São Paulo, quarta-feira, 26 de setembro de 2007

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Zé Roberto "ignora" o 1º passo rumo à Olimpíada

Carga de treinos da seleção feminina durante o Sul-Americano seguirá alta

Torneio que começa hoje é o passaporte para outro que dá vagas em Pequim-2008, mas treinador, sem rivais de peso, tem outras prioridades

MARIANA LAJOLO
DA REPORTAGEM LOCAL

Preocupado com o calendário apertado de hoje até a Olimpíada, o técnico José Roberto Guimarães decidiu "ignorar" o Campeonato Sul-Americano, primeiro passo rumo a Pequim.
A seleção feminina não deve diminuir sua toada de treinamentos e exercícios por causa da competição continental. Geralmente, durante os campeonatos, as cargas são amenizadas. Além disso, as jogadoras devem encontrar uma estrutura precária no Chile -a seleção masculina jogou em uma quadra sem piso adequado.
A estratégia não significa, porém, que o time vai frear o ritmo também na quadra. Apesar do baixíssimo nível dos adversários, em sua maioria desconhecidos, a equipe não pode correr riscos. O campeão sul-americano tem vaga certa na Copa do Mundo, em novembro, no Japão, que distribuirá três vagas nos Jogos da China. O segundo colocado também tem chances de se classificar.
A seleção brasileira estréia hoje contra a fraquíssima Colômbia, às 22h (de Brasília), na cidade de Rancágua.
"Vamos tentar matar as partidas o mais rápido possível. O objetivo mesmo são os treinamentos. Nós não podemos perder tempo", afirmou a levantadora Fofão, titular da seleção.
A principal preocupação de Zé Roberto é com a falta de ritmo de jogo do elenco. Neste ano, a equipe fez apenas uma série de amistosos contra a Sérvia e jogou cinco vezes no Pan do Rio antes de estrear no Grand Prix, a mais exigente competição até agora -amargou a quinta colocação.
"Não fizemos nem a metade dos jogos que eu queria fazer. A equipe precisa ficar mais consistente", declarou o treinador.
Para ajudar no entrosamento, Zé Roberto também criou uma nova estratégia. Além de resgatar um trabalho mais intenso com a psicóloga Regina Brandão, quer promover uma série de palestras para as jogadoras. A primeira foi com um adestrador de cavalos. E as jogadoras parecem ter aprovado.
"Não somos um grupo forte individualmente. Nosso ponto forte é o conjunto e, se isso começa a escapar, vamos ficar mais fracas. Precisamos que esse sentido de grupo se fortaleça", declarou Fofão.
"Acho que isso estava um pouco perdido. E iniciativas como essa [palestras] nos ajudam a parar para pensar sobre isso, a ver como respeito, confiança. Trabalhos em grupo são importantes na vida, não só no vôlei", completou a levantadora.
Zé Roberto também se mostra desconfortável com o fato de o time ser cobrado por ter falhado em momentos decisivos. O Brasil perdeu as finais do Mundial, no ano passado, e do Pan, neste ano, após desperdiçar vários match-points.
"O que fica marcado é o último ponto, e temos de cuidar dele com carinho. Mas o que ninguém comenta é que cometemos erros antes de chegar a esse ponto. Precisamos cuidar disso também", disse ele.


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