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VÔLEI
Os campeões continentais
CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA
Não teve nem graça. Mais
uma vez, o Sul-Americano
mostrou que a seleção brasileira
feminina não tem adversários no
continente. O Brasil chegou ao título com seis vitórias por 3 sets a
0. O Peru, medalha de prata olímpica em 88, hoje é apenas uma
sombra, e um tanto tenebrosa, de
um passado glorioso.
O certo é que a renovada seleção brasileira, apesar da fragilidade dos adversários nos dois últimos torneios que reuniram países da América do Sul, tem uma
campanha animadora. Neste
ano, ganhou as cinco competições
que disputou, entre as quais o
Grand Prix. Em 33 jogos, só perdeu dois. Os dois para a China.
Uma das qualidades da equipe,
comandada pelo técnico José Roberto Guimarães, é a homogeneidade. As levantadoras são os
maiores exemplos. Difícil saber
qual das duas é a titular. Carol e
Marcelle se revezam em quadra.
A primeira é mais veloz, mais ousada. Marcelle é mais regular.
O técnico também tem dado
prioridade ao trabalho físico. Ele
costuma dizer que as brasileiras
têm resistência em fazer exercícios para o fortalecimento dos
braços. É essa resistência que ele
tenta quebrar. A idéia é formar
um time fisicamente forte para
brigar pelo ouro nos Jogos de Pequim, em 2008.
O que chama a atenção é que a
seleção fez uma grande renovação e não caiu de rendimento. Figuras carimbadas nos últimos
anos como Fernanda Venturini,
Virna, Érika, Elisângela, Fofão e
Walewska estão fora da equipe.
Desse grupo, apenas Fofão e Walewska podem voltar ao time.
Vale lembrar que a atacante
Mari, que está se recuperando de
uma cirurgia no ombro, logo deve
retornar à seleção. Ou seja, as
perspectivas para o Mundial de
2006 no Japão são muito boas. O
grande desafio hoje é vencer a
China, seleção com a melhor levantadora do mundo, a melhor
equipe e atual campeã olímpica.
O próximo confronto com China será já em novembro, na Copa
dos Grandes Campeões, no Japão.
O torneio vai reunir todos os campeões continentais. As chinesas,
lideradas pela levantadora Kun
Feng, também chegaram fácil ao
título asiático: na final, venceram
o Cazaquistão por 3 sets a 0.
Na América do Norte e Central,
a disputa foi mais acirrada, e outra chinesa fez sucesso: a técnica
Lang Ping, contratada neste ano
para comandar os EUA. Renovado, o time, sem a atacante Logan
Tom e a líbero Stacy Sykora que
foram para a praia, derrotou Cuba por 3 sets a 1 na final.
Na África, o Quênia ficou com o
título: superou a Nigéria na final
por 3 sets a 1. Na Europa, a Polônia, que havia surpreendido em
2003 com a conquista do título
continental, voltou a derrubar favoritos. Na semifinal, eliminou a
Rússia, treinada pelo italiano
Gianni Caprara, por 3 sets a 2.
Na hora da decisão, as polonesas voltaram a aprontar. Ontem,
foi a vez de a Itália ser surpreendida. O time polonês conquistou o
bicampeonato europeu com uma
vitória por 3 sets a 1 (25/23, 27/25,
21/25, 25/18). Na Copa dos Grandes Campeões vai ser difícil a Polônia repetir a façanha. A briga
deve ficar entre Brasil e China.
Italiano 1
O Treviso, do brasileiro Gustavo, estreou com vitória no Campeonato Italiano. Venceu o Croce, do espanhol Falasca, por 3 sets a 2 (24/
26, 25/20, 18/25, 25/23 e 15/10). Gustavo foi o segundo maior pontuador do time, com 17 pontos, atrás apenas do atacante Fei, com 26. O
Treviso é o atual campeão italiano.
Italiano 2
O Perugia, da levantadora Fofão e da central Walewska, vai estrear
no Campeonato Italiano no próximo dia 9 contra o Tortoli. O time
luta pelo bicampeonato. O Pesaro, da atacante Sheila, também fará o
primeiro jogo no dia 9. O adversário será o Forli. A central Ângela
Moraes, ex-seleção brasileira, era um dos destaques do Forli, mas ela
não vai poder jogar nesta temporada. Motivo: Ângela está grávida.
E-mail cidasan@uol.com.br
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