São Paulo, sábado, 26 de setembro de 2009

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Unesp dá salário a pivôs de doping no atletismo

Entidade pública definirá o caso até o final do ano

JOSÉ EDUARDO MARTINS
ENVIADO ESPECIAL A ARARAQUARA

Apontados como os mentores do maior caso de doping sistemático da história do atletismo brasileiro, o fisiologista Pedro Balikian Jr. e os técnicos Jayme Netto Jr. e Inaldo Sena continuam a receber salário como funcionários públicos do Estado de São Paulo.
A situação não deve mudar até o fim deste ano. Afastados temporariamente dos cargos de docentes da Unesp, os três não podem ser demitidos da entidade nos próximos meses.
Ontem, a comissão de inquérito da universidade, na qual os envolvidos dão aula, encerrou o trabalho de apuração de dados.
Agora, será enviado um relatório para João Custódio da Silva, diretor do campus de Presidente Prudente (565 km a oeste de São Paulo) da Unesp, que terá dez dias para definir qual será o futuro do processo.
"Há duas possibilidades: ou será aberto um processo administrativo disciplinar ou arquivamos. Até ser definido o caso, eles seguem recebendo os seus salários como funcionários", explicou Luiz Felipe Barcellos, assessor jurídico da Unesp.
Balikian não compareceu ontem, em Araraquara, outra cidade do interior paulista, para prestar depoimento à comissão. Foi a segunda vez que o fisiologista se ausentou.
No primeiro depoimento, há duas semanas, em Presidente Prudente, justificou a sua falta com um atestado de suspeita de gripe suína (H1N1). Desta vez, ele foi substituído por suas duas advogadas (Tânia Rayes e Ana Carolina Meireles).
Segundo as suas representantes, o fisiologista ainda não acha que é o momento adequado para falar sobre o caso.
Além das advogadas de Balikian, foram ouvidos, há duas semanas, os técnicos Jayme e Sena. E foram anexadas as declarações dos atletas que participaram do esquema, em depoimentos à Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt).
Caso seja aberto o processo administrativo, Balikian será convocado a prestar depoimento, e a entidade tem até 90 dias para emitir um veredicto.
Em agosto, cinco atletas que treinavam com Jayme e Sena, em Presidente Prudente, foram flagrados em teste-surpresa com EPO (eritropoietina).


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