São Paulo, domingo, 26 de agosto de 2007

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Brasil perde de novo e tem pior GP desde 2003

Atual tricampeão da competição, time feminino de vôlei não será nem prata

"Precisamos pôr a cabeça no lugar e reencontrar a felicidade de jogar", afirmou a oposto Sheilla depois da derrota para as italianas

DA REPORTAGEM LOCAL

A seleção feminina selou ontem, na China, sua pior campanha no Grand Prix desde 2003, torneio que antecedeu a estréia do técnico Zé Roberto. Guimarães. O time cometeu muitos erros, teve atuação irregular e perdeu para a Itália por 3 sets a 1 (22/25, 25/19, 18/25 e 25/21). Com o resultado, deu adeus à chance de amealhar a prata.
Após a partida, abatidas, as atletas, que ainda encaram hoje as anfitriãs, às 8h30, deixaram exposto seu descontentamento. "Depois da derrota para a Rússia [segundo duelo das finais], o time perdeu a cabeça, perdeu a confiança e não consegue se encontrar. Precisamos pôr a cabeça no lugar e reencontrar a felicidade de jogar, tudo de novo", disse Sheilla.
Os 3 sets a 2 daquele jogo afastaram a equipe do ouro. O revés de ontem faz a conquista do bronze possível apenas com uma combinação de resultados.
As brasileiras precisam bater a China, torcer por derrotas de Itália e Rússia, nesta madrugada, e apresentar um ponto average (divisão de pontos ganhos por pontos perdidos) superior ao dessas duas seleções.
O troféu, após ser erguido pelo Brasil três vezes seguidas (o país tem seis títulos ao todo), ficará com Holanda, maior surpresa deste GP, ou China.
"Percebemos que as outras equipes estão crescendo. O Grand Prix serviu também como um aprendizado para o grupo. Sabíamos que poderíamos ficar do primeiro ao sexto lugar", completou Sheilla.
No GP de 2003, em meio à pior crise da seleção, o Brasil terminou na sétima colocação.
Sob o comando de Zé Roberto, que assumiu em seguida, subiu no pódio de todos os campeonatos que disputou desde o quarto posto em Atenas-2004.
No mês passado, as brasileiras sofreram baque ao, favoritas, perderem a final do Pan do Rio para Cuba. Como ocorrera na Grécia e na decisão do Mundial-2006, o time deixou a vitória escapar após desperdiçar uma série de match points.
Zé Roberto creditou as derrotas a detalhes nos jogos.
Quando começou a disputar o Grand Prix, o time parecia ter se recuperado. Sem as titulares Fofão e Walewska, de folga, o Brasil sofreu só uma derrota na fase de classificação, para a Itália, e fez a melhor campanha.
Na fase decisiva, em Ningbo, no entanto, desandou e só superou, na estréia, a Polônia, saco de pancadas do torneio.
"Nós não jogamos bem, daí nossos maus resultados", declarou o treinador brasileiro após a partida de ontem.
Contra a Itália, a equipe não teve paciência. Paula Pequeno chegou a reclamar de que, mesmo dando "porradas", as italianas defendiam todas as bolas.
Zé Roberto lançou mão de Fabíola como levantadora e fez muitas alterações na equipe.
No quarto set, quando o time chegou a ficar sete pontos atrás no placar, encontrou a melhor formação. Regiane, que só foi ao Pan por causa do doping de Jaqueline, entrou no lugar de Paula e mudou o ataque.
Carol Gattaz já havia substituído Thaisa e melhorado as opções de ataque pelo meio e o bloqueio. Mas era tarde.
"Sabemos que perder é complicado. Mas fiquei feliz ao ver jogadoras jovens entrando na equipe com personalidade, como a Fabíola. A Regiane e a Thaisa disputam pela primeira vez o Grand Prix e atuaram bem", elogiou Zé Roberto.
A seleção brasileira cedeu 26 pontos em falhas para o adversário, que errou 22 vezes.
As italianas também foram superiores em todos os fundamentos. Destaque para Taimarys Aguero. A cubana naturalizada italiana, de 1,77 m, foi a maior pontuadora -28 acertos.

NA TV - Brasil x China
Sportv, ao vivo, às 8h30

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