São Paulo, domingo, 26 de novembro de 2006

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JUCA KFOURI

Os melhores do futebol em 2006


Ninguém nunca se conforma 100% com as relações dos craques do ano. E pior: nem quem as elabora fica feliz


CONFESSO MINHA dificuldade nesta época do ano, quando todos pedem a relação daqueles que considero terem sido os melhores da temporada.
Na verdade, não gosto de fazê-la, porque sempre me arrependo, sempre me esqueço de alguém, é inevitável a escolha do que é mais próximo e, além do mais, posso mudá-la de um dia para o outro, conforme meu estado espírito.
Coisa que vale até para a escolha dos "melhores de todos os tempos". Invariavelmente, por exemplo, conforme o humor do dia, digo que Carlos Alberto Torres foi o melhor lateral-direito que vi jogar. Outras vezes opto por Djalma Santos. E assim por diante.
Como deixar Romário de fora de uma seleção dessas? E Coutinho? E Reinaldo? E Careca? E os Ronaldos? E Canhoteiro? Mas o que fazer se prefiro Tostão e Rivellino, até por razões não apenas técnicas, mas da memória afetiva?
Dura a vida do "selecionador". É claro que é mais fácil fazer a seleção do ano, mas, mesmo assim, são variados os problemas enfrentados para não ser leviano.
Tentemos escalá-la, não sem antes listar a seleção dos melhores de todos os tempos, para evitar congestionamento na caixa postal: Gilmar dos Santos Neves; Djalma Santos, Aldair Nascimento dos Santos, Márcio Santos e Nilton Santos (uma defesa, como se vê, santificada; além do mais, a dupla de zagueiros fica por conta de seu desempenho na Copa de 1994); Falcão, Didi e Rivellino; Garrincha, Tostão e Pelé.
Cadê o Marcos, o Luís Pereira, o Zito, o Zico, Zizinho, Zidane, Ademir da Guia, o Sócrates, tantos?!!! E isso que os estrangeiros estão fora, mesmo gênios que jogaram por aqui, como Figueroa, Dario Pereyra, Gamarra, Pedro Rocha...
Que dirá se tiver que escolher um time que possa contar com Baresi, Bob Moore, com Beckenbauer, com Cruijff, Maradona, Platini, Van Basten. E sempre tendo como critério os que vi jogar o bastante, razão pela qual não cito Iashin, Fontaine, Kopa, Di Stéfano, Puskas, esses gênios sobre os quais mais li do que vi.
Meu time do ano tem Rogério Ceni, Ilsinho, Miranda, Fabiano Eller e Kléber; Josué (mas podia ser o Lucas), Mineiro, Zé Roberto (Santos) e Fernandão; Souza (Goiás), pela artilharia, mas devia ser o Rafael Sobis, e Soares (Figueirense), mas devia ser o Ricardo Oliveira.
A revelação fica entre o Lucas, do Grêmio, e o Diego Cavalieri, que ainda precisa melhorar a reposição de bola, mas, algo me diz, será um goleiro da estirpe dos melhores que já vimos. Acrescento, ainda, o lateral-esquerdo Marcelo, ex-Flu, que parece ter futuro luminoso.
Basta?
Não!
Também exigem o técnico do ano. Entre os técnicos, quatro merecem a indicação. Caio Júnior, do Paraná Clube, é o autor da maior façanha. Trouxe seu time até aqui com organização e padrão, sem nenhuma estrela e avesso à violência.
Abel Braga não só ajudou a conquista da Libertadores pelo Inter como impediu que, mesmo desmontado, o time desmoronasse no Campeonato Brasileiro. Muricy Ramalho, o Telezinho, além do vice na Libertadores, teve, segundo ele mesmo, 25% de participação na conquista do tetra. E terá muito mais daqui por diante. Mas fico com Mano Menezes, essencial para a ressurreição do Grêmio. E a um custo muito menor do que certos pavões que voam por aí.

Fim de papo e da farra
De resto, que sejam bem-sucedidos os conselheiros do Corinthians que querem o fim das reeleições intermináveis no clube e propõem a criação do sócio-torcedor, com direito a eleger conselheiros.

blogdojuca@uol.com.br


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