São Paulo, domingo, 26 de novembro de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

MSI tem de respeitar acordo, diz Leão

Técnico do Corinthians, que hoje pega o Botafogo, apóia-se em cláusula da parceria que prevê equipe forte todos os anos

Contrato, porém, diz que a empresa, que gastou R$ 150 milhões em reforços, tinha de fazer contratações de até US$ 15 milhões ao time

EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL

Sem estrelas, mas com um punhado de jovens promissores ainda sem garantia de sucesso, o técnico Emerson Leão evocou o contrato entre Corinthians e MSI para cobrar reforços da parceira, cada vez mais fora do Parque São Jorge.
"O que me parece é que ela [MSI] tem de dar jogadores de seleção todos os anos. Aguardamos o cumprimento do contrato. Aliás, contrato não é para ser cumprido, mas respeitado" disse o treinador, que leva o Corinthians a campo hoje contra o Botafogo, às 16h, no Maracanã.
Ele se refere à cláusula 4.4 do acordo, que diz que a MSI "deverá contratar jogadores de futebol de reconhecido alto nível, de modo a manter todo ano um time de futebol altamente competitivo, com o propósito de vencer campeonatos, inclusive suprindo valores acima da receita deste departamento de futebol, se necessário for".
Apesar do choro do treinador, uma outra cláusula do contrato, que só se encerra no final de 2014, é conflitante em relação à citada acima. O item 4.1 afirma que a MSI tem de contratar atletas no valor de até US$ 15 milhões (cerca de R$ 30 milhões). Esse valor já foi ultrapassado pela parceira, que desembolsou cinco vezes mais que o estipulado.
Leão tem reclamado sistematicamente da MSI. "O que eu ouvi é que o investidor vai contratar, mas não tanto quanto em anos anteriores."
A verdade é que nem o clube tem certeza de que isso vai acontecer. Pelo contrato, a MSI não precisa mais colocar dinheiro no Corinthians. Cartolas do clube declaram que a parceria já acabou, faltando apenas a oficialização disso.
O presidente corintiano, Alberto Dualib, no entanto, conta com a chegada de R$ 20 milhões para o futebol em 2007.
O encarregado de obter recursos é o empresário Renato Duprat, que deve ir a Londres.
A MSI rebate as críticas de Leão. Diz não confiar em seu planejamento. Teme que repita o fracasso do Palmeiras. A empresa afirma estranhar também o fato de o treinador pedir reforços depois de ter se livrado de Tevez, Mascherano e Carlos Alberto. O treinador declarou não ter nenhuma relação com a saída dos argentinos do clube.
Com uma perspectiva nada animadora, Leão fala em montar um time de coadjuvantes para 2007. O técnico afirmou que, mesmo que o clube receba os tais R$ 20 milhões, dificilmente conseguirá montar um time forte no próximo ano.
Cita como exemplo o atacante Nilmar, que custa cerca de R$ 24 milhões. Por isso, diz que prefere ter quatro atletas "coadjuvantes", ao custo de R$ 5 milhões, a um "diferenciado".
"Aí vou ter de trocar a filosofia [de contar com estrelas]. A equipe vai ser uma equipe, que terá força coletivamente. Não terá uma estrela solitária."


Texto Anterior: Juca Kfouri: Os melhores do futebol em 2006
Próximo Texto: Alento: Clube agora quer sul-americana
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.