São Paulo, domingo, 26 de setembro de 2004

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Contra Cuca, Leão perde primeira no São Paulo e reclama de elenco

DA REPORTAGEM LOCAL

Emerson Leão sofreu sua primeira derrota no São Paulo. E já perdeu a paciência. Após o 2 a 1 para o Grêmio, do ex-técnico são-paulino Cuca, o treinador criticou o grupo de jogadores e reclamou da falta de um "matador".
"O São Paulo perdeu seis jogadores importante no semestre. Cinco para a Europa e outro para o Santos, e não houve reposição. Não há como organizar o time com esse elenco. Não temos atacantes que fazem a diferença", afirmou o técnico.
Com o revés, o São Paulo estacionou nos 50 pontos e pode perder a sexta posição hoje.
Já Cuca foi o primeiro treinador neste Brasileiro a bater uma equipe que comandou no torneio. Antes do confronto Cuca x São Paulo, outros dez jogos desse tipo haviam ocorrido, com ampla vantagem para as "crias" (quatro vitórias e seis empates).
Sob a tutela de Cuca, os gremistas permanecem na zona de rebaixamento, com 32 pontos, mas interromperam um jejum de 11 jogos sem vitórias no Nacional.
Como já era esperado, gremistas e são-paulinos se armaram defensivamente. A "filosofia" de primeiro não perder para depois tentar a vitória deu a tom da partida. No 3-5-2 de Leão e no 3-5-2 de Cuca não havia lugar para a criatividade. Os "brucutus" se refestelavam. Num raro suspiro de inspiração no primeiro tempo, uma jogada que lembrou o futebol: após boa trama pela esquerda, Cláudio Pitbull, único atleta em campo que se diferenciava dos demais, cabeceou para fora, com perigo. Depois, após lambança da defesa são-paulina, por pouco Claudiomiro não marca. Rogério defendeu no reflexo.
Mesmo sem empolgar, os gremistas eram mais esforçados do que os rivais. E foram recompensados por isso.
Aos 31min, Cláudio Pitbull cobrou falta da intermediária, com efeito, para abrir o placar. Na véspera da partida, Leão acreditava que a bola parada poderia definir o duelo. Decidiu naquele momento, mas em favor do adversário.
A bola parada são-paulina não funcionava. Quando não parava nas mãos de Márcio, goleiro do São Paulo emprestado ao Grêmio, ia para longe do gol.
Na melhor oportunidade, Júnior bateu falta e a bola passou com perigo à direita.
"Precisamos concluir. Nós tocamos, temos a posse de bola, mas não chutamos. O Grêmio teve duas chances e fez um gol", reclamou Rogério, goleiro e capitão são-paulino, no intervalo.
O seu pedido, entretanto, não foi atendido. Embora dominassem o jogo no segundo tempo, os são-paulinos pouco finalizavam. E quando arriscavam, o goleiro Márcio aparecia, como no chute de Cicinho aos 15min em que espalmou para escanteio.
O Grêmio recuou e apostava nos contragolpes. Leão, então, tirou um de seus zagueiros, Alex, e colocou o atacante Márcio.
Não funcionou. O técnico insistiu. Tirou Nildo, apagado, e colocou Rondón. As coisas continuaram na mesma para o São Paulo, que levou mais um golpe fatal de Pitbull antes de terminar a partida. Aos 39min, em um contra-ataque veloz, ele recebeu, driblou Rogério, e, livre, tocou para as redes para fechar o placar.
Aos 42min, Cicinho, de cabeça, descontou, após cruzamento de Júnior. O São Paulo pressionou nos minutos finais, mas tentou acordar muito tarde.


Colaborou o free-lance para a Agência Folha, em Porto Alegre

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