São Paulo, segunda-feira, 26 de setembro de 2005

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VÔLEI

Os campeões continentais

CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA

Não teve nem graça. Mais uma vez, o Sul-Americano mostrou que a seleção brasileira feminina não tem adversários no continente. O Brasil chegou ao título com seis vitórias por 3 sets a 0. O Peru, medalha de prata olímpica em 88, hoje é apenas uma sombra, e um tanto tenebrosa, de um passado glorioso.
O certo é que a renovada seleção brasileira, apesar da fragilidade dos adversários nos dois últimos torneios que reuniram países da América do Sul, tem uma campanha animadora. Neste ano, ganhou as cinco competições que disputou, entre as quais o Grand Prix. Em 33 jogos, só perdeu dois. Os dois para a China.
Uma das qualidades da equipe, comandada pelo técnico José Roberto Guimarães, é a homogeneidade. As levantadoras são os maiores exemplos. Difícil saber qual das duas é a titular. Carol e Marcelle se revezam em quadra. A primeira é mais veloz, mais ousada. Marcelle é mais regular.
O técnico também tem dado prioridade ao trabalho físico. Ele costuma dizer que as brasileiras têm resistência em fazer exercícios para o fortalecimento dos braços. É essa resistência que ele tenta quebrar. A idéia é formar um time fisicamente forte para brigar pelo ouro nos Jogos de Pequim, em 2008.
O que chama a atenção é que a seleção fez uma grande renovação e não caiu de rendimento. Figuras carimbadas nos últimos anos como Fernanda Venturini, Virna, Érika, Elisângela, Fofão e Walewska estão fora da equipe. Desse grupo, apenas Fofão e Walewska podem voltar ao time.
Vale lembrar que a atacante Mari, que está se recuperando de uma cirurgia no ombro, logo deve retornar à seleção. Ou seja, as perspectivas para o Mundial de 2006 no Japão são muito boas. O grande desafio hoje é vencer a China, seleção com a melhor levantadora do mundo, a melhor equipe e atual campeã olímpica.
O próximo confronto com China será já em novembro, na Copa dos Grandes Campeões, no Japão. O torneio vai reunir todos os campeões continentais. As chinesas, lideradas pela levantadora Kun Feng, também chegaram fácil ao título asiático: na final, venceram o Cazaquistão por 3 sets a 0.
Na América do Norte e Central, a disputa foi mais acirrada, e outra chinesa fez sucesso: a técnica Lang Ping, contratada neste ano para comandar os EUA. Renovado, o time, sem a atacante Logan Tom e a líbero Stacy Sykora que foram para a praia, derrotou Cuba por 3 sets a 1 na final.
Na África, o Quênia ficou com o título: superou a Nigéria na final por 3 sets a 1. Na Europa, a Polônia, que havia surpreendido em 2003 com a conquista do título continental, voltou a derrubar favoritos. Na semifinal, eliminou a Rússia, treinada pelo italiano Gianni Caprara, por 3 sets a 2.
Na hora da decisão, as polonesas voltaram a aprontar. Ontem, foi a vez de a Itália ser surpreendida. O time polonês conquistou o bicampeonato europeu com uma vitória por 3 sets a 1 (25/23, 27/25, 21/25, 25/18). Na Copa dos Grandes Campeões vai ser difícil a Polônia repetir a façanha. A briga deve ficar entre Brasil e China.

Italiano 1
O Treviso, do brasileiro Gustavo, estreou com vitória no Campeonato Italiano. Venceu o Croce, do espanhol Falasca, por 3 sets a 2 (24/ 26, 25/20, 18/25, 25/23 e 15/10). Gustavo foi o segundo maior pontuador do time, com 17 pontos, atrás apenas do atacante Fei, com 26. O Treviso é o atual campeão italiano.

Italiano 2
O Perugia, da levantadora Fofão e da central Walewska, vai estrear no Campeonato Italiano no próximo dia 9 contra o Tortoli. O time luta pelo bicampeonato. O Pesaro, da atacante Sheila, também fará o primeiro jogo no dia 9. O adversário será o Forli. A central Ângela Moraes, ex-seleção brasileira, era um dos destaques do Forli, mas ela não vai poder jogar nesta temporada. Motivo: Ângela está grávida.

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