São Paulo, domingo, 26 de agosto de 2007

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Atletismo peita Wada e quer 4 anos de punição para doping

Reivindicação entra em choque com o código atual de agência antidoping, que revisará leis

DA REPORTAGEM LOCAL

A Iaaf (entidade que comanda o atletismo) aprovou, em reunião de seu Comitê Executivo, a punição de quatro anos para casos de doping. O encontro ocorreu em Osaka, que abriga o Mundial da modalidade.
A reivindicação partiu dos atletas há dois anos, ganhou força entre os cartolas e foi encampada por Lamine Diack, reeleito presidente da Iaaf.
"Queremos o mínimo de quatro anos em casos de doping para algumas substâncias", defendeu o dirigente, que engrossou o discurso quando questionado se a iniciativa não feria o Código Mundial Antidoping.
"Se necessário, tomaremos medidas para impor esse período de sanção", respondeu.
Antes da promulgação do código, em março de 2003, o atletismo já punia o doping com pena de quatro anos. Reduziu o período por causa da nova lei.
"Aceitamos a imposição do COI, mas consideramos a pena de dois anos muito pequena."
Pelas regras da Wada (Agência Mundial Antidoping), que têm que ser seguidas por todas as federações olímpicas, o tempo máximo de suspensão para o primeiro flagrante é dois anos. Se houver reincidência, o atleta pode ser banido do esporte.
A Wada chegou a ameaçar alguns esportes até de exclusão da Olimpíada caso não adotassem integralmente o código. Foi o caso de ciclismo e futebol.
A União Ciclística Internacional mostrou pouco empenho no combate ao doping. Investigações recentes respingaram suspeitas sobre astros como Iván Basso e Jan Ullrich.
Já a Fifa se opôs a punir jogadores por dois anos. O período era considerado alto. Acabou adotando o código após perder recurso na Corte de Arbitragem do Esporte, em 2006.
O atletismo, por outro lado, viveu escândalo em 2003 após a descoberta de laboratório nos EUA que havia criado uma droga -o THG- especialmente para burlar testes antidoping.
Questionada, a Wada diz que o pedido da Iaaf deve ser contemplado na revisão das regras, que serão discutidas pela agência daqui três meses, em Madri.
"O segundo esboço do novo código prevê aumento de sanção em casos envolvendo circunstâncias agravantes, como quando o atleta participa de esquema de fraude ou teve intenção comprovada de se dopar", diz Frédéric Donzé, diretor de comunicações da Wada.0 (ALF)


Com agências internacionais

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