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Armas em carros preocupam polícia
Estratégia é utilizada por torcedores organizados para driblar revista aos ônibus fretados no caminho para as partidas
Mais de 300 homens são mobilizados para impedir brigas entre santistas e corintianos amanhã, dia
de clássico pelo Paulista
GUILHERME CHAMMAS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Sete dias após a morte de
uma pessoa no conflito entre as
torcidas do São Paulo e do Palmeiras na rodovia dos Bandeirantes, a segurança no deslocamento de torcedores para o
clássico Santos x Corinthians,
na Vila Belmiro, voltará a preocupar a Polícia Militar.
"Não tem como evitar conflito se houver encontro entre os
ônibus das torcidas rivais. Temos que redobrar a cautela. O
trecho de serra é atípico", disse
o tenente Hugo de Oliveira, responsável pelo policiamento no
sistema Anchieta-Imigrantes.
Os torcedores organizados
que irão a Santos de ônibus fretados não são a única preocupação. Segundo a PM, carros
particulares de torcedores que
acompanham o trajeto das torcidas organizadas podem esconder armas que servem de
munição aos passageiros dos
ônibus em caso de brigas.
Como os ônibus são revistados no caminho das sedes das
torcidas ao estádio, os carros de
passeio servem de ponto de
apoio em eventuais conflitos.
"Vamos abordar veículos que
trafegarem perto dos ônibus",
disse o tenente-coronel Armando Bezerra Leite, responsável pela escolta das uniformizadas na cidade de Santos.
Segundo ele, as empresas de
ônibus alugam para as torcidas
veículos velhos, que às vezes
possuem "buracos" onde são
escondidas armas e bombas.
Com a maior rigidez na revista,
esses artefatos podem ser
transportados de carro.
Além da polícia santista, efetivos da PM de São Paulo e da
Polícia Rodoviária também fazem parte da operação.
Para o clássico, devem sair da
capital dez ônibus da torcida
Jovem, do Santos, e oito da Gaviões da Fiel, que ontem fizeram uma reunião com o Batalhão de Choque para ficarem
cientes das medidas de segurança que serão adotadas.
Dentre elas, ficou combinado
que as torcidas descerão a serra
em horários diferentes. A polícia diz que as organizadas colaboram e cumprem as ordens.
Mas nem só a Gaviões terá o
privilégio de ser escoltada. Corintianos que moram em Santos e costumam percorrer a pé
um trajeto de 3 km do estacionamento de um supermercado
até a Vila Belmiro também serão acompanhados amanhã.
No ano passado, membros da
torcida Jovem brigaram com
esses torcedores e mais de cem
pessoas foram presas.
Mesmo essa complexa operação policial, que envolve mais
de 300 homens, não impede
brigas longe do local da partida.
O problema, nesse caso, é a
volta dos torcedores que moram no interior. Das sedes das
torcidas às subsedes, o deslocamento é feito sem proteção.
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