São Paulo, quarta-feira, 26 de setembro de 2007

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Nova seleção larga com missão árdua

Com só duas remanescentes do elenco 4º colocado em Atenas-04, equipe feminina de basquete tenta ir a Pequim-08

Time estréia hoje contra a Argentina no Pré-Olímpico do Chile, que distribui só uma vaga olímpica e tem os EUA como favoritíssimos

Gaspar Nóbrega/CBB/Divulgação
Ega arremessa no jogo-treino que o Brasil perdeu para os EUA


ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

Com renovação radical em relação à base dos últimos anos, a seleção feminina de basquete faz sua estréia hoje, às 20h, contra a Argentina no Pré-Olímpico de Valdivia (Chile).
Com somente duas remanescentes da Olimpíada de Atenas-2004, o Brasil tem uma missão praticamente impossível: surpreender os favoritos EUA e conquistar a única vaga olímpica que está em disputa.
Anteontem, as duas equipes fizeram amistoso, com vitória norte-americana por 83 a 72.
"Temos que pensar em um jogo de cada vez. Nosso primeiro desafio será contra a Argentina", prega o técnico Paulo Bassul, que assumiu o cargo após o Pan do Rio, substituindo Antonio Carlos Barbosa.
Do time que ficou na quarta posição na última Olimpíada, só sobraram a armadora Karla, pouco aproveitada em Atenas, e a ala Iziane. Da equipe que manteve a mesma posição no Mundial de São Paulo-2006, 66,6% do elenco foi trocado.
Mas não é preciso regredir tanto no tempo. Do grupo vice-campeão do Pan, há dois meses, 41,7% dos nomes foram alterados. A renovação do Brasil foi tão intensa que até uma quase novata tornou-se nova titular.
"Estou um pouco nervosa, mas treino duro para satisfazer a confiança que o Paulinho depositou em mim", diz Grazi.
O time não tem mais a armadora Helen, a ala Janeth e as pivôs Cíntia e Alessandra, que se aposentaram da seleção. Outros desfalques foram as saídas da armadora Adrianinha e da pivô Erika, alegando problemas pessoais. A pivô Kelly, outra experiente, acabou sendo cortada por opção do treinador.
Sem elas, Bassul resgatou a armadora Claudinha, que atua na França e estava havia cinco anos fora da seleção, e montou o time titular também com Iziane, Micaela, Ega e Grazi.
"O grupo teve tempo de se preparar. Esperamos fazer bom papel", declara Bassul, que espera realizar processo menos drástico nos próximos anos.
Para isso, irá criar uma seleção B, que fará amistosos internacionais a partir de 2008.
A Argentina, rival de hoje, vive situação semelhante. Do time nono colocado no Mundial, sobraram 50% das atletas.
"Acreditava que, depois daquela campanha, poderíamos ir mais longe, mas as jogadoras não pensam o mesmo", critica o técnico Eduardo Pinto, referindo-se às seis que não atenderam à convocação, incluindo as titulares Chesta e Vega.
Bassul monta dois cenários para 2008. Se o time se classificar diretamente para Pequim-08, fará amistosos contra as maiores potências.
Se não faturar a vaga no Chile, mas ao menos chegar às semifinais, o Brasil disputará uma repescagem mundial, em junho, em local a ser definido, com cinco vagas em jogo.
Nesse caso, essa preparação seria abortada, já que o país teria que disputar o Pré-Olímpico Mundial, com 12 seleções.

NA TV - Brasil x Argentina Bandsports, ESPN Brasil e Sportv 2, ao vivo, às 20h

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