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Honda lança eco-carro e discurso de redimir F-1
No novo modelo, time substitui logos de patrocinadores por imagem da Terra
Por meio de um site criado pela escuderia, empresas poderão fazer doações a causas ambientais em troca das marcas na carenagem
DA REPORTAGEM LOCAL
A "onda verde" da F-1 invade
agora a carenagem dos carros.
A Honda lançou ontem o modelo RA107. No lugar dos logos
de patrocínios, estampou imagem da Terra feita por satélite.
A iniciativa pode não diminuir a emissão de gases dos carros pilotados por Jenson Button e Rubens Barrichello neste
Mundial, mas, segundo a equipe, é uma forma de "chamar a
atenção para os problemas ambientais e buscar soluções".
"A Fórmula 1 e o meio ambiente não são exatamente aliados, mas podemos atingir um
número imenso de pessoas. Estamos em uma via mais ecologicamente correta, e a F-1 é um
laboratório", declara Nick Fry,
chefe da equipe.
O local escolhido para o lançamento foi emblemático, o
Museu de História Natural, em
Londres. A iniciativa inclui o site www.myearthdream.com,
que entra no ar a partir de hoje.
Por ele, empresas e pessoas
podem apoiar a iniciativa com
doações para causas ambientais e o compromisso de mudarem seus estilos de vida. Em
troca, terão os nomes inscritos
no carro. Só vistos, porém, com
a ajuda de microscópio.
Segundo Fry, há espaço para
2 milhões de patrocinadores,
que poderão usar a imagem do
carro. "Temos a possibilidade
de um número infinito de
apoiadores", diz Fry, sem revelar quanto a Honda ganhará.
Pelo menos no discurso, o
meio ambiente é uma das preocupações mais alardeadas pela
F-1. A categoria estuda medidas para minimizar seus danos.
Em treinos, testes e corridas,
os 11 times emitem, juntos, cerca de 550 toneladas de CO2 no
ano, segundo a MaxAmbiental,
especializada em redução de
gases-estufa. Um carro popular
a gasolina solta perto de 1,3 tonelada no mesmo período.
Para anular a emissão de cada prova do Mundial, seriam
necessárias 50 novas árvores. A
Federação Internacional de
Automobilismo diz manter há
10 anos acordo com empresa
do México que se dedica a compensar a emissão de gases com
plantio e proteção de árvores.
A partir de 2008, as equipes
terão de usar combustível com
5,75% de origem renovável.
"Já dominamos essa tecnologia. Agora os testes são para
identificar o melhor álcool a
ser adicionado à gasolina", diz
Rogério Gonçalves, engenheiro
da Petrobras, fornecedora da
Williams. "O impacto da poluição da F-1 não é tão alarmante,
mas ela gosta de estar na vanguarda. E serve como vitrine,
sensibiliza as pessoas."
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