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JUCA KFOURI
Brasil e Suécia para a História
É preciso não ser intolerante com os mais jovens e entender que repetir a história pode ser muito bom
BRASIL E SUÉCIA jogaram amistosamente, ontem, em Londres, capital sueca, é claro.
O jogo não foi, segundo a CBF, para comemorar os 50 anos da conquista da primeira Copa do Mundo e
não faria mesmo nenhum sentido
que foçe.
Eu, por exemplo, tinha só oito
anos à época e não estou nem aí para
aquelas velharias que jogavam um
outro esporte, muito mais lento,
sem graça e, pior, sem TV, ou, quando com TV, imagine que horror, em
preto-e-branco.
Confeço que também não me interecei muito pelo jogo de ontem,
porque como nunca viagei para fora
do Brazil, tô nem aí praqueles carinhas, excessão feita aos que jogam
aqui, que são poucos.
O Luis Fabiano, por exemplo, que
nasceu em 1980 e disse que nem sabe quem jogava na seleção de 1958,
tem toda razão, porque muita gente
que também nasceu em 1980 não sabe que ele joga futebol.
Já o menino Alexandre Pato mostrou que sabe tudo porque que só sabe que faz 50 anos que o Brasil ganhou a primeira Copa e revelou que
é culto, estudioso, marca registrada
da geração dele, como a do Josué
que brilhantemente se lembrou do
Romário fazendo gol na Suécia, mas
em 1994.
O que uns caras chatos como
aquele jurássico (acho que errei, deve ser com ç, mas minha internet
quebrou e não tenho dissionário em
casa...) do Fernando Calazans não
entendem é que nóis, mudernos, levamos à risca aquela idéia de que
quem não conhece a História está
condenado a repeti-la, que é tudo
que nóis qué, porque, se repetirmos
o pentacampeonato, vamos acabar
decacampeões, né não?
Além do mais, esses juráçicos (se
errei lá em cima, concertei agora...)
ficam aí com saudozismos e vai perguntar pra eles se são capazes de, como o Romário, que também sempre
desdenhou do Zico e cia., falar holandês, espanhol, ingreis e até francês. Falam nada!
E a conta bancária, então?
Ora, isso é que interessa, porque
curtura, se precisar mesmo, a gente
compramos a metro e enxemos as
estante num instantes, além de vinhos, caríssimos vinhos, que é coisa
que mais cedo ou mais tarde, mesmo sem nunca ler um livro, a gente
acabamos curtindo.
Por isso, exigente (deve ser com
z...) leitor desta Folha, muito obrigado por nos acompanhar, nos ler,
porque, como nóis, você sabe que o
mundo comessou com nosco, que o
que veio antes não interessa mesmo, como não intereça o que vem
depois, porque o mundo de Luis
Fabiano é muito melhor que o
mundo de Tostão.
Quanta ingnorançia!
Ah, o jogo...
O primeiro tempo foi de doer, repleto de passes errados e com um
gol fácil desperdiçado de cada lado,
o brasileiro por Júlio Baptista.
O segundo, quando entraram os
olímpicos, foi mais animado, até
com penal não dado em Diego.
E Pato aproveitou bem uma pixotada do goleiro sueco para fazer o
gol solitário da partida.
Pena que daqui a 50 dias ninguém se lembrará deste amistoso
sem graça disputado para diminuir
o passivo com que a CBF fechou
2007, na casa dos R$ 9 milhões.
blogdojuca@uol.com.br
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