São Paulo, domingo, 27 de janeiro de 2008

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JUCA KFOURI

Um clássico. E antigos vícios


Um jogo bem interessante no Morumbi. E uma porção de pequenas, e grandes, vergonhas do nosso esporte

HOJE TEM clássico no Morumbi. Entre um time já formado em fase de acomodação e entrosamento e outro em formação, de olho na segunda divisão, embora jogando na primeira.
São Paulo x Corinthians tem um favorito óbvio, o pentacampeão brasileiro -aliás, cadê a taça das bolinhas? Será que a CBF tem medo de entregar e vai virar outra Copa Rio-1951?-, que, no entanto, perdeu para o rebaixado alvinegro na última vez em que se enfrentaram.
Taí a graça do futebol, diria o conselheiro Acácio. O que não tem graça no futebol é ver a direção do São Paulo ficar cada vez mais parecida com as dos outros clubes, não só ao prorrogar seus mandatos como ao propor a mesma imoralidade na FPF.
Se até Ricardo Teixeira tomou alguns cuidados formais antes de prorrogar o seu reinado, Marco Polo Del Nero tocou fogo em quaisquer escrúpulos e colou o traseiro no trono, como seu antecessor já tinha feito e ele fará. E com a anuência da "moderna" direção do Palmeiras, da "transparente" direção do Corinthians, da eterna direção do Santos e por aí afora.
O São Paulo acertou com Adriano, mas errou com Carlos Alberto, não tanto como o Palmeiras com Léo Lima, negócio pra lá de esquisito, como é esquisito que Gustavo Nery ainda encontre guarida no Fluminense, Roger no Grêmio e que certos conhecidos meliantes continuem a borboletear em torno da direção corintiana. Lula apóia irresponsavelmente a altitude boliviana, e o ministro Orlando Silva não se constrange em alardear o sucesso do Pan.
Pan que ele sabe ter sido um fiasco sob qualquer critério sério que se leve em conta -a menos que 15 dias de fugaz alegria na Cidade Maravilhosa justifiquem a dinheirama que se enterrou no evento, sob a visão acrítica de parte da imprensa, principalmente da TV, razão pela qual, sem dúvida, o Ibope revela boa aceitação pública.
Em meio à miséria que nos assola, passou sem o devido destaque a maior notícia de janeiro, o anúncio da despedida de Guga, este sim, um brasileiro tão maneiro que fez questão de ser leal com quem mais o acompanhou ao ensejar que ele, o repórter Chiquinho Leite Moreira, do "Estadão", desse o furo.
Menos mal que teremos tempo para dar a Guga o que é de Guga. Como teremos tempo para acompanhar a escandalosa, e fadada ao fracasso, candidatura brasileira à Olimpíada, além, é claro, das peripécias da Copa-2014. Sim, porque, como tudo que é bom dura pouco, as férias já eram e a obrigação nos chama.
Tomara que com direito a ver bom futebol aqui e ali, nem que ali seja em Milão, com Pato, Ronaldo e Kaká, e que aqui seja, também, com Nilmar e Fernandão. Por falar em Kaká, crenças religiosas à parte, se não for obrigação do Ministério Público investigar suas relações com um casal de criminosos confessos, quem as investigará? O papa? Não, o papa não pode, até porque é concorrente na disputa do dízimo.
E é melhor parar por aqui.
Porque amanhã tem mais, assim como na quinta-feira, a novidade para atazanar você, raro leitor.

blogdojuca@uol.com.br


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