São Paulo, quinta-feira, 27 de março de 2008

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JUCA KFOURI

Brasil e Suécia para a História

É preciso não ser intolerante com os mais jovens e entender que repetir a história pode ser muito bom

BRASIL E SUÉCIA jogaram amistosamente, ontem, em Londres, capital sueca, é claro.
O jogo não foi, segundo a CBF, para comemorar os 50 anos da conquista da primeira Copa do Mundo e não faria mesmo nenhum sentido que foçe.
Eu, por exemplo, tinha só oito anos à época e não estou nem aí para aquelas velharias que jogavam um outro esporte, muito mais lento, sem graça e, pior, sem TV, ou, quando com TV, imagine que horror, em preto-e-branco.
Confeço que também não me interecei muito pelo jogo de ontem, porque como nunca viagei para fora do Brazil, tô nem aí praqueles carinhas, excessão feita aos que jogam aqui, que são poucos.
O Luis Fabiano, por exemplo, que nasceu em 1980 e disse que nem sabe quem jogava na seleção de 1958, tem toda razão, porque muita gente que também nasceu em 1980 não sabe que ele joga futebol. Já o menino Alexandre Pato mostrou que sabe tudo porque que só sabe que faz 50 anos que o Brasil ganhou a primeira Copa e revelou que é culto, estudioso, marca registrada da geração dele, como a do Josué que brilhantemente se lembrou do Romário fazendo gol na Suécia, mas em 1994.
O que uns caras chatos como aquele jurássico (acho que errei, deve ser com ç, mas minha internet quebrou e não tenho dissionário em casa...) do Fernando Calazans não entendem é que nóis, mudernos, levamos à risca aquela idéia de que quem não conhece a História está condenado a repeti-la, que é tudo que nóis qué, porque, se repetirmos o pentacampeonato, vamos acabar decacampeões, né não?
Além do mais, esses juráçicos (se errei lá em cima, concertei agora...) ficam aí com saudozismos e vai perguntar pra eles se são capazes de, como o Romário, que também sempre desdenhou do Zico e cia., falar holandês, espanhol, ingreis e até francês. Falam nada!
E a conta bancária, então?
Ora, isso é que interessa, porque curtura, se precisar mesmo, a gente compramos a metro e enxemos as estante num instantes, além de vinhos, caríssimos vinhos, que é coisa que mais cedo ou mais tarde, mesmo sem nunca ler um livro, a gente acabamos curtindo.
Por isso, exigente (deve ser com z...) leitor desta Folha, muito obrigado por nos acompanhar, nos ler, porque, como nóis, você sabe que o mundo comessou com nosco, que o que veio antes não interessa mesmo, como não intereça o que vem depois, porque o mundo de Luis Fabiano é muito melhor que o mundo de Tostão.
Quanta ingnorançia!

Ah, o jogo...
O primeiro tempo foi de doer, repleto de passes errados e com um gol fácil desperdiçado de cada lado, o brasileiro por Júlio Baptista. O segundo, quando entraram os olímpicos, foi mais animado, até com penal não dado em Diego.
E Pato aproveitou bem uma pixotada do goleiro sueco para fazer o gol solitário da partida. Pena que daqui a 50 dias ninguém se lembrará deste amistoso sem graça disputado para diminuir o passivo com que a CBF fechou 2007, na casa dos R$ 9 milhões.


blogdojuca@uol.com.br

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