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Fifa lava as mãos até da Libertadores
RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL
A Fifa não irá se intrometer no
escândalo de arbitragem do futebol brasileiro. Ela entende que as
federações responsáveis pelas
competições é quem devem tomar as medidas cabíveis. Nem a
fraude em jogo da Libertadores,
torneio internacional que aponta
um representante no Mundial de
Clubes, será revista pela entidade.
"Quando é competição brasileira, a responsabilidade é da federação brasileira [CBF]. Quando é
torneio sul-americano, é da Conmebol. A Fifa não se envolve nisso", disse à Folha Markus Siegler,
diretor de comunicação da Fifa.
Edilson Pereira de Carvalho apitou dois jogos na Libertadores e
confessou ter manipulado o resultado de Banfield (ARG) 3x2
Alianza Lima (PER) -ajudou o
time argentino na primeira fase.
Se essa partida fosse anulada, o
Banfield ficaria com oito pontos
em sua chave e poderia ser alcançado pelo time peruano na repetição do jogo -o Banfield avançou
até as quartas-de-final, quando
caiu diante do River Plate.
O porta-voz da entidade que rege o futebol mundial disse que o
caso deve ter o mesmo rumo do
escândalo recente no futebol alemão -foi aberto processo contra
25 pessoas por causa da manipulação de partidas na Alemanha,
que teve por trás a máfia croata.
"Foi a federação alemã, e não a
Fifa, que agiu nesse caso", afirmou Siegler. Como no episódio
brasileiro, o árbitro-pivô do caso,
Robert Hoyzer, acabou sendo
preso -o escândalo alemão também passava por casa de apostas.
O Hamburgo, prejudicado em
jogo da Copa da Alemanha, recebeu compensação financeira como vítima do caso -2 milhões.
O tribunal da federação alemã
analisou todos os jogos sob suspeita e validou alguns deles, como
Kaiserlautern 3x0 Freiburg e
Schalke 04 2x2 Hansa Rostock.
Após o caso na Alemanha, o
presidente da Fifa, Joseph Blatter,
disse à revista "Kicker" que o
ideal, para evitar esse tipo de escândalo, seria pagar aos árbitros
altos salários. "Seria uma solução.
Digo isso há dez anos", afirmou o
suíço, que sugeriu 100 mil por
ano (uns R$ 272 mil) aos juízes.
A Folha não conseguiu localizar
a cúpula da Conmebol no Peru
até o fechamento desta edição.
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