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MSI tem de respeitar acordo, diz Leão
Técnico do Corinthians, que hoje pega o Botafogo, apóia-se em cláusula da parceria que prevê equipe forte todos os anos
Contrato, porém, diz que a
empresa, que gastou R$ 150
milhões em reforços, tinha
de fazer contratações de
até US$ 15 milhões ao time
EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL
Sem estrelas, mas com um
punhado de jovens promissores ainda sem garantia de sucesso, o técnico Emerson Leão
evocou o contrato entre Corinthians e MSI para cobrar reforços da parceira, cada vez mais
fora do Parque São Jorge.
"O que me parece é que ela
[MSI] tem de dar jogadores de
seleção todos os anos. Aguardamos o cumprimento do contrato. Aliás, contrato não é para
ser cumprido, mas respeitado"
disse o treinador, que leva o Corinthians a campo hoje contra o
Botafogo, às 16h, no Maracanã.
Ele se refere à cláusula 4.4 do
acordo, que diz que a MSI "deverá contratar jogadores de futebol de reconhecido alto nível,
de modo a manter todo ano um
time de futebol altamente competitivo, com o propósito de
vencer campeonatos, inclusive
suprindo valores acima da receita deste departamento de
futebol, se necessário for".
Apesar do choro do treinador, uma outra cláusula do contrato, que só se encerra no final
de 2014, é conflitante em relação à citada acima. O item 4.1
afirma que a MSI tem de contratar atletas no valor de até
US$ 15 milhões (cerca de R$ 30
milhões). Esse valor já foi ultrapassado pela parceira, que desembolsou cinco vezes mais
que o estipulado.
Leão tem reclamado sistematicamente da MSI. "O que
eu ouvi é que o investidor vai
contratar, mas não tanto quanto em anos anteriores."
A verdade é que nem o clube
tem certeza de que isso vai
acontecer. Pelo contrato, a MSI
não precisa mais colocar dinheiro no Corinthians. Cartolas do clube declaram que a
parceria já acabou, faltando
apenas a oficialização disso.
O presidente corintiano, Alberto Dualib, no entanto, conta
com a chegada de R$ 20 milhões para o futebol em 2007.
O encarregado de obter recursos é o empresário Renato
Duprat, que deve ir a Londres.
A MSI rebate as críticas de
Leão. Diz não confiar em seu
planejamento. Teme que repita
o fracasso do Palmeiras. A empresa afirma estranhar também o fato de o treinador pedir
reforços depois de ter se livrado
de Tevez, Mascherano e Carlos
Alberto. O treinador declarou
não ter nenhuma relação com a
saída dos argentinos do clube.
Com uma perspectiva nada
animadora, Leão fala em montar um time de coadjuvantes
para 2007. O técnico afirmou
que, mesmo que o clube receba
os tais R$ 20 milhões, dificilmente conseguirá montar um
time forte no próximo ano.
Cita como exemplo o atacante Nilmar, que custa cerca de
R$ 24 milhões. Por isso, diz que
prefere ter quatro atletas
"coadjuvantes", ao custo de R$
5 milhões, a um "diferenciado".
"Aí vou ter de trocar a filosofia [de contar com estrelas]. A
equipe vai ser uma equipe, que
terá força coletivamente. Não
terá uma estrela solitária."
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