São Paulo, terça-feira, 27 de janeiro de 2009

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Diante da Itália, Dunga terá 11 aliados "italianos"

Metade dos jogadores chamados para o amistoso do dia 10 atua no país do rival

Com a justificativa de que uma mudança brusca na temperatura é prejudicial, treinador descarta chamar atletas que jogam no Brasil


ITALO NOGUEIRA
DA SUCURSAL DO RIO

Uma seleção brasileira repleta de "italianos" vai enfrentar a Itália no dia 10 de fevereiro, em Londres. Metade da equipe convocada ontem pelo técnico Dunga atua em equipes do país da seleção adversária.
Entre os "italianos" chamados por Dunga estão Ronaldinho, que volta após duas convocações, e o volante Felipe Melo, da Fiorentina, pela primeira vez na seleção brasileira.
Para o treinador, que atuou por seis anos no futebol italiano, o confronto parece ser ainda mais especial.
Frequentemente alvo de críticas em razão do esquema tático às vezes defensivo adotado pela seleção, Dunga afirma que a forma de jogar da Itália mostra que o futebol "não é o que nós pensamos, mas aquilo que o campo mostra para nós".
"A grande verdade é o campo. Porque muitas vezes achamos que um jogador é fantástico, mas dentro de campo o rendimento não é. O cara é o melhor centroavante, mas, se não faz gol... Ou o melhor meio-de-campo, mas, se não rouba a bola... O italiano tem uma análise muito fria sobre cada posição."
Em uma seleção repleta de influência europeia, o atacante Amauri, da Juventus, que cogita naturalizar-se italiano para tentar jogar uma Copa, ficou mais uma vez fora da lista.
O técnico da Squadra Azzurra, Marcelo Lippi, afirmou em entrevistas que tem interesse em contar com ele na seleção.
O sangue quente italiano também está representado na seleção brasileira, com o atacante Adriano, da Inter de Milão. Suspenso ontem por três partidas após ter dado anteontem um soco no zagueiro Gastaldello, da Sampdoria, ele ganhou a confiança de Dunga com os dois gols marcados nos últimos três jogos pela seleção.
Conhecido como disciplinador, Dunga afirmou que pesa mais o desempenho no campo. "É mais fácil a gente saber controlar [o jogador] do que ensiná-lo a jogar", disse o técnico.
Para ele, a amizade entre os jogadores adversários não diminui a rivalidade no clássico que decidiu dois Mundiais, em 1970 e 1994, com vitórias do Brasil. "Na nossa época, a rivalidade extrapolava um pouco para fora do campo. Com a globalização, acabou se perdendo um pouco essa rivalidade fora. Seguramente dentro do campo ela continua", falou Dunga, capitão da seleção do tetra.
A lista inclui ainda jogadores que atuam na Espanha (4), Inglaterra (3), Alemanha (2), Portugal (1) e Grécia (1).
A justificativa para não convocar atletas que atuam no Brasil foi poupá-los do "choque térmico". "Sair de uma temperatura de 30ºC, 35ºC para jogar em 5ºC, 4ºC, quando a musculatura ainda não está bem preparada para aguentar certos esforços da viagem, não seria bom", declarou Dunga.


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