São Paulo, quarta-feira, 26 de outubro de 2011

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Novo exame nega doping de Solberg

VÔLEI DE PRAIA
Resultado torna inválido teste de laboratório nacional

MÔNICA BERGAMO


COLUNISTA DA FOLHA

Um exame realizado em um laboratório em Colônia, na Alemanha, não encontrou substâncias proibidas na urina de Pedro Solberg, jogador brasileiro de vôlei de praia acusado de doping.
Há três meses, Solberg, que é filho da ex-jogadora brasileira Isabel, musa do vôlei nos anos 80, foi suspenso das competições após exames feitos pelo laboratório brasileiro Ladetec darem positivo.
Diante dos resultados discrepantes, a FIVB (Federação Internacional de Vôlei) invalidou os resultados brasileiros. E arquivou o caso.
A federação diz que os laudos alemães se sobrepuseram aos brasileiros porque o laboratório de Colônia é referência na detecção de testosterona nas amostras, especialmente no método exigido no caso do atleta brasileiro.
Em comunicado, a entidade afirma que "há suficientes provas de que o atleta não violou as regras antidoping".
O Ladetec, único laboratório brasileiro autorizado a fazer esse tipo de exame e responsável pelas análises que serão feitas na Copa-2014 e na Olimpíada-2016, pouco comentou sobre o resultado.
"Este caso infelizmente é uma tristeza. Mas o Código de Ética da Wada [Agência Mundial Antidoping, à qual o Ladetec é credenciado] me proíbe de dar declarações sobre processos em andamento", afirma Francisco Radler, coordenador do laboratório.
Radler diz que o assunto não está encerrado. "Instâncias superiores, como a Corte de Arbitragem do Esporte, ainda podem ser acionadas."
Sobre a possibilidade de erro do Ladetec, declarou: "O laboratório é credenciado pela Wada. Isso já diz tudo".
A agência só autoriza 33 instituições no mundo a fazerem controle de dopagem.
Neste ano, um laboratório da Turquia foi descredenciado pela Wada depois de cometer erros na análise do teste antidoping de uma jogadora americana de basquete.
Em julho, quando o laboratório brasileiro acusou o doping, Solberg pediu uma contraprova. Feito no mesmo Ladetec, o procedimento confirmou o primeiro exame.
Inconformada, a família do atleta contratou advogados e encomendou laudos independentes que apontaram erros do Ladetec. Isabel diz que chegou a gastar R$ 140 mil, também com bioquímicos e pareceres internacionais.
Depois disso, o jogador recorreu à FIVB para pedir que o caso fosse reavaliado.
A demanda teve o apoio de Eduardo de Rose, autoridade máxima do doping no Brasil.
"Fico feliz que tenham comprovado o que apontei. O antidoping tem que ser para punir os culpados, e não os inocentes", diz De Rose.
Livre da suspensão desde agosto, Solberg e o parceiro Ferramenta ganharam a medalha de bronze na etapa de Marrocos, última do Circuito Mundial de vôlei de praia.

Colaboraram DANIEL BRITO e MARIANA BASTOS, de São Paulo, e MARIANA LAJOLO, enviada especial a Guadalajara


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