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Zé Roberto "ignora" o 1º passo rumo à Olimpíada
Carga de treinos da seleção feminina
durante o Sul-Americano seguirá alta
Torneio que começa hoje é o passaporte para outro que
dá vagas em Pequim-2008, mas treinador, sem rivais de
peso, tem outras prioridades
MARIANA LAJOLO
DA REPORTAGEM LOCAL
Preocupado com o calendário apertado de hoje até a Olimpíada, o técnico José Roberto
Guimarães decidiu "ignorar" o
Campeonato Sul-Americano,
primeiro passo rumo a Pequim.
A seleção feminina não deve
diminuir sua toada de treinamentos e exercícios por causa
da competição continental. Geralmente, durante os campeonatos, as cargas são amenizadas. Além disso, as jogadoras
devem encontrar uma estrutura precária no Chile -a seleção
masculina jogou em uma quadra sem piso adequado.
A estratégia não significa, porém, que o time vai frear o ritmo também na quadra. Apesar
do baixíssimo nível dos adversários, em sua maioria desconhecidos, a equipe não pode
correr riscos. O campeão sul-americano tem vaga certa na
Copa do Mundo, em novembro,
no Japão, que distribuirá três
vagas nos Jogos da China. O segundo colocado também tem
chances de se classificar.
A seleção brasileira estréia
hoje contra a fraquíssima Colômbia, às 22h (de Brasília), na
cidade de Rancágua.
"Vamos tentar matar as partidas o mais rápido possível. O
objetivo mesmo são os treinamentos. Nós não podemos perder tempo", afirmou a levantadora Fofão, titular da seleção.
A principal preocupação de
Zé Roberto é com a falta de ritmo de jogo do elenco. Neste
ano, a equipe fez apenas uma
série de amistosos contra a Sérvia e jogou cinco vezes no Pan
do Rio antes de estrear no
Grand Prix, a mais exigente
competição até agora -amargou a quinta colocação.
"Não fizemos nem a metade
dos jogos que eu queria fazer. A
equipe precisa ficar mais consistente", declarou o treinador.
Para ajudar no entrosamento, Zé Roberto também criou
uma nova estratégia. Além de
resgatar um trabalho mais intenso com a psicóloga Regina
Brandão, quer promover uma
série de palestras para as jogadoras. A primeira foi com um
adestrador de cavalos. E as jogadoras parecem ter aprovado.
"Não somos um grupo forte
individualmente. Nosso ponto
forte é o conjunto e, se isso começa a escapar, vamos ficar
mais fracas. Precisamos que esse sentido de grupo se fortaleça", declarou Fofão.
"Acho que isso estava um
pouco perdido. E iniciativas como essa [palestras] nos ajudam
a parar para pensar sobre isso, a
ver como respeito, confiança.
Trabalhos em grupo são importantes na vida, não só no vôlei",
completou a levantadora.
Zé Roberto também se mostra desconfortável com o fato
de o time ser cobrado por ter falhado em momentos decisivos.
O Brasil perdeu as finais do
Mundial, no ano passado, e do
Pan, neste ano, após desperdiçar vários match-points.
"O que fica marcado é o último ponto, e temos de cuidar
dele com carinho. Mas o que
ninguém comenta é que cometemos erros antes de chegar a
esse ponto. Precisamos cuidar
disso também", disse ele.
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