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São Paulo, sexta-feira, 26 de dezembro de 2003

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Na seleção sub-23, que se reapresenta hoje, santistas põem à prova parceria de quase dez anos

Colados, Diego e Robinho revivem duplas famosas

PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL

No clube, na seleção brasileira e também fora dos gramados. Diego, 18, e Robinho, 19, resistem a uma era de frágeis relacionamentos no futebol brasileiro e formam a dupla mais famosa do país hoje.
Há quase dez anos convivendo no Santos, os dois, que voltam hoje a treinar com a seleção brasileira sub-23, surgiram para a fama juntos e seguem unidos por ela.
Em quase dois anos no time profissional do clube do litoral, Diego e Robinho ganharam o título brasileiro, chegaram ao mesmo tempo na seleção principal, foram juntos em programas de televisão, tiraram centenas de fotos abraçados e revivem a época das grandes duplas, como Pelé e Coutinho, Ademir da Guia e Dudu ou Sócrates e Casagrande.
"Fora de campo estamos sempre juntos. Ele [Robinho] é uma pessoa super alegre, dentro e fora de campo. Espero estar sempre com ele", diz Diego sobre o companheiro, deixando claro o ótimo relacionamento que tem com o atacante, iniciado no meio da década passada, quando os dois, ambos com 11 anos, chegaram ao Santos. No clube, ganharam títulos no infantil e no juvenil antes de serem lançados no profissional.
Numa época em que a fogueira das vaidades atrapalha relacionamentos no futebol (Bebeto e Romário eram ótimos parceiros em campo, mas desafetos fora dele), os dois mais famosos integrantes dos Meninos da Vila comemoram o sucesso alheio. "Ele merece", disse Robinho quando soube da convocação do amigo para um amistoso da seleção brasileira, contra o México, em abril. Diego retribuiu. "Infelizmente ele não foi chamado, mas sua hora vai chegar logo", afirmou, poucos dias antes do companheiro ser chamado para o mesmo jogo.
Em campo, o entrosamento entre os dois é ótimo. Desde que viraram titulares, o Santos saiu da fila no ano passado e foi bem em 2003, com os vices da Libertadores e do Brasileiro.
No último Nacional, a dupla se entendeu até na artilharia -cada um marcou oito gols no torneio.
Em todo esse tempo na equipe titular, os dois só ficaram separados por motivos técnicos quando o técnico Emerson Leão, por algumas rodadas, colocou Robinho no banco de reservas.
O próximo desafio da dupla acontece no Pré-Olímpico do Chile, quando o Brasil tenta uma das duas vagas sul-americanas para a Olimpíada de Atenas. Na única vez que jogaram juntos com a camisa amarela, na Copa Ouro, o entrosamento também foi bom -o Brasil sub-23 só perdeu para a seleção principal do México.

Parceria em xeque
Se os contratos dos dois com o Santos forem até o final, Diego e Robinho estarão juntos até 2005, quando acaba o compromisso do primeiro. Mas tudo indica que a parceria no clube acaba antes.
Diego já esteve perto de ser negociado com o Tottenham e seu pai, que cuida da sua carreira e tem participação nos direitos federativos do filho, não esconde que deseja a transferência do meia. Já Robinho, que tem contrato com o Santos até 2007, diz querer continuar no clube por mais algumas temporadas.
Mesmo se saírem da equipe que os lançou, os dois têm esperança de seguir juntos. Diego já declarou que seria uma boa um mesmo clube europeu contratar os dois. "Nos completamos", define, com propriedade, o meia.

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