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FUTEBOL
Só se chover canivetes
JUCA KFOURI
COLUNISTA DA FOLHA
O Santos fez a sua parte no
lotado, festivo e encharcado
Pacaembu. Vitória sofrida e justa, com tons dramáticos como
convém a quem está tão perto de
um título que não comemora há
21 anos -última graça que sobrou no ultrapassado estadual,
como os demais, paulista.
Tão importante quanto os pontos foi a demonstração de que a
cada jogo o time se firma como
tal, o que permite olhar o futuro,
com alguns reforços, com otimismo. Mais do que nos jogos anteriores, pelas circunstâncias climáticas e as que sempre cercam uma
partida decisiva diante do estraga
prazeres "Moleque Travesso", Luxemburgo tirou água de pedra e
deu um banho de alegria nos já
quase campeões.
Para que o Santos não conquiste seu 16º Estadual será preciso
que a chuva torrencial que caiu
no sábado passe a ser chamada
de garoa diante da tempestade de
canivetes necessária para impedir
a ida da taça para a Vila. Porque
o Santos até pode perder do São
Paulo, pois duas vitórias em casa,
contra o Braga e a Lusa, bastam.
A arbitragem errou duas vezes
contra o Corinthians, ao inverter
a falta que originou o gol do 1 a 1
palmeirense e ao anular o segundo gol corintiano. E uma vez contra o Palmeiras ao não marcar
um pênalti. O empate foi uma
derrota para o alviverde, que ficou muito longe do líder Santos e
ainda teve o azar de ser vítima da
melhor atuação, mesmo sem ser
brilhante, corintiana neste ano.
Então o árbitro Marcelo Aparecido Ribeiro Souza chorou ao ver
o pênalti que marcou, induzido
pelo auxiliar, para o Guarani
contra o Santo André. Escândalo!
Que manteve o time do ABC em
risco e o de Campinas com chances de escapar do rebaixamento.
Este colunista confessa que se
comove com as lágrimas do juiz e
até acredita na sinceridade delas.
Mas, pergunta: quem enxugará
as do prejudicado? A arbitragem
eletrônica evitaria todas elas.
Pelo segundo ano consecutivo, o
campeonato do Rio será decidido
com um pequeno na parada. Ao
gosto do Caixa D'Água e com o
Botafogo com o moral no pé depois das traulitadas que levou do
Ipatinga pela Copa do Brasil.
Eder Jofre, o Galo de Ouro, reconhecido mundialmente como o
melhor peso galo da história, único imortal dos pugilistas brasileiros, completou 70 anos ontem.
Vida eterna a Eder Jofre.
Num raro surto de bom senso,
Gustavo Nery (que ontem foi
bem) admitiu que não passa por
um bom momento e disse que teme por sua ida à Copa. O que torna ainda mais estranhos os copiosos elogios que recebeu na transmissão, pela Globo, do jogo entre
Corinthians e Tigres. Que também incluíram seus fabulosos dotes físicos. A quem interessa?
À seleção brasileira, não.
Simbolismos
Vivemos dias de grandes simbolismos. Depois do gás de pimenta no Maracanã, no domingo retrasado, para que ninguém veja a que ponto chegou
o futebol do Rio de Janeiro, eis
que, no sábado passado, na
baía da Guanabara, deu-se o
fiasco do Brasil 1 na regata local
da Volvo Ocean Race. Os ares
brasileiros fizeram mal à nau
nacional. Aguarda-se a comemoração da deputada petista
Angela Guadagnin, ex-prefeita
cercada de escândalos em São
José dos Campos, autêntica aliá
na loja de pizzas do Congresso.
Que a torcida, o eleitorado, a
casse devidamente nas próximas eleições. Ou mandemos
prender todos os caseiros do
país. Porque enquanto se investiga se ele lavou R$ 25 mil (!), a
lavanderia do esporte permanece impune.
@ - blogdojuca@uol.com.br
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