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COB usa lei e quer verba recorde da Petrobras
Até a candidatura olímpica entra na justificava de pedido de R$ 37 milhões
Entidade enviou 5 projetos à empresa, que neste ano já liberou R$ 26 milhões para preparar equipe brasileira para a Olimpíada de Pequim
EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL
O COB (Comitê Olímpico
Brasileiro) apresentou ao menos cinco projetos à Petrobras
que somam valor superior a R$
37 milhões a ser captado por
meio da lei de incentivo fiscal.
Esse instrumento foi usado
pela empresa para liberar R$
26 milhões para os detalhes finais da preparação da delegação brasileira para Pequim-08.
Uma das justificativas para o
aumento das despesas é a escolha da sede da Olimpíada de
2016. O Rio disputa a eleição
com Madri, Chicago e Tóquio
-a definição ocorrerá em outubro de 2009, em assembléia do
COI (Comitê Olímpico Internacional), em Copenhague.
Outro catalisador usado no
discurso para pedir verba estatal é o legado do Pan do Rio-07.
Para o projeto ""Operação do
Centro Olímpico de Desenvolvimento de Talentos", referente ao custeio do início das atividades do parque aquático Maria Lenk e do Velódromo, dois
legados do Pan, o COB aponta
ser preciso R$ 10,4 milhões.
Ficou acertado no início do
ano que, pela cessão das arenas,
o COB pagaria R$ 3.360 por
mês. O custo de sua construção
beira os R$ 85 milhões.
Além de recuperar o Pan, a
proposta avança para 2016,
pois a verba viabilizaria fomento, treinos, detecção de talentos, renovação e "preparação da
base da equipe brasileira visando os Jogos de 2012 e 2016".
A Olimpíada de 2016 é usada
para justificar um outro projeto, o ""Apoio à missão brasileira
nos Jogos da Lusofonia-09".
Seu objetivo principal seria
reforçar a visibilidade do Brasil
perante a comunidade internacional, para ""garantir a possibilidade de viabilizar a escolha do
Rio como sede para 2016".
Para isso, pede R$ 1,4 milhão
para ""ajudar no desenvolvimento e reforço na preparação
do Brasil" para a competição,
marcada para julho, em Lisboa.
Desfalcada da elite esportiva,
a delegação brasileira foi em
2006 primeira colocada no
quadro de medalhas da edição
inaugural do evento, disputada
em Macau, por países da comunidade de língua portuguesa.
O terceiro projeto do COB,
que recebe verba estatal através da Lei Piva e distribui parte
às confederações filiadas, é o
""Apoio à preparação dos atletas
visando o começo do ciclo
olímpico 2009/12". É dirigido
aos nascidos a partir de 1983.
Os projetos restantes são
mais específicos: ""Rumo ao
Ouro Brasil de Iatismo", no valor de R$ 4,6 milhões, visa aperfeiçoar o esporte por meio da
organização, aparentemente
pelo COB, da Semana de Vela.
Em sua justificativa, o projeto prega que o ""intercâmbio
possibilitará aos brasileiros
comparar com os melhores velejadores do mundo métodos,
treinos e materiais usados".
Um quinto projeto pede cerca de R$ 500 mil para a preparação da delegação que irá competir nos Jogos de Inverno de
Vancouver, em 2010.
Os projetos e explicações
constavam no site da Petrobras, mas foram tirados do ar.
A assessoria de imprensa da
Petrobras informou que ainda
não foi definida a data para a divulgação dos projetos que serão
contemplados no próximo ano
pela estatal, pois o processo de
seleção não terminou até agora.
Já o COB informou que sua
intenção é desenvolver o esporte nacional e que "neste momento, os projetos foram apresentados ao Ministério do Esporte sem estar ainda vinculados a nenhuma empresa".
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