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São Paulo, domingo, 26 de outubro de 2003

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Benefício foi dado a ministro e ex-secretária, mas não a prefeito, deputados e outras autoridades

COB convidou 17, mas só bancou Queiroz e Paula

SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO

Dezessete autoridades integraram a missão brasileira no Pan de Santo Domingo, mas apenas duas tiveram suas despesas pagas pelo Comitê Olímpico Brasileiro: o ministro do Esporte, Agnelo Queiroz, e Paula, então secretária de Alto Rendimento da pasta.
Os demais, de acordo com o COB, estiveram no Pan por conta própria ou à custa de suas entidades. Entre eles, estão políticos e funcionários da Prefeitura do Rio e do próprio ministério.
Na quarta-feira, quando Paula tornou público que sua hospedagem e a do ministro haviam sido pagas pelo COB, apesar de os dois terem levado verbas do ministério para as diárias, o comitê informara que teve de bloquear apartamentos do hotel e fazer os pagamentos dos quartos para garantir lugar para as autoridades.
Afirmara ainda que considerava o ministro integrante da delegação brasileira e por isso não pedira ressarcimento ao ministério.
Agora, no entanto, reconhece que o procedimento beneficiou apenas Queiroz, que esteve duas vezes em Santo Domingo durante o período dos Jogos, e Paula.
O prefeito Cesar Maia e o secretário municipal de Esporte e Lazer, Ruy Cezar, tiveram suas despesas pagas pela Prefeitura do Rio, que será sede do Pan-2007.
Três subordinados de Queiroz que também participaram da missão não foram beneficiados pelo COB. O então secretário-executivo, Gil Castello Branco, o assessor Luiz Fernando Veronez e o diretor de Alto Rendimento, André Arantes, pagaram a hospedagem com as verbas que receberam do governo federal.
A relação das autoridades que integraram a missão, mas não foram beneficiadas pelo COB, contou também com os deputados federais Gilmar Machado (PT-MG), Ivan Ranzolin (PP-SC) e Augusto Nardes (PP-RS), o deputado estadual Luiz Paulo Correa da Rocha (PSDB-RJ) e o vereador Alexandre Cerruti (PFL-RJ).
A secretária de Comunicação Social da Prefeitura do Rio, Ágata Messina, outra incluída na lista das autoridades da missão, disse que os funcionários da Prefeitura bancaram suas contas no Pan. "A minha hospedagem foi paga toda antes da viagem, assim como a dos demais", disse Messina.
Durante o Pan, nas duas vezes em que a reportagem da Folha contatou o setor de reservas do Jaragua em agosto, o hotel onde ficou hospedada a missão brasileira, havia quartos disponíveis. A Tamoyo, agência oficial do COB que fez o bloqueio de apartamentos para o comitê, recusou-se a responder a perguntas do jornal.


Colaborou João Carlos Assumpção, da Reportagem Local


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