São Paulo, domingo, 26 de outubro de 2008

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Corinthians faria festa até mesmo com revés

Clube não queria celebração longe da torcida e executa plano antes do jogo

Diretoria, técnico, atletas e torcedores abriram mão de chancela oficial e tinham como objetivo conquistar a vitória para evitar anticlímax

EDUARDO ARRUDA
RODRIGO MATTOS

DA REPORTAGEM LOCAL

Mesmo antes do jogo, a diretoria do Corinthians decretou a ascensão do time à Série A. A ordem dos cartolas era comemorar a volta à elite do futebol brasileiro com uma vitória, independentemente do resultado do Barueri, que perdeu e possibilitou a classificação.
"Eu acho que, com 70 pontos, já subiu. Mesmo que o Barueri vença, a diferença ficará em 16 pontos, com 18 a disputar. E não dá mais para nos alcançar. Lugar de time grande é na Série A e, por isso, estamos voltando", deu o tom o treinador corintiano, Mano Menezes, ainda antes do duelo com o Ceará.
O Corinthians chegou a 70 pontos com a vitória. Se o Barueri -quinto na tabela - vencesse, ainda poderia ultrapassar a marca corintiana, assim como o Vila Nova, quarto.
Só que a diretoria não queria comemorar longe da torcida. Afinal, o time vai viajar para Cuiabá para enfrentar o Mixto em amistoso, na terça-feira.
E a equipe poderia se classificar nesta data, sem entrar em campo, caso o Vila Nova não vencesse seu jogo diante do Gama, em casa. Seria o anticlímax.
A diretoria armou toda a festa para o Pacaembu e não queria abrir mão dela, mesmo com uma combinação de resultados adversos. Desde antes da partida, dirigentes, jogadores, o técnico e torcedores não se importavam com a chancela oficial.
Todos já exibiam as bolas pretas e brancas com inscrições de "Eu voltei", distribuídas pelos parceiros do clube. A música do cantor Roberto Carlos "O Portão", escolhida pela diretoria como tema da ascensão, tocava no Pacaembu.
Das arquibancadas, ainda se ouviam os gritos de "Oh, o Coringão voltou". Como o jogo ficou mais morno, os torcedores pareciam até mais preocupados com os gols do Fluminense contra o Palmeiras. Se animaram no segundo tempo.
Ontem, foram vendidos 32.341 mil ingressos, pouco menos do que o total de 34.700 colocados à venda. Mas havia espaços vazios em todos os setores da arquibancada. Isso apesar da presença de mais de 35 mil torcedores.
Havia mais gente fora do estádio também, muitos deles que não tinham ingressos. No meio do segundo tempo, alguns desses torcedores tentaram invadir o Pacaembu.
Isso gerou uma confusão com a Polícia Militar, que provocou o estouro de bombas.
Mas a festa recomeçou com o segundo gol do Paraná, em Barueri. Ao final, o sistema de som tocou "O Portão", acompanhado pelos torcedores. "Bate no peito, mostra a camisa, que essa torcida merece muito", afirmou o lateral André Santos.
"A emoção é muito grande desde que vim para o Corinthians tinha esse objetivo. Só tenho que agradecer essa torcida", afirmou o zagueiro Chicão.


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