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Fora de Jogos, seleções "somem" do Pan
Ausentes da Olimpíada, atletas de beisebol e softbol lamentam não receber auxílio para tentar vaga em Guadalajara-11
Após ficar a uma posição de se classificar, softbol indaga como, para as autoridades,
status de torneio pôde ter encolhido tanto e tão rápido
EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL
Sem o status de esporte olímpico, mas dentro do programa
de competições como os Jogos
Pan-Americanos, beisebol e
softbol padecem em limbo financeiro e engrossam a lista de
modalidades que pedem uma
política nacional de esportes.
Por estar fora do programa
de Londres-12, a Confederação
Brasileira de Beisebol e Softbol
perdeu o direito de receber seu
quinhão da verba da Lei Piva.
Segundo o presidente da entidade, Jorge Otsuka, ele bateu
às portas do Comitê Olímpico
Brasileiro e do Ministério do
Esporte, ouviu promessas, mas
o dinheiro acabou não saindo.
""É um tremendo transtorno.
Os atletas ficam apreensivos,
sem saber se vão ou não, e a rotina de treinos também tem de
ser adaptada. Deveria haver um
planejamento que contemplasse isso", argumenta o dirigente.
Atletas de ambas modalidades questionam o fato de o Pan
ter sido apresentado como uma
competição relevante quando
foi organizado no Rio, em 2007,
e agora ""ter sido esquecido".
""Quando foi no Rio, [o Pan]
era importante. Agora, dois
anos depois, não há esforço para classificar a seleção para
Guadalajara [sede do Pan-11]",
reclama Nilze Higa, 23, melhor
arremessadora do Pan-2007.
""Não é porque softbol e beisebol deixaram de ser olímpicos que é certo deixarmos de
representar o Brasil", lamenta
a jogadora, que pleiteia vaga em
liga semiprofissional do Japão.
Na seletiva disputada na Venezuela em meados deste ano,
o softbol brasileiro morreu na
praia: a seleção ficou em nono,
entre os 22 times na competição. Só as oito primeiras garantiram a vaga em Guadalajara.
As despesas de viagem ficaram em cerca de R$ 1.800 para
cada atleta, o que, segundo, segundo as jogadoras, acabou fazendo diferença no resultado.
""Foi uma decisão difícil. Trabalho ou concentração? No
fim, ninguém quis faltar ao trabalho para se concentrar. Afinal, iríamos arcar com as despesas de viagem do nosso bolso.
Só que isso teve um reflexo negativo em campo", argumentou
Maria Tanaka, 22, jardineira
central da seleção brasileira.
""Deu para todas treinarem
bem, mesmo, só aos finais de
semana, mesmo próximo à viagem. Como desta vez havia
mais países e jogos diários, estávamos desacostumadas."
""Treinos diários aumentariam o custo. Então não deu para aumentar o número de treinamentos", concorda Nilze.
O beisebol corre o risco de
passar pelo mesmo drama
-sua seletiva será em 2010.
O local não foi definido, mas
os custos deverão ser maiores,
pois o principal candidato a recepcionar a classificatória é o
palco do Pan-11, Guadalajara.
""O beisebol não é muito forte
na mídia, ele fica em segundo
plano. Assim como o beisebol e
o softbol, outras modalidades
vivem a mesma situação", filosofa Ricardo Shimanoe, 29, receptor da seleção de beisebol.
""Se o beisebol e o softbol estão fora de Londres, em 2012, o
Pan acaba sendo nossa olimpíada", complementa o atleta.
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