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Na seleção sub-23, que se reapresenta hoje, santistas põem à prova parceria de quase dez anos
Colados, Diego e Robinho revivem duplas famosas
PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL
No clube, na seleção brasileira e
também fora dos gramados. Diego, 18, e Robinho, 19, resistem a
uma era de frágeis relacionamentos no futebol brasileiro e formam
a dupla mais famosa do país hoje.
Há quase dez anos convivendo
no Santos, os dois, que voltam hoje a treinar com a seleção brasileira sub-23, surgiram para a fama
juntos e seguem unidos por ela.
Em quase dois anos no time
profissional do clube do litoral,
Diego e Robinho ganharam o título brasileiro, chegaram ao mesmo tempo na seleção principal,
foram juntos em programas de televisão, tiraram centenas de fotos
abraçados e revivem a época das
grandes duplas, como Pelé e Coutinho, Ademir da Guia e Dudu ou
Sócrates e Casagrande.
"Fora de campo estamos sempre juntos. Ele [Robinho] é uma
pessoa super alegre, dentro e fora
de campo. Espero estar sempre
com ele", diz Diego sobre o companheiro, deixando claro o ótimo
relacionamento que tem com o
atacante, iniciado no meio da década passada, quando os dois,
ambos com 11 anos, chegaram ao
Santos. No clube, ganharam títulos no infantil e no juvenil antes de
serem lançados no profissional.
Numa época em que a fogueira
das vaidades atrapalha relacionamentos no futebol (Bebeto e Romário eram ótimos parceiros em
campo, mas desafetos fora dele),
os dois mais famosos integrantes
dos Meninos da Vila comemoram
o sucesso alheio. "Ele merece",
disse Robinho quando soube da
convocação do amigo para um
amistoso da seleção brasileira,
contra o México, em abril. Diego
retribuiu. "Infelizmente ele não
foi chamado, mas sua hora vai
chegar logo", afirmou, poucos
dias antes do companheiro ser
chamado para o mesmo jogo.
Em campo, o entrosamento entre os dois é ótimo. Desde que viraram titulares, o Santos saiu da
fila no ano passado e foi bem em
2003, com os vices da Libertadores e do Brasileiro.
No último Nacional, a dupla se
entendeu até na artilharia -cada
um marcou oito gols no torneio.
Em todo esse tempo na equipe
titular, os dois só ficaram separados por motivos técnicos quando
o técnico Emerson Leão, por algumas rodadas, colocou Robinho
no banco de reservas.
O próximo desafio da dupla
acontece no Pré-Olímpico do
Chile, quando o Brasil tenta uma
das duas vagas sul-americanas
para a Olimpíada de Atenas. Na
única vez que jogaram juntos com
a camisa amarela, na Copa Ouro,
o entrosamento também foi bom
-o Brasil sub-23 só perdeu para
a seleção principal do México.
Parceria em xeque
Se os contratos dos dois com o
Santos forem até o final, Diego e
Robinho estarão juntos até 2005,
quando acaba o compromisso do
primeiro. Mas tudo indica que a
parceria no clube acaba antes.
Diego já esteve perto de ser negociado com o Tottenham e seu
pai, que cuida da sua carreira e
tem participação nos direitos federativos do filho, não esconde
que deseja a transferência do
meia. Já Robinho, que tem contrato com o Santos até 2007, diz
querer continuar no clube por
mais algumas temporadas.
Mesmo se saírem da equipe que
os lançou, os dois têm esperança
de seguir juntos. Diego já declarou que seria uma boa um mesmo
clube europeu contratar os dois.
"Nos completamos", define, com
propriedade, o meia.
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