São Paulo, quinta-feira, 26 de outubro de 2006

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Pan do Rio corre risco de ficar sem provas de vela

Marina da Glória tem problemas e não há plano B

DA SUCURSAL DO RIO

Esporte que mais medalhas deu ao Brasil em Olimpíadas -14 no total-, a vela corre risco de ficar fora do Pan. O centro da polêmica na modalidade é a ampliação da Marina da Glória, local escolhido para abrigar os barcos durante a competição.
Desde o dia 5 de setembro, a obra está embargada na Justiça e não há um plano B para a vela, segundo o Co-Rio, o comitê organizador do Pan-Americano.
Na época da suspensão, a Empresa Brasileira de Terraplenagem e Engenharia (EBTE), que ganhou a concessão para explorar a área, prometia entregar o espaço pronto em maio de 2007, menos de dois meses antes da cerimônia de abertura do evento.
A obra foi suspensa na Justiça porque a EBTE não conseguiu autorização do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
A Marina da Glória faz parte do parque do Flamengo, local tombado desde 1965. Quaisquer construções na região só podem ser realizadas com a autorização do Iphan.
Sem conseguir ter sucesso na negociação com o Iphan, a Prefeitura do Rio anunciou anteontem que vai recorrer ao STF (Supremo Tribunal Federal) para ter a liberação da reforma na Marina da Glória.
Hoje, executivos da EBTE vão apresentar um novo projeto ao Iphan. O ponto principal rejeitado pelo órgão é a garagem de barcos, que pode atingir uma altura de 15 metros. O Iphan acredita que a construção vai descaracterizar o parque do Flamengo.
Segundo o órgão, o projeto da garagem abrigará, em sua maioria, lanchas, e apenas 20% da instalação será destinada aos veleiros, embarcações que serão utilizadas nos Jogos. O superintendente do Iphan, Carlos Fernando Andrade, disse que o projeto está ""superdimensionado" e terá que ser adaptado para ganhar a aprovação do órgão hoje.
A EBTE pretende investir cerca de R$ 40 milhões na ampliação da marina, que também ganharia um centro de convenções e um restaurante.
Com o objetivo de tentar sensibilizar as autoridades, o Co-Rio emitiu nota oficial sobre o impasse na obra. O comitê diz estar "extremamente preocupado com a situação de paralisação das obras da Marina da Glória" e garante que ""as obras são fundamentais para a realização das provas de vela".
De acordo com o comitê, ""a solução [para o impasse jurídico] precisa ser encontrada com urgência para viabilizar a conclusão das obras, uma vez que a data de realização dos Jogos não pode ser alterada".
Além do desempenho olímpico, a vela também faz sucesso em Pans. O iatismo ganhou 24 ouros na história da competição, sendo três em Santo Domingo (República Dominicana), em 2003.0 (SÉRGIO RANGEL)


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