presidente da MSI.
O técnico Márcio Bittencourt não quis entrar em polêmica com a diretoria. "A gente respeita o que eles falam. Eu me mantenho tranqüilo à frente da equipe para conseguir melhorar os resultados", disse.
Kia e Dualib têm tido problemas de relacionamento. O corintiano chegou a se referir ao iraniano como "aventureiro" por ele se recusar a dar comissão à empresa de sua neta, Carla, pelo acordo com a Samsung. O clube e a parceira também têm brigado por causa de uma garantia bancária para o pagamento de dívidas do clube. Dualib também teme que Kia não o apóie nas eleições presidenciais do clube, em janeiro de 2006. O assunto irritou o presidente corintiano ontem.
Kia, então, aproveitou para negar os atritos com ele. "O presidente é como um pai para mim e, em toda relação entre pai e filho existem problemas. Mas, no final, o pai tem sempre razão e acabamos nos entendendo. É claro que o apóio", disse.
Pouco depois, questionado pela Folha sobre a declaração do iraniano, Dualib respondeu: "Pai não. Sou só o parceiro".
O dirigente não poupou críticas ao desempenho dos atacantes na derrota de anteontem, contra o Juventude, por 1 a 0.
"Meu desespero foi tão grande que comecei a assoprar uma bola mal tirada pelo zagueiro deles que ia para o gol. Assoprei pra ver se a bola entrava", afirmou Dualib, referindo-se à falha do zagueiro Marcão, que quase fez contra.
O presidente corintiano disse ainda que será "difícil" não vender o atacante Jô. Segundo ele, clubes da Alemanha, de Portugal e da Inglaterra desejam o atleta.
Pouco antes, o substituto de Jô, Nilmar, recebeu a camisa 9 corintiana de Dualib. "Até o final do Brasileiro quero marcar um gol por jogo", disse o reforço, que só deve estrear no dia 7 de setembro, no clássico contra o São Paulo.


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