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Diante da Itália, Dunga terá 11 aliados "italianos"
Metade dos jogadores chamados para o amistoso do dia 10 atua no país do rival
Com a justificativa de que
uma mudança brusca na
temperatura é prejudicial,
treinador descarta chamar
atletas que jogam no Brasil
ITALO NOGUEIRA
DA SUCURSAL DO RIO
Uma seleção brasileira repleta de "italianos" vai enfrentar a
Itália no dia 10 de fevereiro, em
Londres. Metade da equipe
convocada ontem pelo técnico
Dunga atua em equipes do país
da seleção adversária.
Entre os "italianos" chamados por Dunga estão Ronaldinho, que volta após duas convocações, e o volante Felipe Melo,
da Fiorentina, pela primeira
vez na seleção brasileira.
Para o treinador, que atuou
por seis anos no futebol italiano, o confronto parece ser ainda mais especial.
Frequentemente alvo de críticas em razão do esquema tático às vezes defensivo adotado
pela seleção, Dunga afirma que
a forma de jogar da Itália mostra que o futebol "não é o que
nós pensamos, mas aquilo que
o campo mostra para nós".
"A grande verdade é o campo.
Porque muitas vezes achamos
que um jogador é fantástico,
mas dentro de campo o rendimento não é. O cara é o melhor
centroavante, mas, se não faz
gol... Ou o melhor meio-de-campo, mas, se não rouba a bola... O italiano tem uma análise
muito fria sobre cada posição."
Em uma seleção repleta de
influência europeia, o atacante
Amauri, da Juventus, que cogita naturalizar-se italiano para
tentar jogar uma Copa, ficou
mais uma vez fora da lista.
O técnico da Squadra Azzurra, Marcelo Lippi, afirmou em
entrevistas que tem interesse
em contar com ele na seleção.
O sangue quente italiano
também está representado na
seleção brasileira, com o atacante Adriano, da Inter de Milão. Suspenso ontem por três
partidas após ter dado anteontem um soco no zagueiro Gastaldello, da Sampdoria, ele ganhou a confiança de Dunga
com os dois gols marcados nos
últimos três jogos pela seleção.
Conhecido como disciplinador, Dunga afirmou que pesa
mais o desempenho no campo.
"É mais fácil a gente saber controlar [o jogador] do que ensiná-lo a jogar", disse o técnico.
Para ele, a amizade entre os
jogadores adversários não diminui a rivalidade no clássico
que decidiu dois Mundiais, em
1970 e 1994, com vitórias do
Brasil. "Na nossa época, a rivalidade extrapolava um pouco
para fora do campo. Com a globalização, acabou se perdendo
um pouco essa rivalidade fora.
Seguramente dentro do campo
ela continua", falou Dunga, capitão da seleção do tetra.
A lista inclui ainda jogadores
que atuam na Espanha (4), Inglaterra (3), Alemanha (2), Portugal (1) e Grécia (1).
A justificativa para não convocar atletas que atuam no Brasil foi poupá-los do "choque
térmico". "Sair de uma temperatura de 30ºC, 35ºC para jogar
em 5ºC, 4ºC, quando a musculatura ainda não está bem preparada para aguentar certos esforços da viagem, não seria
bom", declarou Dunga.
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