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Corinthians faria festa até mesmo com revés
Clube não queria celebração longe da
torcida e executa plano antes do jogo
Diretoria, técnico, atletas e
torcedores abriram mão de
chancela oficial e tinham
como objetivo conquistar a
vitória para evitar anticlímax
EDUARDO ARRUDA
RODRIGO MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Mesmo antes do jogo, a diretoria do Corinthians decretou a
ascensão do time à Série A. A
ordem dos cartolas era comemorar a volta à elite do futebol
brasileiro com uma vitória, independentemente do resultado do Barueri, que perdeu e
possibilitou a classificação.
"Eu acho que, com 70 pontos,
já subiu. Mesmo que o Barueri
vença, a diferença ficará em 16
pontos, com 18 a disputar. E
não dá mais para nos alcançar.
Lugar de time grande é na Série
A e, por isso, estamos voltando", deu o tom o treinador corintiano, Mano Menezes, ainda
antes do duelo com o Ceará.
O Corinthians chegou a 70
pontos com a vitória. Se o Barueri -quinto na tabela - vencesse, ainda poderia ultrapassar a marca corintiana, assim
como o Vila Nova, quarto.
Só que a diretoria não queria
comemorar longe da torcida.
Afinal, o time vai viajar para
Cuiabá para enfrentar o Mixto
em amistoso, na terça-feira.
E a equipe poderia se classificar nesta data, sem entrar em
campo, caso o Vila Nova não
vencesse seu jogo diante do Gama, em casa. Seria o anticlímax.
A diretoria armou toda a festa para o Pacaembu e não queria abrir mão dela, mesmo com
uma combinação de resultados
adversos. Desde antes da partida, dirigentes, jogadores, o técnico e torcedores não se importavam com a chancela oficial.
Todos já exibiam as bolas
pretas e brancas com inscrições
de "Eu voltei", distribuídas pelos parceiros do clube. A música do cantor Roberto Carlos "O
Portão", escolhida pela diretoria como tema da ascensão, tocava no Pacaembu.
Das arquibancadas, ainda se
ouviam os gritos de "Oh, o Coringão voltou". Como o jogo ficou mais morno, os torcedores
pareciam até mais preocupados com os gols do Fluminense
contra o Palmeiras. Se animaram no segundo tempo.
Ontem, foram vendidos
32.341 mil ingressos, pouco
menos do que o total de 34.700
colocados à venda. Mas havia
espaços vazios em todos os setores da arquibancada. Isso
apesar da presença de mais de
35 mil torcedores.
Havia mais gente fora do estádio também, muitos deles
que não tinham ingressos. No
meio do segundo tempo, alguns
desses torcedores tentaram invadir o Pacaembu.
Isso gerou uma confusão
com a Polícia Militar, que provocou o estouro de bombas.
Mas a festa recomeçou com o
segundo gol do Paraná, em Barueri. Ao final, o sistema de som
tocou "O Portão", acompanhado pelos torcedores. "Bate no
peito, mostra a camisa, que essa
torcida merece muito", afirmou o lateral André Santos.
"A emoção é muito grande
desde que vim para o Corinthians tinha esse objetivo. Só
tenho que agradecer essa torcida", afirmou o zagueiro Chicão.
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