São Paulo, sábado, 26 de setembro de 2009

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Ídolos, com poder e nomes com "x", salvam o planeta

Cesar Cielo, Giba, Diego Hypólito e Sandro Dias inspiram heróis politicamente corretos de empresário e desenhista

Apesar de inédita e casar com projetos dos esportistas, "Os Super Atletas" tem entrave comum ao esporte olímpico para virar gibi e animação

CRISTIANO CIPRIANO POMBO
DA REPORTAGEM LOCAL

Eles são esportistas e reconhecidos mundialmente. E agora, em ação inédita no país, o jogador de vôlei Giba, o nadador Cesar Cielo, o ginasta Diego Hypólito e o skatista Sandro Dias ganharão um "x" no nome e poderes para salvar o planeta.
Fruto de empreitada que já dura quase um ano de pesquisas, os quatro esportistas são os moldes de personagens de quadrinhos criados pelo desenhista Moacir Rodrigues e pelo empresário Pedro Rego Monteiro.
Gibonx, Sealox, Diexgon e Sundiax formam uma liga, "Os Super Atletas", politicamente correta e cuja meta maior é preservar o ambiente, usando, na luta para livrar o planeta dos perigos, poderes inspirados em suas habilidades como atletas.
"A ideia foi aproximar os heróis da realidade dos atletas, dar-lhes caráter humano, tanto que, para serem super, eles têm de realizar tarefas comuns no dia a dia, em treinos, trabalho ou escola", diz Pedro.
Segundo o empresário da Effect Sport, o trabalho mais fácil foi juntar e ter aval dos atletas.
Já a missão de criar os personagens, ambientá-los e elaborar as histórias foi árdua. "É difícil criar heróis pautados em pessoas vivas. Não pode ser nada caricato, tem ser politicamente correto", diz Moacir, da MW Editora e Ilustrações e que desenha há mais de 40 anos.
Para conceber os heróis, o cartunista tentou evitar "armadilhas". "Não dava, por exemplo, para especificar os redutos dos atletas, senão cairíamos no regionalismo Rio-SP. Eles são do mundo. E os nomes tiveram o xis, que remete aos X-Men, para fixar a marca", diz Moacir.
Ele une os heróis por meio de um mestre, Rainax, cercado de mistérios, que os contata em um QG ou por telepatia.
Os atletas, quase unânimes ao citarem que a referência de gibis foi a "Turma da Mônica", dizem que o projeto casa com planos pessoais. "A iniciativa é excelente. Eu já tinha em mente pôr animação, um cartoon no meu site. E sempre fui muito ligado a quadrinhos, pois minha vó tem banca de jornal em Campinas", afirma Cesar Cielo.
Diego Hypólito já tinha até externado esse desejo, ao oferecer para o Flamengo, a fim de salvar a ginástica no clube, criar um boneco seu. "Até me identifico com o Diexgon, pela força, para treinar, superar lesões, dar a volta por cima", diz o ginasta.
Para Sandro Dias, a experiência lhe tira um trauma. "Já me desenharam, mas sempre ficava muito feio. Agora não."
Já Giba, cujo personagem é líder do grupo, destaca não ter visto iniciativas iguais no exterior. "Além de o Gibonx manter o símbolo do bigodão, que foi marca nos títulos do Mundial e da Olimpíada, ele ajudará a fixar minha imagem no país."
O público dos heróis terá entre 9 e 14 anos. "Eu não era muito de ler, mas é bom estimular isso nos pequenos", diz Sandro.
Mas, apesar de inédito, o projeto já vive problema cativo aos esportes no país, a falta de verba. "Temos negociado com editora, empresa de brinquedos e até de alimentos", diz Pedro.
Além do gibi, que já tem quatro edições à espera de impressão, ele e Moacir trabalham no www.ossuperatletas.com.br e para conceber animações dos heróis -um filme de cinco minutos, porém, custa R$ 100 mil.


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