|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Atacante recusa oferta da Bolívia, e times brigam por ele
DA REPORTAGEM LOCAL
Primeiro estrangeiro na história a figurar nas categorias de base
da seleção brasileira, o atacante
Marcelo Martins Moreno já vive
uma relação de amor e ódio com
seu país natal, a Bolívia.
Após obter a dupla nacionalidade e despontar na equipe brasileira, o atleta foi sondado pela FBF
(Federação Boliviana de Futebol),
que o convidou para atuar pelo
país natal. E mais: pela seleção
principal, mesmo sendo júnior.
"Foi na última vez em que estive
em Santa Cruz de la Sierra. Conversaram comigo, pediram que
eu voltasse e optasse pela Bolívia.
Até falaram que eu já seria convocado para a seleção principal",
afirma Moreno, que acabou declinando do convite pelo sonho de
defender o futebol brasileiro.
A federação boliviana alega que
três fatores decidiram a questão.
"Perdemos, primeiro, porque
não teremos muitas atividades da
seleção em 2006, já que ficamos
fora da Copa. Até estamos sem
técnico no momento. Depois, a
Bolívia não tem a estrutura para
competir com o futebol brasileiro.
E há o fato de ele ter atuado pelo
Brasil e ter gostado", diz Javier Silva, gerente de comunicação da federação boliviana. "Ficamos tristes, porque ele é e tem tudo para
ser um grande jogador."
Se a federação já abre mão do
garoto prodígio, o clube que o revelou não. O Oriente Petrolero,
que abriu espaço para Moreno
iniciar seus passos no esporte aos
15 anos, recorreu à Fifa para ter
direitos sobre o atleta.
"Apenas emprestamos Moreno
por um ano ao Vitória. Nem fixamos preços pela sua transferência. Não foi uma coisa justa", afirma Pablo de Granado, diretor esportivo do Oriente Petrolero.
Já o Vitória alega que o clube
boliviano desonrou o acordo firmado em 2004. "Quando o Marcelo veio para cá, assinamos um
contrato de seis meses com o
Oriente, ao final do qual pagaríamos R$ 50 mil por 80% dos direitos sobre o atleta. Ao final do prazo, fomos realizar o pagamento, e
o Oriente disse que o contrato não
valia mais. Eles quiseram ganhar
em cima", diz o vice de futebol do
clube baiano, Sinval Pereira.
O primeiro round foi vencido
pelo Vitória, que conseguiu cancelar o vínculo do atleta com o
Oriente e registrou na CBF um
novo contrato com o atacante,
agora de profissional e válido até
2008. Moreno, que é ídolo em sua
cidade natal, diz que o imbróglio
surgiu por conta do Oriente. "Eles
não tinham contrato comigo.
Nem me registraram na FBF. Até
quando atuei no time adulto, jogava com registro de amador." O
clube boliviano diz que irá aguardar o parecer da Fifa.
(CCP)
Texto Anterior: Boliviano devolve forasteiros à seleção após hiato de 63 anos Próximo Texto: Futebol: Boliviano busca recorde, Copa e conquista amorosa Índice
|