São Paulo, terça-feira, 27 de fevereiro de 2007

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Honda lança eco-carro e discurso de redimir F-1

No novo modelo, time substitui logos de patrocinadores por imagem da Terra

Por meio de um site criado pela escuderia, empresas poderão fazer doações a causas ambientais em troca das marcas na carenagem


DA REPORTAGEM LOCAL

A "onda verde" da F-1 invade agora a carenagem dos carros. A Honda lançou ontem o modelo RA107. No lugar dos logos de patrocínios, estampou imagem da Terra feita por satélite.
A iniciativa pode não diminuir a emissão de gases dos carros pilotados por Jenson Button e Rubens Barrichello neste Mundial, mas, segundo a equipe, é uma forma de "chamar a atenção para os problemas ambientais e buscar soluções".
"A Fórmula 1 e o meio ambiente não são exatamente aliados, mas podemos atingir um número imenso de pessoas. Estamos em uma via mais ecologicamente correta, e a F-1 é um laboratório", declara Nick Fry, chefe da equipe.
O local escolhido para o lançamento foi emblemático, o Museu de História Natural, em Londres. A iniciativa inclui o site www.myearthdream.com, que entra no ar a partir de hoje.
Por ele, empresas e pessoas podem apoiar a iniciativa com doações para causas ambientais e o compromisso de mudarem seus estilos de vida. Em troca, terão os nomes inscritos no carro. Só vistos, porém, com a ajuda de microscópio.
Segundo Fry, há espaço para 2 milhões de patrocinadores, que poderão usar a imagem do carro. "Temos a possibilidade de um número infinito de apoiadores", diz Fry, sem revelar quanto a Honda ganhará.
Pelo menos no discurso, o meio ambiente é uma das preocupações mais alardeadas pela F-1. A categoria estuda medidas para minimizar seus danos.
Em treinos, testes e corridas, os 11 times emitem, juntos, cerca de 550 toneladas de CO2 no ano, segundo a MaxAmbiental, especializada em redução de gases-estufa. Um carro popular a gasolina solta perto de 1,3 tonelada no mesmo período.
Para anular a emissão de cada prova do Mundial, seriam necessárias 50 novas árvores. A Federação Internacional de Automobilismo diz manter há 10 anos acordo com empresa do México que se dedica a compensar a emissão de gases com plantio e proteção de árvores.
A partir de 2008, as equipes terão de usar combustível com 5,75% de origem renovável.
"Já dominamos essa tecnologia. Agora os testes são para identificar o melhor álcool a ser adicionado à gasolina", diz Rogério Gonçalves, engenheiro da Petrobras, fornecedora da Williams. "O impacto da poluição da F-1 não é tão alarmante, mas ela gosta de estar na vanguarda. E serve como vitrine, sensibiliza as pessoas."


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