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Atletismo peita Wada e quer 4 anos de punição para doping
Reivindicação entra em choque com o código atual de agência antidoping, que revisará leis
DA REPORTAGEM LOCAL
A Iaaf (entidade que comanda o atletismo) aprovou, em
reunião de seu Comitê Executivo, a punição de quatro anos
para casos de doping. O encontro ocorreu em Osaka, que abriga o Mundial da modalidade.
A reivindicação partiu dos
atletas há dois anos, ganhou
força entre os cartolas e foi encampada por Lamine Diack,
reeleito presidente da Iaaf.
"Queremos o mínimo de
quatro anos em casos de doping
para algumas substâncias", defendeu o dirigente, que engrossou o discurso quando questionado se a iniciativa não feria o
Código Mundial Antidoping.
"Se necessário, tomaremos
medidas para impor esse período de sanção", respondeu.
Antes da promulgação do código, em março de 2003, o atletismo já punia o doping com
pena de quatro anos. Reduziu o
período por causa da nova lei.
"Aceitamos a imposição do
COI, mas consideramos a pena
de dois anos muito pequena."
Pelas regras da Wada (Agência Mundial Antidoping), que
têm que ser seguidas por todas
as federações olímpicas, o tempo máximo de suspensão para o
primeiro flagrante é dois anos.
Se houver reincidência, o atleta
pode ser banido do esporte.
A Wada chegou a ameaçar alguns esportes até de exclusão
da Olimpíada caso não adotassem integralmente o código.
Foi o caso de ciclismo e futebol.
A União Ciclística Internacional mostrou pouco empenho no combate ao doping. Investigações recentes respingaram suspeitas sobre astros como Iván Basso e Jan Ullrich.
Já a Fifa se opôs a punir jogadores por dois anos. O período
era considerado alto. Acabou
adotando o código após perder
recurso na Corte de Arbitragem do Esporte, em 2006.
O atletismo, por outro lado,
viveu escândalo em 2003 após
a descoberta de laboratório nos
EUA que havia criado uma droga -o THG- especialmente
para burlar testes antidoping.
Questionada, a Wada diz que
o pedido da Iaaf deve ser contemplado na revisão das regras,
que serão discutidas pela agência daqui três meses, em Madri.
"O segundo esboço do novo
código prevê aumento de sanção em casos envolvendo circunstâncias agravantes, como
quando o atleta participa de esquema de fraude ou teve intenção comprovada de se dopar",
diz Frédéric Donzé, diretor de
comunicações da Wada.0
(ALF)
Com agências internacionais
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