São Paulo, domingo, 26 de novembro de 2006

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Palmeiras defende seu futuro incerto

Clube, que tenta se livrar do descenso contra o Inter, já usou em 2006 mais de 40% da receita do futebol para 2007

Se mantiver a mesma folha salarial, sobrarão apenas pouco mais de R$ 3 milhões para cobrir outras despesas, inclusive com contratações

PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL

O Palmeiras joga hoje para tentar ratificar sua presença na Série A em 2007, mas ainda não sabe se terá fôlego financeiro para conseguir chegar ao fim do próximo ano com uma missão menos inglória do que esta.
Uma vitória sobre o Internacional livra o time matematicamente do risco de cair de novo para a segunda divisão, mas pouco influenciará no futuro do time no ano que vem.
Por causa das antecipações de receitas referentes a 2007 que o clube alviverde foi obrigado a fazer agora para tapar buracos do orçamento atual, o clube já comprometeu mais de 40% de toda a receita prevista para a próxima temporada.
Adiantamentos de cotas de TV referentes ao Brasileiro e ao Paulista e metade de tudo o que tem para receber no ano da Adidas, sua fornecedora oficial, já foram usados pela diretoria palmeirense em 2006 para cobrir dívidas e pagar salários a funcionários e jogadores -estes últimos também tinham direitos de imagens a receber.
As antecipações palmeirenses chegam a R$ 18 milhões, de um total de aproximadamente R$ 41 milhões que teria para receber no ano que vem. Não entram na conta valores que não são previstos, como venda de ingressos para jogos em casa.
Sobrarão para o clube manter seu departamento mais importante durante toda a próxima temporada cerca de 27 milhões, provenientes do restante da cota de TV do Brasileiro-2007 e do valor anual a ser pago pela Pirelli pelo patrocínio estampado na camisa.
Se mantiver a mesma folha salarial que tem atualmente -R$ 1,5 milhão, mais cerca de R$ 500 mil em direitos de imagem-, devem sobrar cerca de R$ 3 milhões para todo o restante de despesas do futebol, inclusive para eventuais contratações de reforços.
A situação financeira que se anuncia para 2007 é tão ruim como já foi a deste ano, quando o orçamento previsto para o departamento do futebol foi estourado três meses antes do término da temporada.
A previsão orçamentária do clube, entregue a conselheiros na primeira reunião do Conselho Deliberativo de 2006 e à qual a Folha teve acesso, apontava um máximo de R$ 60 milhões para gastos com o futebol profissional. Até setembro, as despesas bateram na casa dos R$ 72,8 milhões -R$ 12 milhões acima do previsto.
O mês em que o clube mais gastou com o departamento foi maio, quando mais de R$ 9 milhões foram desembolsados. Coincidência ou não, foi o mês em que o time, dentro de campo, esteve em crise mais profunda, quando chegou a ser o lanterna do Brasileiro.


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