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Palmeiras defende seu futuro incerto
Clube, que tenta se livrar do descenso contra o Inter, já usou em 2006 mais de 40% da receita do futebol para 2007
Se mantiver a mesma folha salarial, sobrarão apenas pouco mais de R$ 3 milhões para cobrir outras despesas, inclusive com contratações
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL
O Palmeiras joga hoje para
tentar ratificar sua presença na
Série A em 2007, mas ainda não
sabe se terá fôlego financeiro
para conseguir chegar ao fim do
próximo ano com uma missão
menos inglória do que esta.
Uma vitória sobre o Internacional livra o time matematicamente do risco de cair de novo
para a segunda divisão, mas
pouco influenciará no futuro
do time no ano que vem.
Por causa das antecipações
de receitas referentes a 2007
que o clube alviverde foi obrigado a fazer agora para tapar
buracos do orçamento atual, o
clube já comprometeu mais de
40% de toda a receita prevista
para a próxima temporada.
Adiantamentos de cotas de
TV referentes ao Brasileiro e ao
Paulista e metade de tudo o que
tem para receber no ano da
Adidas, sua fornecedora oficial,
já foram usados pela diretoria
palmeirense em 2006 para cobrir dívidas e pagar salários a
funcionários e jogadores -estes últimos também tinham direitos de imagens a receber.
As antecipações palmeirenses chegam a R$ 18 milhões, de
um total de aproximadamente
R$ 41 milhões que teria para receber no ano que vem. Não entram na conta valores que não
são previstos, como venda de
ingressos para jogos em casa.
Sobrarão para o clube manter seu departamento mais importante durante toda a próxima temporada cerca de 27 milhões, provenientes do restante
da cota de TV do Brasileiro-2007 e do valor anual a ser pago
pela Pirelli pelo patrocínio estampado na camisa.
Se mantiver a mesma folha
salarial que tem atualmente
-R$ 1,5 milhão, mais cerca de
R$ 500 mil em direitos de imagem-, devem sobrar cerca de
R$ 3 milhões para todo o restante de despesas do futebol,
inclusive para eventuais contratações de reforços.
A situação financeira que se
anuncia para 2007 é tão ruim
como já foi a deste ano, quando
o orçamento previsto para o
departamento do futebol foi estourado três meses antes do
término da temporada.
A previsão orçamentária do
clube, entregue a conselheiros
na primeira reunião do Conselho Deliberativo de 2006 e à
qual a Folha teve acesso, apontava um máximo de R$ 60 milhões para gastos com o futebol
profissional. Até setembro, as
despesas bateram na casa dos
R$ 72,8 milhões -R$ 12 milhões acima do previsto.
O mês em que o clube mais
gastou com o departamento foi
maio, quando mais de R$ 9 milhões foram desembolsados.
Coincidência ou não, foi o mês
em que o time, dentro de campo, esteve em crise mais profunda, quando chegou a ser o
lanterna do Brasileiro.
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