São Paulo, quarta-feira, 26 de outubro de 2011 |
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Trintões driblam a falência e vão ao topo ESPANHOL Com time de veteranos, Levante cresce depois de entrar em concordata e ameaça os gigantes DE SÃO PAULO O clube-sensação da Europa acabou de sair de um processo de falência, tem um elenco de trintões pouco conhecidos que bebem na véspera das partidas e comemoram as vitórias com pizza. Em um país cujo futebol se divide entre duas potências, é o Levante que tem deixado a Espanha de boca aberta. O segundo time de Valencia, terceira maior cidade do país, defende hoje, contra a Real Sociedad, a liderança do Espanhol, perdida com o 1 a 0 do Barcelona, gol de Xavi, sobre o Granada ontem. A primeira posição vale muito não só por superar Barcelona e Real Madrid, dois dos clubes mais ricos e vencedores do mundo. Mas também por sua história. Em 102 anos de existência (sete na primeira divisão), o Levante nunca havia liderado o Espanhol e nem emendado seis vitórias consecutivas -a sequência inclui triunfo sobre o Real Madrid. Há dois anos, quase fechou as portas. Afundado em dívidas, passou a ser administrado por um interventor cujo objetivo era pagar as contas. Assim, o clube, dono do menor orçamento do Espanhol (€ 20 milhões por ano), encheu seu elenco de veteranos contratados a custo zero. A média de idade dos titulares (31,2 anos) é a maior da liga. E, com raras exceções, como o volante Farinós (ex-Inter de Milão) e o lateral esquerdo Del Horno (ex-Chelsea), esses trintões não têm um passado de grandes clubes e títulos de expressão. O capitão Ballesteros, 36, que anulou Cristiano Ronaldo, passou parte da carreira no Tenerife ou no Mallorca. O técnico também é uma mostra da política de vacas magras. Juan Ignacio Martínez, 47, é estreante na elite. Faz pouco tempo, vendia livros escolares e seguros para completar o salário que recebia nas divisões inferiores. Sem estrelas ou apostas de futuros craques, o time só encontra uma explicação para o sucesso e a invencibilidade após oito rodadas: a descontração que une o elenco. Os jogadores repõem as energias com pizza e paella depois de cada partida. A cerveja também está liberada. "[A liderança] é uma piada, mas vamos defendê-la com a morte", declarou o meia Valdo. (RAFAEL REIS) Texto Anterior: Tostão: As coisas vão e voltam Próximo Texto: Clube só ganhou competição de cunho político Índice | Comunicar Erros |
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