São Paulo, sábado, 27 de fevereiro de 2010

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MOTOR

Um novo tempo


Indy que corre em São Paulo em 2010 em nada lembra aquela Indy que se despediu do Rio de Janeiro em 2000


FÁBIO SEIXAS
EDITOR-ADJUNTO DE ESPORTE

O FIM DA prova foi melancólico, porque também o encerramento de uma história mal resolvida. No relato desta Folha, naquele 1º de maio de 2000, "num final sem emoção e debaixo de vaias, o mexicano Adrian Fernandez derrotou o "exército" brasileiro de pilotos e venceu a Rio-200".
Mais: "A corrida foi marcada pelo tédio. A liderança era alterada apenas quando o líder entrava nos boxes (...) Dos nove pilotos brasileiros, só quatro chegaram ao final.
O Brasil é o país com maior número de participantes na categoria".
Foi demais para quem já estava capengando. Em 2001, após alguns anúncios furados, idas e vindas, a Indy não correu por essas bandas.
A primeira incursão da categoria no Brasil, cinco corridas entre 1996 e 2000, lembra o caso do cadáver com causa mortis indefinida porque, afinal, colecionava doenças.
A mais grave delas, o declínio da própria Indy, dividida em dois campeonatos, guerra nociva para todos. Havia também uma crise de identidade da categoria, invadida por estrangeiros, o que refletia em desinteresse da torcida americana e, portanto, de patrocinadores.
Por aqui, a prova tropeçou na desorganização, mudando de promotor e chegando às mãos de Emerson. Que, como homem de negócios, nunca mostrou o brilho das pistas. Enfrentou ainda desdém do governo e do público do Rio -em 98, houve até distribuição gratuita de ingressos, tentativa desesperada de colocar gente no circuito.
Deu no que (não) deu.
A Indy que retorna ao Brasil em três semanas é outra, mais saudável. A categoria se uniu, está mais forte. Aceitou a globalização, deixou de se preocupar com a F-1, assumiu sua identidade. Reúne pilotos melhores. Em São Paulo, conta com apoio da prefeitura e correrá numa pista de rua, mais próxima de nossa cultura automobilística.
Resultado: já foram vendidos 20 mil ingressos, ou 55% do total.
Se a FIA não encrencar, São Paulo não travar e são Pedro não trabalhar, esta corrida vai dar certo. Sorte dos fãs.

BALANÇO
Com a contratação de Chandhok pela Campos, o fiasco da USF1 e as incertezas sobre a Stefan GP, está fechado o grid da F-1 para o Bahrein. Dos 24 pilotos, 6 (25%) são alemães. Depois, vem o Brasil, com quatro pilotos (16,6%). A dupla mais desigual, Schumacher e Rosberg. O candidato a estreante da temporada, Hulkenberg. O piloto errado na equipe errada na hora errada, Kubica, desperdício de talento numa Renault genérica. E, embora todos falem em Massa e Alonso, esta coluna aposta em explosão pros lados da dupla inglesa da McLaren, com algumas faíscas também na Red Bull, pela primeira vez largando entre as favoritas.

fabioseixas.folha@uol.com.br


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