São Paulo, sábado, 27 de fevereiro de 2010

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Armas em carros preocupam polícia

Estratégia é utilizada por torcedores organizados para driblar revista aos ônibus fretados no caminho para as partidas

Mais de 300 homens são mobilizados para impedir brigas entre santistas e corintianos amanhã, dia de clássico pelo Paulista

GUILHERME CHAMMAS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Sete dias após a morte de uma pessoa no conflito entre as torcidas do São Paulo e do Palmeiras na rodovia dos Bandeirantes, a segurança no deslocamento de torcedores para o clássico Santos x Corinthians, na Vila Belmiro, voltará a preocupar a Polícia Militar.
"Não tem como evitar conflito se houver encontro entre os ônibus das torcidas rivais. Temos que redobrar a cautela. O trecho de serra é atípico", disse o tenente Hugo de Oliveira, responsável pelo policiamento no sistema Anchieta-Imigrantes.
Os torcedores organizados que irão a Santos de ônibus fretados não são a única preocupação. Segundo a PM, carros particulares de torcedores que acompanham o trajeto das torcidas organizadas podem esconder armas que servem de munição aos passageiros dos ônibus em caso de brigas.
Como os ônibus são revistados no caminho das sedes das torcidas ao estádio, os carros de passeio servem de ponto de apoio em eventuais conflitos.
"Vamos abordar veículos que trafegarem perto dos ônibus", disse o tenente-coronel Armando Bezerra Leite, responsável pela escolta das uniformizadas na cidade de Santos.
Segundo ele, as empresas de ônibus alugam para as torcidas veículos velhos, que às vezes possuem "buracos" onde são escondidas armas e bombas. Com a maior rigidez na revista, esses artefatos podem ser transportados de carro.
Além da polícia santista, efetivos da PM de São Paulo e da Polícia Rodoviária também fazem parte da operação.
Para o clássico, devem sair da capital dez ônibus da torcida Jovem, do Santos, e oito da Gaviões da Fiel, que ontem fizeram uma reunião com o Batalhão de Choque para ficarem cientes das medidas de segurança que serão adotadas.
Dentre elas, ficou combinado que as torcidas descerão a serra em horários diferentes. A polícia diz que as organizadas colaboram e cumprem as ordens.
Mas nem só a Gaviões terá o privilégio de ser escoltada. Corintianos que moram em Santos e costumam percorrer a pé um trajeto de 3 km do estacionamento de um supermercado até a Vila Belmiro também serão acompanhados amanhã.
No ano passado, membros da torcida Jovem brigaram com esses torcedores e mais de cem pessoas foram presas.
Mesmo essa complexa operação policial, que envolve mais de 300 homens, não impede brigas longe do local da partida.
O problema, nesse caso, é a volta dos torcedores que moram no interior. Das sedes das torcidas às subsedes, o deslocamento é feito sem proteção.


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