São Paulo, sábado, 27 de março de 2010 |
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MOTOR Rir para não chorar
FÁBIO SEIXAS EDITOR-ADJUNTO DE ESPORTE VÁRIOS MOTIVOS fizeram da abertura do Mundial, no Bahrein, um GP dos mais chatos. O traçado leva a grife Tilke, o que, via de regra, é sinônimo de muita beleza e pouco esporte. A aerodinâmica dos carros, hoje, impossibilita que o perseguidor pegue o vácuo do perseguido e se lance numa ultrapassagem. Era a estreia do regulamento, e muita gente optou por estratégias conservadoras. Os pneus não se desgastaram como as equipes imaginavam. O problema no motor de Vettel impediu duelos com Alonso e, talvez, com Massa, que vinham se aproximando. E, por fim, os pilotos estão desacostumados a ultrapassar na pista após tantos anos aguardando as trocas de posições nos boxes. Alguns problemas circunstanciais. A maioria, porém, estrutural. O resultado, torcedores chateados. "A corrida foi decidida na largada", escreveu um leitor no blog deste colunista, na Folha Online. "O regulamento foi um tiro no pé da F-1", declarou outro. "Deve ser um campeonato acirrado, mas recheado de corridas chatas", vaticinou mais um. A categoria deu de ombros. Alonso, que vira-e-mexe fala bobagens, virou, mexeu e falou mais uma. Atacou os críticos e disse que a F-1 não é o Cirque du Soleil. Uau. Ontem, em Melbourne, na entrevista coletiva dos chefes de equipes, o tom foi menos grosseiro, mas igualmente insensível e prepotente. Whitmarsh, da McLaren, sugeriu que se as escuderias colocassem um "punhado de hooligans" nos seus carros, as provas seriam mais movimentadas. Nossa, que engraçado... Horner afirmou que Wimbledon provoca jogos saque-voleio, maçantes, mas que nem por isso concretaram as quadras. Outro pândego. Fato é que a empáfia do paddock combinada ao humor inglês e a uma anacrônica "orientação" para evitar críticas públicas ao Mundial resultam no deboche, e não no debate. Mas Melbourne sempre faz boas corridas. Será assim amanhã. Então, a F-1 soltará um "eu não disse?", e tudo ficará como está, até o próximo GP chato, até as novas gracinhas. É o famoso, e ineficiente, "rir para não chorar". Azar dos fãs. LARGADA A Stock faz sua primeira etapa amanhã, em Interlagos, com 34 carros, novo motor e novo combustível, o etanol. Junte a falta de testes às chuvas dos últimos dias e o resultado será um festival de quebras. O fim de semana também marcará a estreia do Mini Challenge e as gravações da nova novela das 20h: Marcelo Anthony interpreta um piloto e circula todo pimpão pelo circuito, de macacão. Sua "equipe" tem até um box. Ai, ai... ENSAIOS A GP2 começa só em 8 de maio, na Espanha, mas fez testes nesta semana, em Paul Ricard. Dois brasileiros treinaram: Razia e Valerio. fabioseixas.folha@uol.com.br Texto Anterior: Alemão: Bayer e Schalke têm confronto direto Próximo Texto: José Geraldo Couto: A lógica da destruição Índice |
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