São Paulo, quinta-feira, 26 de novembro de 2009

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Romário volta a campo e aos braços da torcida para celebrar o América do pai

FÁBIO GRELLET
DA SUCURSAL DO RIO

Eram jogados 23min do segundo tempo. A partida valia não mais que o título da segunda divisão do Estadual do Rio. E já estava quase definido, América 2 x 0 Artsul, quando Romário pisou no gramado, mais uma vez, como jogador de futebol.
Com uma torcedora-símbolo a tiracolo e trajando a 11, o atacante substituiu Adriano, realizando o sonho do pai, Edevair, morto há 18 meses.
Aos 43 anos, Romário ofuscou o então nome da partida no estádio Giulite Coutinho, o zagueiro Ciro, autor dos dois gols do jogo, e, apesar de não balançar as redes, foi o mais festejado na comemoração do título do América.
"Para quem vestiu camisas de grandes clubes e até a maior delas, a da seleção, atuar pelo América é uma emoção diferente. E a realização do sonho do meu pai", declarou o atacante.
A volta do tetracampeão mundial ao contato com a bola, porém, foi prejudicada pelas fortes chuvas que castigaram Mesquita (Baixada Fluminense), no início da noite, inundando as esburacadas ruas ao redor do estádio.
Dentro do Giulite Coutinho, arquibancadas vazias e o pequeno -porém animadíssimo- público concentrado em um dos quatro setores. Em campo, em vez de craques da seleção, nomes desconhecidos como Naílton e Claudemir. Ao redor, dezenas de repórteres de olho em Romário.
O atacante começou no banco, mas, quando fez menção de se aquecer, no início do segundo tempo, provocou imediata reação do público. "Olê lê, olá lá, o Romário vem aí, e o bicho vai pegar", cantaram os torcedores, de pé, dezenas de vezes.
Quando o alto-falante anunciou a volta do atacante aos gramados, Romário foi cercado por repórteres e só conseguiu entrar em campo quase cinco minutos depois. "Meu pai está vendo lá do céu", disse, antes de abraçar o companheiro substituído.
A cada toque na bola, aplausos. Um chute a gol, bola fora. "Uuuuhhhhh." O autor de mais de mil gols -segundo sua própria contagem- não marcou. Mas, após o jogo, foi cercado por torcedores, ergueu a taça e chorou ouvindo o público entoar seu nome.
Com o craque já no vestiário, a torcida passou a cantar, imaginando o retorno aos anos de glória. Romário, por sua vez, deve voltar a campo no próximo jogo, o último do torneio, em que o América, campeão e com o acesso garantido, pega o Sendas fora.


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