Time de Muricy inicia campanha na Taça Libertadores para apaziguar momento irregular no Paulista

Sob os olhares do presidente Juvenal Juvêncio, equipe do Morumbi procura espantar a desconfiança contra o Nacional, na Colômbia

Djalma Vassão/Gazeta Press

Adriano, no embarque do São Paulo para Medellín, ontem

JULYANA TRAVAGLIA
DA REPORTAGEM LOCAL

No Campeonato Paulista, a campanha não é das mais entusiasmantes. Mas hoje, às 21h50, o São Paulo começa a tentar se recuperar de um início de ano de pouco brilhantismo e de muita discussão em torno do que a equipe pode produzir.
Contra o Nacional de Medellín, na Colômbia, o time do técnico Muricy Ramalho tem a chance de se redimir da performance que deixa a desejar no Estadual -está em quinto, com 20 pontos, fora da zona de classificação às semifinais.
A equipe viajou no começo da tarde de ontem para Medellín sob os olhares atentos e desconfiados do presidente Juvenal Juvêncio, que não tem poupado críticas às últimas apresentações dos comandados de Muricy. "O time não tem correspondido às expectativas e ainda não se achou em campo. O São Paulo não tem tido uma boa performance", disse, em tom áspero, o cartola.
A fala mais ríspida nos comentários sobre o time é uma característica de Juvenal em momentos em que a equipe não apresenta o que se espera dela.
No ano passado, quando o São Paulo foi eliminado precocemente do torneio continental pelo Grêmio, nas oitavas-de-final, ele esteve no CT da Barra Funda, mas não com palavras de apoio ou afagos.
O presidente fez uma visita para cobrar mais empenho de jogadores como o meia Souza e o atacante Leandro. Depois do episódio, o São Paulo arrancou no Campeonato Brasileiro, torneio que conquistaria com cinco rodadas de antecedência.
Ao mesmo tempo em que reconhece que o time vive em dificuldades com elenco reduzido (tem 27 jogadores) e atletas no departamento médico, além da falta de tempo para se preparar na pré-temporada, o dirigente cobra mais empenho da equipe e do técnico Muricy.
"Chega [de desculpas]! Agora é hora de encorpar", pregou.
Sobre o adversário desta noite, os jogadores afirmam não terem muitas informações.
"Espero um jogo aberto, disputado, brigado. O Muricy ainda deve passar informações sobre o time quando chegarmos lá", disse o volante Hernanes.
Apenas o goleiro Rogério ousou falar mais sobre o rival.
"O Atlético Nacional é um time muito conhecido da gente. Os colombianos costumam ter equipes muitas vezes mais ousadas que as brasileiras. É um adversário complicado e por isso precisamos ter espírito de Libertadores", disse o camisa 1.
Mesmo tendo fretado um avião para a Colômbia, a delegação são-paulina embarcou com três horas de atraso.
O motivo da espera foram problemas na autorização para a aterrissagem da aeronave em Medellín. Além disso, a delegação ainda teve de aguardar a chegada de representantes da Infraero que estavam no Rio de Janeiro para viajarem com o time para a Colômbia.
"Não sei se para os outros jogadores foi bom, mas esse atraso foi a melhor coisa que poderia ter me acontecido. Viagem longa é muito cansativa", comemorou Hernanes. A espera dos atletas foi no CT do clube.