São Paulo, domingo, 27 de março de 2011

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Duelo opõe futebol-arte à eficiência

PAULISTA
São Paulo é o melhor em dribles, e Corinthians, em desarmes


RAFAEL REIS
DE SÃO PAULO

O clássico entre São Paulo e Corinthians, em Barueri, é também o confronto entre duas formas completamente diferentes de jogar futebol.
O time mandante, dirigido por Paulo César Carpegiani, troca passes com precisão, abusa dos dribles, cria muitas chances e consegue os gols na base da insistência.
Já o visitante, do também gaúcho Tite, é adepto de um estilo mais pragmático, com marcação intensa, desarmes, defesa sólida. E sem firulas.
As disparidades dentro de campo, porém, têm tido pouca influência nos resultados.
A diferença entre o Corinthians, que iniciou a rodada na liderança do Paulista, e o São Paulo é de apenas três pontos. Até a rodada passada, era o clube do Morumbi que estava no topo.
Isso porque ambos têm conseguido maximizar suas características. O time tricolor lidera as estatísticas do Datafolha de "futebol-arte". A equipe alvinegra é a melhor nos números relativos ao "futebol de resultado".
Ninguém no Estadual tem um toque de bola tão preciso quanto o do São Paulo, que acerta 87,8% dos passes. O Corinthians, apesar de ter um volume total de toques superior ao do rival, tem eficiência de 83%, a pior entre os quatro grandes do Estado.
O time de Carpegiani é também o que mais finaliza, com média de 17,6 arremates por partida. Mas a pontaria, às vezes, deixa a desejar. Na derrota por 3 a 2 para o Paulista, na quarta, acertou o alvo em só 7 das 25 tentativas.
Os comandados de Tite arriscam menos ao gol (14,6 por partida), mas só marcaram duas vezes a menos do que o adversário desta tarde.
É nos dribles, porém, que o São Paulo mais se destaca. Lidera o fundamento com folga: 23,3 vezes por partida, contra 14,3 do Palmeiras, o segundo melhor. E ainda possui quatro dos dez maiores dribladores do campeonato. O mais efetivo, Lucas, não participa do clássico.
O Corinthians é o penúltimo nesse ranking (9,3 por jogo). No entanto, sua pontuação é a prova de que dribles não significam vitórias.
Sem os consagrados Roberto Carlos e Ronaldo, que deixaram o clube, o Corinthians virou rei da marcação, com 123,7 desarmes por rodada. O São Paulo recupera 103,6 bolas por partida.
O sucesso nos desarmes se reflete em segurança no sistema defensivo. Júlio César é o goleiro que menos trabalha na primeira divisão de São Paulo, com 2,7 defesas por partida. Rogério, o camisa 1 tricolor, precisa intervir 3,5 vezes a cada confronto.
Não à toa, o Corinthians tem a segunda retaguarda de mais sucesso do Paulista, com oito gols sofridos. O oponente de hoje levou o dobro.


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