São Paulo, domingo, 26 de novembro de 2006

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Giba encanta, e Brasil derrota os EUA no Mundial

Ponta marca 23 pontos, quase um set inteiro, na vitória por 3 a 0 na estréia do time na segunda fase, em Hiroshima

"Se formos consistentes assim nas próximas partidas temos boas chances de avançar às semifinais", prevê o técnico Bernardinho

DA REPORTAGEM LOCAL

Ele ganhou quase um set inteiro sozinho e arrancou elogios de Bernardinho. Na melhor apresentação do Brasil até agora no Mundial do Japão, foi Giba quem roubou a cena. Comandada pelo atacante, a equipe brasileira marcou 3 sets a 0 (25/19, 25/18 e 25/23) sobre os EUA ontem, em sua estréia na segunda fase do torneio.
Nessa madrugada, enfrentaria a República Tcheca. Giba, 29 anos e 1,92 m, foi responsável por 23 pontos, 19 deles de ataque (63,3% de aproveitamento) e quatro de bloqueio. Foi também o melhor bloqueador da partida.
"O Giba fez algumas jogadas maravilhosas. É bonito vê-lo jogar, alguns de seus movimentos são muito bonitos. É um jogador espetacular. Ele não é muito alto, então salta bem e consegue jogadas de efeito. Acho que ele foi o jogador que mais deu espetáculo hoje, mas talvez não tenha sido o mais efetivo", afirmou Bernardinho. Segundo as estatísticas da federação internacional, ele tem razão. André Heller teve o melhor aproveitamento no ataque -83%.
O treinador brasileiro não credenciou a vitória apenas a Giba. O grande mérito, segundo ele, foi a atitude assumida pelo time. Desde a derrota para a França, os jogadores têm evoluído e mostrado mais raiva e vontade durante os jogos.
"Lutamos por cada bola, sem deixar que os americanos notassem uma expressão de dúvida ou de relaxamento nos rostos dos nossos jogadores. Nós estávamos tranqüilos. A sensação que temos agora é de que ainda estamos vivos", afirmou Bernardinho.
O Brasil foi tão consistente durante a partida que só deixou os EUA abrirem mais de um ponto de vantagem no terceiro set (8/6), quando o confronto ficou mais equilibrado.
Com um saque forçado, os norte-americanos dificultaram um pouco o trabalho do levantador Ricardinho, mas não o suficiente para evitar e derrota por 3 sets a 0.
"Estivemos ainda mais atentos do que contra a Alemanha [último confronto da primeira fase]. Conseguimos achar um bom padrão de jogo, com muita concentração, muita força no saque e todo mundo ligado na defesa e um cobrando o outro.
Agora é tentar manter isso", afirmou o líbero Escadinha. Além de se aproximar da perfeição, a equipe brasileira afastou o fantasma norte-americano, seu maior algoz nos principais campeonatos sob o comando de Bernardinho.
Derrotas para o rival impulsionaram a seleção nas conquistas do título inédito no Mundial de 2002 e da medalha de ouro em Atenas-2004. Os EUA também bateram o Brasil na decisão da Copa América de 2005, em São Lourenço (RS). Com isso, o time manteve a sina de nunca ter conquistado um título em casa.
Para buscar o troféu no Japão, os brasileiros precisam vencer seus três próximos jogos. Depois da República Tcheca, a equipe encara Itália e Bulgária. Uma derrota faz a seleção precisar de uma combinação de resultados para avançar.
Para Bernardinho, no entanto, a apresentação de ontem já deu um sinal do caminho que a equipe deve seguir. "Se formos consistentes assim nas próximas partidas temos boas chances de avançar às semifinais", disse.


BRASIL - Ricardinho (3), André Nascimento (13), Giba (23), Dante (9), Gustavo (7), André Heller (8) e Escadinha, Anderson (2) e Marcelinho.
EUA - Suxho (3), Priddy (9), Polster (1), Millar (4), Hoff (4), Stanley e Lambourne, McKienzie (11), Salmon (10) e Gardner (5)


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