São Paulo, quarta-feira, 26 de novembro de 2008

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COB usa lei e quer verba recorde da Petrobras

Até a candidatura olímpica entra na justificava de pedido de R$ 37 milhões

Entidade enviou 5 projetos à empresa, que neste ano já liberou R$ 26 milhões para preparar equipe brasileira para a Olimpíada de Pequim


EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL

O COB (Comitê Olímpico Brasileiro) apresentou ao menos cinco projetos à Petrobras que somam valor superior a R$ 37 milhões a ser captado por meio da lei de incentivo fiscal.
Esse instrumento foi usado pela empresa para liberar R$ 26 milhões para os detalhes finais da preparação da delegação brasileira para Pequim-08.
Uma das justificativas para o aumento das despesas é a escolha da sede da Olimpíada de 2016. O Rio disputa a eleição com Madri, Chicago e Tóquio -a definição ocorrerá em outubro de 2009, em assembléia do COI (Comitê Olímpico Internacional), em Copenhague.
Outro catalisador usado no discurso para pedir verba estatal é o legado do Pan do Rio-07.
Para o projeto ""Operação do Centro Olímpico de Desenvolvimento de Talentos", referente ao custeio do início das atividades do parque aquático Maria Lenk e do Velódromo, dois legados do Pan, o COB aponta ser preciso R$ 10,4 milhões.
Ficou acertado no início do ano que, pela cessão das arenas, o COB pagaria R$ 3.360 por mês. O custo de sua construção beira os R$ 85 milhões.
Além de recuperar o Pan, a proposta avança para 2016, pois a verba viabilizaria fomento, treinos, detecção de talentos, renovação e "preparação da base da equipe brasileira visando os Jogos de 2012 e 2016".
A Olimpíada de 2016 é usada para justificar um outro projeto, o ""Apoio à missão brasileira nos Jogos da Lusofonia-09".
Seu objetivo principal seria reforçar a visibilidade do Brasil perante a comunidade internacional, para ""garantir a possibilidade de viabilizar a escolha do Rio como sede para 2016".
Para isso, pede R$ 1,4 milhão para ""ajudar no desenvolvimento e reforço na preparação do Brasil" para a competição, marcada para julho, em Lisboa.
Desfalcada da elite esportiva, a delegação brasileira foi em 2006 primeira colocada no quadro de medalhas da edição inaugural do evento, disputada em Macau, por países da comunidade de língua portuguesa.
O terceiro projeto do COB, que recebe verba estatal através da Lei Piva e distribui parte às confederações filiadas, é o ""Apoio à preparação dos atletas visando o começo do ciclo olímpico 2009/12". É dirigido aos nascidos a partir de 1983.
Os projetos restantes são mais específicos: ""Rumo ao Ouro Brasil de Iatismo", no valor de R$ 4,6 milhões, visa aperfeiçoar o esporte por meio da organização, aparentemente pelo COB, da Semana de Vela.
Em sua justificativa, o projeto prega que o ""intercâmbio possibilitará aos brasileiros comparar com os melhores velejadores do mundo métodos, treinos e materiais usados".
Um quinto projeto pede cerca de R$ 500 mil para a preparação da delegação que irá competir nos Jogos de Inverno de Vancouver, em 2010.
Os projetos e explicações constavam no site da Petrobras, mas foram tirados do ar.
A assessoria de imprensa da Petrobras informou que ainda não foi definida a data para a divulgação dos projetos que serão contemplados no próximo ano pela estatal, pois o processo de seleção não terminou até agora.
Já o COB informou que sua intenção é desenvolver o esporte nacional e que "neste momento, os projetos foram apresentados ao Ministério do Esporte sem estar ainda vinculados a nenhuma empresa".


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