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Tiro com arco obtém maior feito da história
Roberval Santos é bronze em final da Copa do Mundo
FABIO GRIJÓ
DA REPORTAGEM LOCAL
Começou como passatempo,
se transformou em esporte e
anteontem culminou no melhor resultado da história do tiro com arco nacional.
Roberval dos Santos, 37, conquistou o bronze na final da Copa do Mundo da modalidade,
em Dubai, nos Emirados Árabes. Jamais um atleta do país tinha chegado tão longe. A competição reúne os quatro melhores da temporada em cada categoria. A de Roberval é a composta (formato de uma besta),
não-olímpica, em que um gatilho preso ao arco auxilia no tiro
do competidor, dado a uma distância de 70 metros.
Na Olimpíada, é disputada
apenas o recurvo, sem gatilho,
com duas lâminas presas ao arco -em teoria, exige mais precisão do próprio arqueiro.
"Comecei como curioso. Certa vez comprei um arco e ficava
atirando em casa", contou o
brasileiro, por e-mail, de Dubai.
Ali surgiria o esporte para
Roberval. Depois, ele passou a
freqüentar um bar em Osasco,
na Grande SP, em que podia
"brincar". Acabou conhecendo
um dirigente da federação paulista, que o incentivou a participar de campeonatos.
No ano passado, Roberval
deixou de disputar a final da
Copa do Mundo por 1 ponto.
Ainda em 2006, venceu a etapa
da Turquia da competição.
Nesta temporada, antes de
Dubai, havia ficado em terceiro
na Itália. Ele chegou à final do
torneio como o quarto e último
classificado. Nas semifinais, no
sábado, parou diante do salvadorenho Jorge Jimenez, que
acabou campeão da Copa. Pelo
bronze, Roberval superou o
francês Sebastien Brasseur.
"Sinto como uma conquista
de todo nosso esporte. O Brasil
não era conhecido como uma
potência no arco e flecha até o
ano passado", falou o arqueiro.
"Depois da minha vitória em
Antalya [na etapa turca da Copa], a medalha de bronze do
Victor Sidi Neto e nosso segundo lugar por equipes na etapa
de El Salvador, o Brasil começou a ser visto com mais respeito. Ou seja, meu resultado neste ano só vem reforçar a imagem de uma país que está em
ascensão no cenário do arco e
flecha mundial", disse.
A boa fase da modalidade no
país também resultou na conquista da vaga olímpica, no recurvo. O Brasil estará de volta
aos Jogos, em Pequim-2008. A
última participação tinha sido
em Barcelona-1992. Ainda não
está definido o representante
nacional na capital chinesa.
Mas não será Roberval, que
admitiu a frustração por não
poder ir à Olimpíada.
"Fico frustrado em não poder atirar na Olimpíada. O arco
composto é tão competitivo
quanto o recurvo e podemos
garantir disputas de muito alto
nível. É apenas uma questão de
o COI [Comitê Olímpico Internacional] entender que, mesmo com toda a mecânica utilizada no arco composto, é um
arco difícil de atirar."
Ele disse que poderá migrar
para o recurvo no futuro. "Pretendo mudar para o recurvo,
ainda que meu rendimento
possa não ser o mesmo, pois já
tenho 37 anos, mas é um tipo de
arco de que gosto muito."
Roberval treina com o técnico cubano Disney Machado.
São pelo menos cinco dias por
semana, com 150 tiros diários,
o que consome quatro horas de
prática em média a cada sessão.
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